Edifício A Noite, onde funcionava o INPI e que foi sede da Rádio Nacional, deve ser leiloado até agosto

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Edifício A Noite, no Centro do Rio, deve ser leiloado até agosto

Para representantes do mercado, imóvel tem potencial de se tornar prédio residencial
 
 
 

 

 

A União fez a primeira sinalização de que venderia o edifício em 2016. O prédio começou a ser esvaziado em 2012. Desde então, foram muitas idas e vindas sobre a realização do leilão.

— A gente já anunciou algumas vezes nossa intenção da venda do prédio. O que ocorre agora é que o último passo antes do certame público foi dado, que é justamente essa aprovação pela assembleia da EBC — disse ao GLOBO o secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), Fernando Bispo.

O próximo passo para a venda é uma vistoria de entrega do imóvel, marcada para a próxima terça-feira. A partir daí o governo federal passa a administrar completamente o edifício. Depois disso, o edital de licitação será preparado ao longo de julho e o leilão deve ser feito até o início de agosto.

— A partir da terça-feira, a SPU vai ter oficialmente o poder de gestão sobre o prédio, ele vai passar no comitê que aprova e vai sair o edital, que provavelmente vai sair entre julho e o início de agosto, mais tardar — explica Bispo.

A decisão de abrir mão do imóvel faz parte de uma estratégia do governo e da própria EBC, que deve deixar outros espaços nos próximos meses.

— A ideia da EBC, como de várias outras empresas, é racionalizar seus custos e estruturas. Vamos otimizar nossos ativos imobiliários de forma a manter apenas aqueles que têm destinação imediata ou num futuro próximo — destaca Marcio Kazuaki Fusissava, diretor de Administração, Finanças e Pessoas da EBC.

Imóvel residencial

Mesmo com a crise do coronavírus, a expectativa do governo e do mercado é que haverá apetite pelo imóvel, que é avaliado em cerca de R$ 90 milhões, segundo fontes do mercado. O valor exato, no entanto, só será definido no edital. Em 2016, o prédio chegou a ser avaliado em R$ 137 milhões.

— Um prédio como esse é comprado por investidores de médio prazo, porque ele carece de um tratamento antes da operação. O cenário macro é extremamente interessante. Uma alavancagem de crédito para comprar um imóvel desse está extremamente propícia, por causa dos juros muito baixos — afirma o secretário.

Para o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-RJ), Claudio Hermolin, o espaço tem potencial de se tornar o empreendimento residencial, nos moldes dos planos definidos para o Hotel Glória pelo seu novo dono, o fundo Opportunity.

Se a ideia for concretizada, seria uma transformação radical para o prédio de 22 andares, inaugurado em 1929, que já serviu de sede para o jornal “A Noite”, a Rádio Nacional e consulados.

— Hoje, existe uma vacância muito grande de imóveis comerciais no Rio de Janeiro. Já existia antes da pandemia e, infelizmente, a situação piorou — analisa Hermolin. — Um residencial tem naturalmente uma atratividade para as pessoas que vêm para trabalhar ou para estudar. O Centro da cidade tem uma vantagem de estar próximo do aeroporto, das barcas, estações de metrô e VLT.

Ele pondera que, para o negócio dar certo, é preciso desburocratizar ao máximo o processo e garantir que a União dê apoio ao comprador para que eventuais pendências sejam resolvidas.

Outra demanda do mercado é a aprovação de um projeto de lei em análise na Câmara dos Vereadores que flexibiliza as regras para converter imóveis comerciais em residenciais.

Nova legislação

A venda do prédio será a primeira grande operação do governo após a sanção de uma lei que facilita a venda de ativos pela União, que pretende se desfazer de mais de 3 mil imóveis até 2022

O texto permite, entre outros pontos, abatimento de 25% do valor inicial do imóvel à venda já na segunda tentativa do leilão. Atualmente, o desconto, de 10%, só pode ser ofertado na terceira tentativa de alienação, e exclusivamente para imóveis que custam até R$ 5 milhões.

Outra facilidade para o comprador prevista no texto aprovado é a permissão de venda direta, por intermédio de corretores de imóveis, caso o leilão tenha fracassado por duas vezes. O desconto de 25% continua valendo.

Crédito: O Globo – disponível na internet 29/06/2020

 

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