Planalto quer manter distância de Cunha. Ex-deputado classifica prisão de “decisão absurda” e diz que advogados tomarão medidas.

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Com o presidente Michel Temer fora do país, a ordem no Palácio do Planalto é não comentar a prisão de Eduardo Cunha e manter distância do ex-deputado fluminense, disseram à Reuter duas fontes governistas.

Desde que assumiu a Presidência da República, Temer tem tentado se manter longe de Cunha e, apesar de serem do mesmo partido, preferiu evitar qualquer forma ajudá-lo a escapar da cassação.

O afastamento definitivo do deputado facilitou a situação do Planalto, mas a prisão traz de volta um risco concreto de uma delação premiada, avalia um assessor palaciano. Especialmente com a mulher de Cunha, Claudia Cruz, também sendo processada pelo juiz Sérgio Moro.

A avaliação é que, ao contrário do que apregoa a oposição, Cunha não teria elementos para comprometer o presidente, com quem nunca teria tido uma relação tão próxima. No entanto, poderia complicar a vida de outros peemedebistas e complicar ainda mais o governo, que já se vê envolto em denúncias contra seus ministros.

A ordem é manter o silêncio e distância do parlamentar fluminense e não trazer o problema para dentro do Planalto.

Cunha classifica prisão de “decisão absurda” e diz que advogados tomarão medidas

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha usou as redes sociais nesta quarta-feira para criticar a decisão do juiz Sérgio Moro que determinou sua prisão na Lava Jato, que classificou de “absurda”.

Cunha disse que Moro baseou sua decisão em uma ação cautelar que já havia sido extinta pelo Supremo Tribunal Federal e afirmou que o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba citou fatos relativos a inquéritos que não estão sob sua jurisdição ao fundamentar a decisão de prendê-lo.

“Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal”, afirma a nota do ex-deputado.

“A referida ação cautelar do Supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição”, acrescentou.

Cunha foi preso nesta quarta pela Polícia Federal em Brasília por determinação de Moro, que atendeu pedido da força-tarefa da Lava Jato. Os procuradores argumentaram no pedido de prisão que, em liberdade, Cunha poderia atrapalhar as investigações e que poderia fugir, já que teria recursos ainda ocultos no exterior e tem dupla cidadania brasileira e italiana.

“Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para enfrentar essa absurda decisão”, acrescentou Cunha na nota.

Crédito: Reuters Brasil – disponível na web 20/10/2016

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