O preso rico e o preso pobre.

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A vida do rico e do pobre é diferente, ou melhor, desigual. Até mesmo quando estes cometem crimes e são presos. Vejamos, a seguir, algumas diferenças do rico X pobre:

O criminoso pobre, quando preso, leva porrada, é arrastado, algemado, enfiado em um cubículo de delegacia, onde apanha até não aguentar mais. A mídia não perdoa e mesmo sem provas estampa no jornal: “Bandido é preso, escracha!!!”. A família fica desesperada, não sabe nem para onde o preso foi levado. Na delegacia nada informam. Para os familiares visitarem o preso pobre têm todo um longo e burocrático processo, longas filas, carteirinha, espera pela carteirinha e depois as humilhações e revistas vexatórias, exigidas nas visitas. Sem dinheiro para advogado, esse preso pobre conta com as poucas economias da família para se sustentar e com a fé e a sorte para continuar vivo. Quanto à família deste preso pobre, resta conviver com a miséria e a dificuldade de sustentar os filhos, e ainda o preso – tarefa quase impossível.

De outra forma completamente oposta, o rico não é preso, ele se prepara para ser preso. Primeiro, ele é avisado antes, com informações privilegiadas, embarca em uma viagem a capital do mundo, Nova York, alegando ir fazer negócios, mas até agora nem um negócio foi apontado. Depois de um retiro de luxo, ele se dirige ao aeroporto, preparado, como se nada tivesse feito. Faz pose para fotos, concede entrevistas, faz o bom moço. No aeroporto, o que era foragido é tratado com todo cuidado, celebridade. Não é algemado. E mesmo sem diploma de nível superior, é encaminhado a uma cadeia mais reservada. A assessoria de imprensa do empresário não deixa de trabalhar, uma hora informam que a cadeia está lotada, outra hora descobrimos que a cadeia tem leitos sobrando, assessoria essa também paga com o dinheiro do povo. Seu advogado, um dos melhores do mundo, pago com nosso dinheiro, já prepara uma defesa impecável que será julgada por algum colega íntimo. E a família continua a curtir dos luxos, dos bilhões roubados.

Uma justiça de mentira. Seria preciso pagar propina para que toda população acreditasse ser de verdade. Para ser verdade, deveria sequestrar todos os bens desse senhor, deixá-lo pobre e pagar com esse dinheiro os que foram prejudicados.

Lamentável!

Crédito: Artigo publicado dia 31/01/2017 no JB Online  – disponível na web 01/02/2017  

Nota: O presente artigo não traduz a opinião do ASMETRO-SN. Sua publicação tem o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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