Mestrado e Doutorado: Por uma bolsa na Coreia do Sul

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O governo da República da Coreia oferece 13 bolsas de pós-graduação para brasileiros (de menos de  40 anos ou menos de 45 se for professor) em universidades da nação asiática. As oportunidades são para cursos de todas as áreas do conhecimento, com exceção da saúde. Ao todo, são 670 bolsas para estrangeiros de 156 países. Os selecionados poderão ser alocados em 65 instituições de ensino superior (das quais 26 aparecem no ranking das melhores universidades do mundo feito pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS)). As bolsas são integrais e cobrem todos os custos. O curso tem duração de três anos para o mestrado e quatro anos para doutorado. Nos dois casos, um ano é destinado ao aprendizado do idioma coreano. Candidatos de todo o mundo podem concorrer ainda a 10 bolsas de seis meses para pesquisa, de pós-doutorado ou professor visitante.

Eu quero! 

Ana – foto correio braziliense

Formada em design de interiores pelo Centro Universitário Iesb, Allure Goulart , 22 anos, vai se candidatar ao mestrado na área dela. Ela se interessou pela cultura coreana por meio de um amigo, há cerca de três anos. “Fiz o básico do idioma, conheço seriados, músicas e a comida. Não fico preocupada com a diferença cultural”, diz.  A candidata gostaria de estudar na Universidade de Mulheres Ewha, em Seul. “Conheço duas pessoas que estudaram lá e gostaram muito”, conta ela, que trabalha com atendimento hospitalar.

Embaixador Sul-coreano no Brasil – Foto Correio Braziliense

O programa existe desde 1967, e o embaixador da Coreia do Sul no Brasil, Jeong Gwan Lee, explica que o objetivo é, além de formar especialistas, que os participantes desenvolvam entendimento sobre a cultura coreana. “Nosso país tem uma história milenar, e precisamos estar abertos para vivenciar um novo mundo e aprender uns com os outros”, garante. De acordo com Gwan Lee, a educação do país do leste asiático é bem avaliada, e as pessoas costumam ser estudiosas. “Ano após ano, estudantes do Brasil se interessam mais pelas bolsas”,diz. Em 2016, 121 brasileiros se candidataram aos programas de graduação e de pós-graduação. “Há algum tempo, nosso país era mais fechado a visitantes, porém essa mentalidade tem mudado. Hoje, os coreanos fazem de tudo para receber bem ”, revela.

Duas Coreias
A Coreia do Sul (República da Coreia), com população de 48,6 milhões de pessoas, é uma democracia presidencialista, cuja capital é Seul. O país é bem diferente da vizinha Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia), cuja capital é Pyongyang. Com 23,9 milhões de habitantes, a nação do leste asiático é socialista e unipartidária, mas é considerada uma ditadura totalitarista.

Participe!
Korean Government Scholarship Program for Graduate Degrees (KGPS)
Inscrições: até 10 de março; acesse o edital em goo.gl/lNtiYyI
Divulgação do resultado: 20 de junho
Cursos: mestrado, doutorado e pesquisa (para professores ou pós-doutorandos)
Duração: três anos (mestrado), quatro anos (doutorado) ou seis meses (pesquisa)
Bolsa: integral
Informações: 3321-2500 ou [email protected]

Eu fui!

Gustavo – Foto Correio Braziliense

Gustavo Teles, 30 anos, participou do programa de bolsas da Coreia do Sul em agosto de 2008 e morou durante seis anos no país, estudando engenharia da computação. “Fiquei sabendo do programa por meio de amigos”, lembra. O brasiliense, que estudou na Universidade de Tecnologia e Educação da Coreia (Koreatech) e morou em quatro cidades diferentes (Daegu, Cheonan, Seul e Yongin), conta que teve um pouco de dificuldade de se acostumar com o comportamento dos coreanos. “Eles são muito receptivos e fazem de tudo para te deixar à vontade. Porém são pessoas com hábitos diferentes, por exemplo, amigos do mesmo sexo costumam andar na rua de mãos dadas. Além disso, não é comum visitar casas de amigos, por exemplo”, diz Gustavo, que foi professor no departamento de engenharias e línguas da Hankuk University of Foreign Studies (HUFS) durante dois anos após o mestrado.  “A educação de lá é bem diferente da brasileira e temos muito a aprender com a disciplina e a vontade de serem bem-sucedidos que os coreanos têm”, conta o brasiliense, dono da Santa Fé Engenharia, localizada na 106 Norte, desde 2014. “Voltei de lá com outra cabeça profissional”, diz.

Vantagens
O programa oferece passagens aéreas de ida e volta (essa última apenas para os que completarem o curso). Para as despesas individuais, como moradia, o estudante recebe 900.000 wons por mês, o que equivale a R$ 2.812,86. Há ainda verba para pesquisa semestral de 210.000 wons ou 240.000 wons. O aluno é reembolsado pelo gasto com impressão de material (de 500 wons a 800 wons ao longo do curso). Os selecionados recebem ainda seguro médico. Ao término do programa, os participantes que voltarem para seus países de origem recebem um bônus de 200.000 wons.

