O impacto do reajuste salarial dos servidores do poder Executivo será de R$ 16 bilhões no Orçamento de 2025, que será enviado ao Congresso
Desde o ano passado, o governo Lula (PT) firmou acordos de reajuste salarial com 44 categorias (confira lista completa abaixo) no âmbito das mesas de negociação temporárias e específicas conduzidas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável pelas tratativas com o efetivo federal.
O impacto da folha salarial dos servidores será de R$ 16 bilhões no Orçamento de 2025, segundo informações confirmadas pelo Metrópoles.
A conta estará presente no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano seguinte, que deve ser entregue ao Congresso Nacional até 31 de agosto.
Cerca da metade dos R$ 16 bilhões empenhados na peça orçamentária de 2025 provém do impacto do reajuste salarial da educação.
Segundo estimativas, a folha de pagamento dos servidores do poder Executivo representará 2,59% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025. Nos anos anteriores da gestão Lula, esse valor foi de 2,61%, em 2023, e de 2,48%, em 2024.
Enquanto, no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL), o salário do efeito federal correspondia a 2,68% do Produto Interno Bruto. Vale lembrar que durante o mandato Bolsonaro os servidores ficaram sem reajuste, o que gerou um desconforto e pressão da categoria com o governo.
Confira as categorias do Executivo que firmaram acordos com o governo:
- Carreiras da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai)
- Carreiras da Agência Nacional de Mineração (ANM)
- Analistas Técnicos de Políticas Sociais (ATPS)
- Analistas em Tecnologia da Informação (ATI)
- Delegados e Peritos Criminais da Polícia Federal (PF)
- Agentes, Escrivães e Papiloscopistas da Polícia Federal (PF)
- Policiais Rodoviários Federais (PRF)
- Agentes Federais de Execução Penal — Policiais Penais Federais (PPF);
- Auditores-Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal (RFB);
- Especialista Federal em Assistência à Execução Penal e Técnico Federal de Apoio à Execução Penal (PPF);
- Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil (BC);
- Plano de Carreira dos Cargos de Atividades Técnicas e Auxiliares de Fiscalização Federal Agropecuária (PCTAF);
- Auditores Fiscais Federais Agropecuários (AFFA);
- Magistério Federal — Proifes Federação e Andes-SN/Sinasefe (as categorias firmaram acordos em épocas diferentes);
- Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e PECs Setoriais;
- Carreiras da Previdência, Saúde e Trabalho (PST) / Carreiras do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS) / Agentes de Combate às Endemias — Lei nº 13.026, de 03/09/2014;
- Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE);
- Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG);
- Ciclo de Gestão (CVM/Susep);
- Analista de Comércio Exterior;
- Plano de Carreiras e Cargos do Hospital das Forças Armadas (PCCHFA);
- Ciclo de Gestão (APO e TPO);
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea);
- Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc);
- Oficiais e agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Grupo Informação e Apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Grupo DACTA;
- Meio Ambiente (Ibama, ICMBio, MMA);
- Médicos Peritos;
- PC Tecnologia Militar;
- Incra Peritos e demais cargos;
- Carreiras e PEC do DNIT;
- Agências reguladoras;
- Peritos Federais Agrários;
- Diplomatas;
- Carreiras do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) / Carreiras do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE);
- Oficiais e Assistentes de Chancelaria (OFCHAN e ACHAN);
- Carreiras da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
- Carreiras do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi);
- Carreiras do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro);
- Carreiras de Ciência e Tecnologia, do Instituto Evandro Chagas (IEC) e do Centro Nacional de Primatas (CENP);
- Carreiras do Seguro Social (INSS); e
- Analistas de Infraestrutura.
Crédito: Mariana Andrade e Flávia Said /Metrópoles – @ disponível na internet 31/8/2024
Governo envia Orçamento de 2025 prevendo salário mínimo de R$ 1.509
Conforme os dados do Ploa de 2025, a correção do piso salarial a partir de janeiro será de 6,87%, ou R$ 97 sobre o valor atual. Proposta orçamentária prevê R$ 5,87 trilhões de gastos, sendo R$ 2,77 trilhões em despesas financeiras e R$ 2,93 trilhões em gastos primários
Em mais um dia tenso para a equipe econômica, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025 foi protocolado no Congresso Nacional, na noite desta sexta-feira (30/8), prevendo um salário mínimo de R$ 1.509.
Esse novo valor representa um aumento de R$ 97 sobre o piso atual, de R$ 1.412 ao mês, o que equivale a um reajuste de 6,87%, dado acima da inflação projetada pelo mercado para este ano, de 4,25%, de acordo com a mediana das estimativas do mercado coletadas no último boletim Focus, do Banco Central.
O aumento de 6,87%, de acordo com dados do Ministério do Planejamento e Orçamento, vem de 3,82% dados pela variação estimada para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos 12 meses encerrados em novembro de 2024 e de 2,91% de aumento real decorrentes do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, “conforme prevê sua regra de correção”.
A proposta orçamentária prevê um total de R$ 5,87 trilhões para o ano que vem, dos quais R$ 2,77 trilhões serão despesas financeiras e R$ 2,93 trilhões gastos primários. Segundo o comunicado, os valores incluem R$ 166,6 bilhões do Orçamento de Investimento das Empresas Estatais.
Para o governo central – que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social –, a projeção para a receita primária é de R$ 2,91 trilhões, ou 23,5% do PIB – valor que inclui R$ 558,7 bilhões em transferências para estados e municípios. Já as estimativas para as despesas primárias do governo central, são de R$ 2,39 trilhões, ou 19,3% do PIB. Apesar de as despesas serem maiores do que as receitas, o governo prevê resultado primário com deficit zero nas contas do próximo ano, por conta da exclusão das despesas com o pagamento de precatórios (dívidas judiciais da União).
Crédito: Rosana Hessel / Correio Braziliense – 31/8/2024