Terceirização: quem tudo quer nada tem.

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Como diz o ditado ‘quem tudo quer, nada tem’, ao intencionar tudo para si e oferecendo nada para nós, os empresários não terão nem uma coisa nem outra.

De tão cruel e criminoso, o Projeto de Lei de Terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados deixa o setor empresarial, que ajudou a parir o monstro, com mais problemas do que antes. A temperatura aumentou! Radicalização, afinal, se responde com radicalização.

É o que já ocorre no âmbito da Justiça, com partidos políticos buscando no Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do projeto que, na prática, dá uma chicana na Consolidação das Leis do Trabalho. Também já está projetada uma avalanche de ações trabalhistas para quando houver substituição do emprego formal pelo precarizado.

Igualmente se espera um tsunami de processos quando ocorrer a troca de regime empregatício para o exercício de função equivalente hoje protegida pela CLT. A tal segurança jurídica reivindicada pelo patronato já se esboroa.

É no âmbito sindical e organizativo, porém, que os empresários já encontram mais problemas. A selvageria do tipo de terceirização aprovada deu ainda mais combustível para os motores do movimento sindical, que já vêm em marcha crescente de mobilização, agitação e unificação.

Na categoria química e farmacêutica, que temos tido a confiança de organizar, já estamos lançando o Observatório da Terceirização. Isto significa que todo e cada movimento patronal pela precarização da mão de obra em nossa categoria será imediatamente identificado, denunciado e respondido à altura, com protestos, manifestações e greves.

Nada ficará sem resposta. Vamos combinar a ação sindical com denúncias a todos os meios legais. Unidos e organizados, os trabalhadores resistirão.

O sucesso do Dia Nacional de Lutas, em 15 de março, mostrou que o povo em geral, e os trabalhadores em especial, estamos cientes e conscientes das afrontas, ataques e riscos aos nossos legítimos direitos, arduamente conquistados. Se alguém esperava que a conjuntura de crise e o desemprego iriam nos calar ou intimidar, errou feio. Nesta hora mais aguda, o trabalhador e a trabalhadora atenderam ao chamado de suas lideranças, saíram às ruas e deixaram claro que não aceitam pagar o pato da lenga-lenga ultraliberal.

Como diz o ditado ‘quem tudo quer, nada tem’, ao intencionar tudo para si e oferecendo nada para nós, os empresários não terão nem uma coisa nem outra.

Crédito: Artigo publicado dia 31 /03/2017 na página do DIAP – disponível na internet 01/042017

Nota: O presente artigo não traduz a opinião do ASMETRO-SN. Sua publicação tem o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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