Internet oculta e o megavazamento de dados pessoais e empresariais.

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Entenda o que é deep web e o tipo de atividade realizada na internet oculta

Dados roubados do presidente da República e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão sendo vendidos na deep web, uma porção da internet desconhecida da maior parte dos usuários da rede. É o que revela um ofício do ministro Alexandre de Moraes à Polícia Federal (PF), revelado pela CNN.

Apesar de ser usada para guardar dados secretos de instituições públicas, governos e empresas, esse espaço oculto é bastante conhecido por também ser um local propício para a prática de crimes diversos, de exposição de pornografia ilegal a comércio de dados sigilosos. O ambiente é ideal para isso porque exclui os crimes dos olhos da maioria das pessoas e dificulta o trabalho das autoridades.  

Para entender como a deep web funciona, é preciso compreender onde esse espaço está com relação a internet que a maioria das pessoas acessa.

O Google e outros buscadores são capazes de indexar páginas estáticas registradas no www, como esta. As páginas dinâmicas, porém, ficam longe do alcance dessas ferramentas. A maior parte do que está contido nesse espaço inacessível para a maioria dos usuários é banco de dados. Boa parte disso é informação sigilosa e legal, mas esse local esconde gigantescos negócios maliciosos e lesivos.

Em 2019, autoridades dos Estados Unidos e da Europa fecharam os sites Wall Street Market e Valhalla, dois dos maiores mercados de drogas que operavam na internet. Em 2013, caiu o Silk Road, considerado o maior ponto de tráfico de entorpecentes na deep web até então. Apesar dos esforços, o mercado ilegal segue vivo, e potencialmente maior.

Nesse espaço, os criminosos utilizam moedas digitais como o bitcoin para negociar. Os dados podem ser usados para articulação de fraudes usando o nome das vítimas, estelionatos, roubos de identidade e extorsão.

Pouco se sabe ainda sobre o potencial de dano desses vazamentos recentes e como as vítimas podem evitar danos e golpes. Enquanto isso, os dados, tanto de autoridades quanto do público no geral, seguem expostos no fundo da internet para quem souber acessá-la e tiver alguns trocados em criptomoeda para adquirir.

Crédito: Raphael Coraccini, colaboração para a CNN Brasil – @internet 04/02/2021


PF investiga venda de dados de Bolsonaro e de ministros do STF

Polícia Federal investiga um esquema de venda na internet de dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é da âncora da CNN Daniela Lima.

Os autos foram enviados ao diretor-geral da PF, delegado Rolando Alexandre, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Na segunda-feira (1º), o site do jornal O Estado de S.Paulo noticiou que os dados de ministros e do presidente da República estariam a venda na internet. Eles seriam vítimas, assim como outras dezenas de milhões de brasileiros, de um megavazamento de dados pessoais e empresariais.

Fux citou a reportagem em um ofício a Moraes, que é o relator do inquérito que investiga notícias falsas e ameaças aos ministros da Suprema Corte.

Na decisão em que determinou à PF a abertura da investigação, o ministro cita quatro sites:

  • fuivazado.com.br
  • raidforums.com/Thread-SELLING-JBR-Serasa-Experian-Full-Service
  • raidforums.com/Thread-Just-Brazil-Basic-PF
  • drive.protonmail.com/urls/RG3F26N3FC.

O ministro Alexandre de Moraes determinou aos provedores de mecanismos de busca, como Google, Yahoo, Ask e Bing, que retirem quaisquer menções aos sites citados.

Os três últimos seriam plataformas da chamada “deepweb” ou “darkweb”, que é uma espécie de segunda internet que está alheia aos mecanismos de busca e a rastreamentos, frequentemente associada às atividades ilegais.

Moraes também determinou que “bloqueiem o acesso e exibição do material divulgado pela imprensa,  consistente em dados privados, ilegalmente obtidos, dos ministros do STF e de outras autoridades”.

Crédito: Guilherme Venaglia/CNN Brasil – @internet 04/02/2021

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