Usina de Ondas do porto do Pecém, no Ceará

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Testada no porto do Pecém, no Ceará, foi a primeira usina da América Latina a utilizar o movimento das ondas do mar para produção de energia elétrica. Idealizado e projetado na Coppe, o projeto-piloto insere o Brasil no seleto grupo de países que estão testando diferentes conceitos tecnológicos para atingir um mesmo objetivo: comprovar que as ondas do mar podem produzir eletricidade com confiabilidade de suprimento e a custos viáveis.
O diferencial da tecnologia brasileira é o uso de sistema de alta pressão para movimentar a turbina e o gerador, um conceito desenvolvido e patenteado pela Coppe. O conjunto completo é formado por um flutuador e um braço mecânico que, ao serem movimentados pelas ondas, acionam uma bomba para pressurizar água doce e armazená-la num acumulador conectado a uma câmara hiperbárica. A pressão na câmara equivale à das colunas d’águadas usinas hidrelétricas. A água altamente pressurizada forma um jato responsável pela movimentação da turbina, que, por sua vez, aciona o gerador de energia elétrica

 

Crédito: COPPE/UFRJ – disponível na internet 11/05/2020


O estado nordestino é pioneiro no aproveitamento elétrico da energia ondomotriz, produzida pelo movimento das ondas do mar
A energia elétrica pode ser gerada por diversas formas. No Brasil, as principais fontes usadas são a hidráulica, o gás natural, o petróleo e o carvão mineral. Os processos de produção que utilizam essas fontes, entretanto, apresentam desvantagens que ameaçam a natureza, como a emissão de gases estufa, poluição do ar e chuva ácida. Todavia, uma alternativa que respeita o meio ambiente foi instalada no Ceará em 2012: a usina de ondas do Porto de Pecém, localizada no município de São Gonçalo do Amarante .

 (Reprodução/Casa.com.br)

Resultado da parceria entre os pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), o projeto foi financiado pela Tractebel Energia (atual ENGIE) e teve apoio do Governo do Estado do Ceará. A empresa privada chegou a investir R$ 15 milhões no empreendimento, mas, com o fim do contrato em 2016, o projeto foi paralisado.

Em 2017, o então coordenador da usina e professor Segen Estefen retomou os experimentos no Ceará, com previsão de conclusão total prevista para 2020. Hoje, entretanto, a coordenação também foca na construção de uma usina de ondas no Rio de Janeiro, desta vez, em parceria com a Furnas e com a Seahorse Wave Energy.

 (Reprodução/Casa.com.br)
 

Da usina do Porto de Pecém, espera-se gerar 100 quilowatts para abastecimento do principal porto cearense (energia que pode abastecer até 60 famílias locais). Por ter o movimento das ondas como principal fonte, a energia ondomotriz é limpa e renovável – não causando, assim, danos ao meio ambiente. Além disso, é um processo que tem um grande potencial de exploração, uma vez que o Brasil possui um vasto litoral e constância dos ventos alísios, principalmente no Ceará. Esse fenômeno garante regularidade no movimento das ondas, o que aumenta a eficiência da usina.

E como funciona a energia ondomotriz?

A usina é construída em módulos, sendo cada um deles formado por um flutuador, um braço mecânico e uma bomba conectada a um circuito de água doce. A partir do movimento das ondas, os flutuadores sobem e descem, acionando as bombas hidráulicas. Estas fazem a água doce circular em alta pressão e depois a transporta para um acumulador, onde a água e o ar são comprimidos em uma câmara hiperbárica. A água sai do acumulador com pressão e vazão e movimenta uma turbina, que aciona um gerador e produz energia elétrica. Essa é a grande diferença para a energia hidráulica: em vez da água ser aproveitada na queda, ela é pressionada em um circuito fechado.

Crédito:  Yara Guerra/ Casa.com – disponível na internet 11/05/2020

9 Comentários

  1. Oi,meu nome é Matheus e eu estou fazendo um trabalho de maquete sobre a usina,eu precisaria saber quais são as medidas do gerador e da turbina

  2. Fantástico, energia limpa, e continua, aparentemente de baixo custo e que pode resolver de vez o problema do fornecimento de energia em nosso país. Bem assim, a ideia de um estudante que elaborou um projeto de um tapete dínamo, que quando os carros passam geram energia para o semáforo.

    • Olá Oswaldo Brandão, preciso de uma orientação em relação a usina, será que vc poderia me ajudar?
      meu contato telefónico não é do brasil, por esse motivo deixo meu facebook vc pode me chamar no mensage.
      facebook.com/cgoretti1

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