Temer vê momento de “grande conflito institucional” e pede para deixarem Executivo “trabalhar em paz”

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O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira que o país vive um momento de “grande conflito institucional” e fez um apelo para que deixem o Executivo “trabalhar em paz”, num momento em que enfrenta grave crise política decorrente de delações de executivos do grupo J&F.

“Vamos deixar o Judiciário trabalhar sossegado, vamos deixar o Legislativo trabalhar em paz, vamos deixar o Executivo, convenhamos, trabalhar em paz”, disse Temer, na cerimônia de posse do novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, no lugar do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

“Eu vejo em pronunciamentos meus que as pessoas querem muito que continue o programa de governo que nós inauguramos no país um ano atrás”, acrescentou o presidente, que sofreu fortes pressões nas últimas semanas para renunciar.

“Até quando fazem uma ou outra objeção dizem que é preciso continuar o programa que se iniciou nesse governo, ou seja, um governo acolhido pelo país, um programa de governo acolhido pelas necessidades do país.”

Temer, que vinha comemorando a melhora em diversos indicadores econômicos e se colocou sempre como presidente de um governo reformista, viu seu apoio parlamentar diminuir e o ritmo das reformas desacelerar depois da revelação de uma gravação de conversa dele com o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a autorizar a abertura de um inquérito contra ele.

Às vésperas do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar seu mandato no processo sobre a chapa vencedora na eleição presidencial de 2014, quando disputou a reeleição como vice da então presidente Dilma Rousseff, e com o pano de fundo da operação Lava Jato, que tem investigado dezenas de políticos, Temer disse que o país precisa “recuperar a institucionalidade”.

“O Brasil vive hoje momentos de grande conflito institucional… precisamente porque não se dá cumprimento muitas e muitas vezes à ordem institucional”, disse.

“O que nós precisamos, com muita celeridade, é exatamente recuperar a institucionalidade do país, porque a recuperação da institucionalidade significa, precisamente, a recuperação da ordem; significa, sim, o cumprimento da lei.”

Apesar do esforço do governo para procurar mostrar que a troca de ministro ocorreu sem problemas, Serraglio, que teria ficado irritado com o modo como foi sacado do comando da Justiça, não compareceu à cerimônia.

Crédito: Lisandra Paraguassu/Reuters Brasil – disponível na internet 01/06/2017

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