A seleção
O primeiro passo é preencher os formulários disponíveis no site goo.gl/lNtiYy. A segunda etapa é organizar as fichas e documentos obrigatórios: certidão de nascimento; carta de introdução; declaração de intenções; proposta de pesquisa; duas cartas de recomendação; diploma e histórico escolar de graduação, mestrado (para candidatos ao doutorado), doutorado (para candidatos ao pós-doutorado); e carta de convite e certificado de que está empregado (para pesquisador). Há ainda documentos opcionais: certificado de proficiência em inglês e coreano, artigos publicados e prêmios. Toda a documentação deve ser apresentada em inglês ou coreano ou com tradução juramentada.
Há duas maneiras de se inscrever: por meio da embaixada (em que é possível se candidatar a três universidades de uma vez) ou diretamente na universidade escolhida. No primeiro caso, é preciso preparar e enviar à Embaixada da República da Coreia em Brasília (localizada no Setor de Embaixadas Norte, Avenida das Nações, Lote 14 – CEP: 70800-915) quatro envelopes que devem ser armazenados dentro de um maior: um com a documentação original e três com cópias autenticadas. No caso da candidatura diretamente na universidade, o interessado deverá enviar apenas um envelope com os documentos exigidos. Um grupo de candidatos será selecionado para uma entrevista por telefone, em inglês. Os aprovados deverão apresentar exames médicos.

O programa
No primeiro ano, o participante vai para um centro de idiomas para estudar a língua coreana, numa cidade diferente de onde fica a universidade. Após o término do curso, o estudante passa pelo teste de proficiência Topik (Test of Proficiency in Korean), e é preciso atingir pelo menos o nível 3, numa escala que vai até 6, para estar apto a participar da pós-graduação. Estudantes com nível avançado de coreano (níveis 5 ou 6 no Topik) são dispensadas do curso de línguas e recebem um bônus de 100 wons por mês. Durante o ano de curso de línguas, candidatos que alcançarem o nível avançado (5 ou 6) no Topik nos primeiros seis meses, poderão começar a pós-graduação antes.

Requisitos para participar
– Ser cidadão brasileiro, filho de pais brasileiros

– Ter menos de 40 anos de idade (ter nascido depois de 1º de setembro de 1977) ou ter menos de 45 anos até 1º de setembro de 2017 se trabalhar como professor no momento da candidatura

– Gozar de boa saúde, tanto física quanto mental (não é permitida a participação de candidatos cujos testes apontem uso de drogas ou com doenças graves que impeçam os estudos na Coreia por um longo período de tempo; pessoas com deficiência que não se encaixam nessas restrições podem participar)

– Ter, até 31 de agosto de 2017, diploma de graduação ou mestrado

– Obter uma média de pelo menos 80% de aproveitamento das notas da última instituição

– Ter excelente domínio da língua inglesa (é recomendada, embora não obrigatória, a apresentação de diploma de conclusão de curso ou certificado de proficiência no idioma)

– Não ter recebido previamente uma bolsa de estudos do governo da Coreia do Sul

Educação de ponta

Ranking das universidades da Coreia do Sul

Das 65 universidades disponíveis no programa, 26 aparecem no ranking 2016/2017 das melhores do mundo feito pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS). Confira quais são:

35º – Universidade Nacional de Seul

45º – Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia

83º – Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang

98º – Universidade da Coreia

106º – Universidade de Sungkyunkwan

112º – Universidade Yonsei

171º – Universidade de Hanyang

264° – Universidade de Kyung Hee

335° – Universidade de Mulheres Ewha

337° – Instituto Gwangju de Ciências e tecnologia

386º – Universidade Chung-Ang

Faixa: 411º – 420º – Universidade Sogang

Faixa: 431° – 440° – Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros

Faixa: 441° – 450° – Universidade Dongguk

Faixa: 451º – 460º – Universidade Nacional Pusan

Faixa: 501º – 550º – Universidade Nacional Chonbuk

Faixa: 551º – 600º – Universidade Inha

Faixa: 551º – 600º – Universidade de Ulsan

Faixa: 601º – 650º – Universidade Nacional Chonnam

Faixa: 601º – 650º – Universidade Hallym

Faixa: 601º – 650º – Universidade de Seul

Faixa: 651º – 700º – Universidade Nacional Kyungpook

Faixa: 651º – 700º – Universidade Yeungnam

701º – Universidade Nacional Chungnam

701º – Universidade Dankook

701° – Universidade Konkuk

Crédito: Ana Luiza Vinhote ( estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa)  do caderno EU Estudante do Correio Braziliense – disponível na internet 21/02/2017

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