Banco Mundial anuncia liberação de US$ 200 bilhões para ações climáticas

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O Banco Mundial anunciou, nesta segunda-feira (3), durante a Conferência do Clima da ONU (COP24), um investimento de US$ 200 bilhões (cerca de R$ 773 bilhões) para “apoiar países a tomarem ações climáticas ambiciosas”. O dinheiro deve ser investido entre 2021 e 2025.

De acordo com Kristalina Georgieva, presidente do Banco Mundial, metade desse dinheiro deve ir para “construir casas, escolas e infraestruturas melhor adaptadas, e investir em agricultura inteligente, gestão sustentável de água e redes de segurança social.”

US$ 100 bilhões (cerca de R$ 387 bilhões) são recursos do próprio Banco Mundial. A outra parte do dinheiro virá de financiamento combinado e de capital privado mobilizado pela entidade.

De acordo com o comunicado publicado no site do Banco Mundial, algumas das ações incluirão o apoio a previsões de alta qualidade, sistemas de alerta antecipado e serviços de informação climática para melhor preparar 250 milhões de pessoas em 30 países em desenvolvimento para riscos climáticos. Além disso, os investimentos esperados construirão sistemas de proteção social mais sensíveis ao clima em 40 países e financiarão investimentos em agricultura inteligente em 20 nações.

O financiamento de ações para lidar com as mudanças no clima é um dos temas em discussão na Conferência, que tenta definir um “livro de regras” sobre como deve funcionar o Acordo de Paris, ratificado em 2015.

Os países do Hemisfério Sul esperam que a comunidade internacional amplifique seus objetivos de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, pretendem recordar ao Norte a promessa de aumentar o financiamento das políticas climáticas nos países em desenvolvimento a 100 bilhões de dólares por ano até 2020.

Segundo dia de negociações

Os países mais ameaçados pela catástrofes climáticas devem pedir nesta segunda-feira mais compromissos das nações do Hemisfério Norte, em um contexto geral nada animador. Os presidentes dos Estados particularmente vulneráveis, como Honduras e Bangladesh, participarão do encontro.

“O grupo dos PMA (Países Menos Avançados) representa quase um bilhão de pessoas. Elas são as menos responsáveis pela mudança climática, mas as mais vulneráveis a suas consequências”, comentou antes da conferência o presidente da delegação, o etíope Gebru Jember Endalew, que apontou a necessidade de “bilhões de dólares” para financiar estas políticas.

Mas os analistas temem que o contexto internacional, com a reiterada rejeição do presidente americano Donald Trump ao Acordo de Paris, não seja propício para a adoção de novos compromissos.

E a Polônia, que preside a reunião e é uma grande defensora de sua indústria do carvão, tem outras prioridades.

Além da aprovação crucial das regras para colocar em prática o Acordo de Paris, Varsóvia deseja promover uma “transição justa” para uma economia com pouca emissão de carbono e que o encontro de cúpula aprove um texto neste sentido.

De acordo com uma versão preliminar, à qual a agência de notícias France Presse teve acesso, a “declaração de Silésia”, coração da produção de carvão polonesa”, “admite os desafios enfrentados pelos setores, cidades e regiões em um período de conversão das energias fósseis (…) e a importância de assegurar um futuro decente aos trabalhadores afetados por esta transição”.

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