Goldman Sachs prevê pior recessão na América Latina desde a Segunda Guerra

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O banco norte-americano Goldman Sachs acaba de revisar a projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina 2020. Agora prevê queda de 3,8% na América Latina, na pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.  Na semana passada, a estimativa era de retração de 1,2%. O banco também reviu a expectativa de declínio do PIB do Brasil, passando de 0,9% para 3,4%.

Pelas novas estimativas do Goldman, a América Latina está prestes a enfrentar “a pior contração no período pós-guerras”, diante da pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, que está levando a economia global para “uma recessão profunda”. As projeções do banco indicam que a retração na região será pior que a ocorrida  durante os anos 1980, quando vários países latino-americanos quebraram, inclusive o Brasil, e na crise financeira global, entre 2008 e 2009.

“O ambiente macroeconômico e financeiro da América Latina continua se deteriorando e em um ritmo sem precedentes históricos. A disseminação da pandemia de coronavírus por toda a região e os protocolos de contenção cada vez mais restritivos (distanciamento social e restrições de viagens) já começaram a pesar na atividade”, destacou o documento. A instituição prevê redução na taxa básica de juros (Selic), para 3% neste ano.

O banco faz um alerta para o aumento significativo no número de infectados na região. É provável que essa tendência negativa se intensifique significativamente à medida que o número de infecções aumenta e o escopo, a amplitude e a profundidade das medidas de contenção continuam a se expandir”, alertou.

Pelas novas projeções do Goldman, o PIB da Argentina deverá encolher 5,4%, neste ano. Já o do Chile, deve encolher 3%. Equador ficou com a maior queda, de 5,7%. México registrará retração de 4,3% e Peru, de 2,5%.

A instituição financeira também atualizou as previsões para a economia global e prevê contração de mais de 1% no PIB mundial.

Abaixo, veja o gráfico das crises na América Latina mais recentes. Ele aponta que a atual é pior desde 1960, superando a queda de 2,4%, na crise de crédito, em 1983, e da queda de 2,1% ,na crise financeira global, em 2009.


Goldman mantém queda de 3,4% do PIB neste ano após novo pacote

Apesar do anúncio de novos estímulos para a economia, como o pacote de R$ 40 bilhões de bancos públicos para socorrer empresas pequenas e médias e preservar empregos em meio à pandemia de Covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, mantém previsão de queda de 3,4% neste ano. Segundo ele, os impactos e a duração da crise provocada pelo novo coronavírus ainda não estão totalmente estimados e o cenário ainda pode piorar.

“Nossa projeção não vai mudar após o pacote. Eu diria que o risco de retração na economia pode ser um pouco pior do que a gente está projetando, porque nunca vimos uma retração na atividade como essa”, destacou Ramos, em entrevista ao Blog, nesta sexta-feira (27/03). Segundo ele, essas medidas, como a ajuda aos trabalhadores informais de R$ 600 por três meses, aprovada pela Câmara, ontem, são necessárias para ajudar quem não tem renda, mas dependendo do tamanho da crise provocada pela pandemia de Covid-19, a retração poderá ser maior.

“Ainda não temos certeza de quanto essa paralisação e confinamento social das pessoas vai durar. Nos Estados Unidos, por exemplo, para cada mês em que a economia ficar parada, haverá menos 2% no PIB”, explicou.  “Está havendo uma destruição muito rápida dos empregos e, no curto prazo, a situação é dramática e o nível de incerteza é elevado”, explicou. Ele reforçou que não há parâmetros para medir o impacto da recessão em que o mundo vai mergulhar. Contudo lembrou que na gripe espanhola, no século passado, houve três ondas de contágio. “A terceira foi a pior de todas. Pode ser que o surto ainda está apenas começando. Mas só teremos certeza de que ele foi interrompido quando houver uma vacina”, emendou.

O Goldman Sachs é um dos maiores bancos do mundo. Conforme as novas projeções da instituição do banco para a América Latina divulgadas hoje, a região vai registrar uma retração de 3,8%, neste ano, a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. “O que sabemos é que, por enquanto, a melhor medida é manter o isolamento social para evitar uma proliferação maior do vírus”, orientou o economista.

Contração global

Pelas novas estimativas do banco norte-americano divulgadas hoje, apesar dos pacotes fiscais gigantescos anunciados pelas maiores economias do planeta, o mundo vai encolher mais de 1% enquanto a China deverá registrar crescimento de 3%, em função da pandemia de Covid-19. “Dependendo da duração da crise e o impacto na atividade econômica, essa queda do PIB global poderá ser maior”, destacou Ramos.

Pelas novas previsões do banco, a Zona do Euro poderá encolher 9% neste ano em vez de crescer 1%. O banco prevê retração generalizada nos países europeus. O PIB da Alemanha deverá encolher 8,9% neste ano. Enquanto isso, o da Itália cairá 11,6%; o da Espanha, 9,7%, e o do Reino Unido, 7,5%

Crédito: Hosana Hessel/Blog do Vicente/Correio Braziliense – disponível na internet 28/03/2020

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