Relatório aponta irregularidades no Instituto Butantan; diretor usou cartão corporativo nas férias, indicou ainda prestação de serviço por empresa que não existe. Quantidade de funcionários na presidência aumentou 1.350% entre 2011 e 2014.

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Uma auditoria no Instituto Butantan, um dos centros de pesquisa mais importantes do país, localizado na Zona Oeste de São Paulo, revelou uma série de graves falhas administrativas e financeiras, informou o SPTV desta segunda-feira (20). O instituto é vinculado ao governo do estado de São Paulo.

O levantamento foi concluído em 2015 e tem 186 páginas. A primeira parte do relatório traz um diagnóstico de 35 contratos do Instituto Butantan com fornecedores e prestadores de serviços. A auditoria recomendou que a Fundação Butantan revise todo o processo de licitação, pois existem várias falhas.

Um desses contratos é com uma empresa, a L’Equipe Alimentos, que ficou responsável pelo preparo e distribuição de refeições para os funcionários. Chamou a atenção dos auditores que a empresa foi criada exclusivamente para atender o instituto.

A empresa recebe de R$ 700 mil a R$ 800 mil por mês. Caso não consiga realizar o serviço por conta da demanda, ela subcontrata uma outra empresa, a Babette Alimentação, que não existe. Na Receita Federal, a Babette consta como empresa proibida de prestar serviços porque passou mais de cinco anos sem recolher impostos ou declarar o imposto de renda.

Além disso, a Fundação Butantan também dá vale refeição para os funcionários, que já recebem alimentação. Questionado pela reportagem, o advogado da L’Equipe Alimentação diz que a empresa presta serviços ao Butantan há mais de 10 anos, que todos os contratos foram assinados após concorrências públicas, e que tudo foi auditado e autorizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Nenhum representante da Babette Alimentação foi encontrado.

Os auditores encontraram outras irregularidades, como a quantidade de funcionários. Na presidência houve aumento de 1.350% no número de empregados entre 2011, quando o instituto tinha 2 empresados, e 2014, quando havia 29 executivos.

O relatório apontou que Jorge Kalil, que até 2015 acumulava o comando do instituto e da fundação, utilizou o cartão corporativo em período de férias e gerou despesas de mais de R$ 30 mil em passagens aéreas para Itália e Porto Rico.

Kalil está no exterior e, por telefone, disse à reportagem que usou o cartão corporativo porque foi convidado para um congresso na Itália e, como estava de férias, abriu mão do descanso e viajou a trabalho. Ele disse ainda que chegou a pagar pela viagem a Porto Rico, também por conta de um congresso, mas que ela foi cancelada e o dinheiro não foi gasto.

O presidente da Fundação Butantan desde agosto de 2015, André Franco Montoro Filho, pediu demissão há duas semanas por não concordar com a gestão de Jorge Kalil.

Crédito: Portal G1 – disponível na internet 21/02/2017

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