Em acordo com MP, CCR relata caixa dois a campanhas tucanas em SP

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A concessionária CCR e o Ministério Público de São Paulo acertaram um acordo de leniência em que a empresa admite o pagamento de R$ 30 milhões em caixa dois para campanhas no estado. Entre os nomes envolvidos estão dois ex-governadores:Geraldo Alckmin e José Serra e deputados estaduais. A CCR, por ser uma concessionária, era proibida de fazer doações eleitorais mesmo que legalmente.

O acordo, revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” estipula o pagamento de uma multa de R$ 81 milhões pela concessionária como reparação pelos crimes admitidos no acordo. Em maio deste ano, em relatos preliminares, executivos da empresa contaram aos promotores que a campanha de Geraldo Alckmin ao Palácio dos Bandeirantes, em 2010, recebeu dinheiro via caixa dois   da companhia. A empresa é comandada pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Camargo Correa.

Os funcionários confirmaram pagamentos de R$ 5 milhões em doações ilegais à campanha do tucano há oito anos, intermediados por um cunhado do ex-governador, Adhemar Ribeiro.

À época, Alckmin negou todas as acusações e destacou que continuava disposto a prestar os esclarecimentos necessários.

A CCR entrou na mira dos investigadores após a delação do operador Adir Assad, que afirmou ter intermediado R$ 45 milhões para a CCR por meio de diversas concessionárias de rodovias controladas pela empresa.

Em fevereiro deste ano, o GLOBO revelou que o ex-diretor da Dersa , Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, teria recebido comissões de Adir Assad. Paulo VIeira teria sido o responsável por indicar o operador para  a CCR. A defesa do ex-diretor negou qualquer envolvimento no esquema e qualquer relação com Assad.

Dos R$ 81 milhões, parte do valor (R$ 17 milhões) serão revertidos para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo. O acordo também significa o arquivamento do inquérito civil instaurado em março deste ano pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

Em nota, a CCR afirmou que  segue contribuindo com todas as autoridades públicas a fim de esclarecer fatos que envolvam a Companhia e suas controladas, além de promover ajustes na gestão da política de Governança e de Compliance, a partir da criação de novas vice-presidências.

“A CCR reafirma o compromisso em seguir modernizando a infraestrutura brasileira, oferecendo serviços de qualidade para os usuários no Brasil e no exterior”, disse a concessionária.

O GLOBO não conseguiu entrar em contato com os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin.

Credito: Dimitrius Dantas/O Globo – disponível na internet 30/11/2018

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