Operação Métis pode ter surgido por desejo de vingança. Senadores criticam operação e admitem pedir varreduras.

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A Operação Métis da PF que levou para a cadeia quatro policiais do Senado acusados de atrapalhar a Lava Jato surgiu ‘sem querer’ – ou, de um suposto desejo de vingança. Cercado pelo chefe Pedro Ricardo (agora preso), o agente legislativo policial Paulo Igor Bosco Silva virou alvo meses atrás de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por faltas no serviço, devido a cursos que frequentava. A sindicância interna é a de nº 00200.003838/2016-74 e ainda está aberta. Não conseguimos contato com Igor.

Deu nisso

O cerco do chefe teria motivado o agente a denunciar Pedro Ricardo por abuso de poder ao Ministério Público. E nas oitivas no MP, entregou o esquema das varreduras.

Missão externa

Não é de hoje que a Polícia Legislativa faz trabalhos externos. O chefe Pedro Ricardo fez agradados a senadores no início de 2013. Enviou dois agentes para Maceió.

Pé na porta

Lá, ajudaram a Polícia Civil a pegar ladrões que deram prejuízo de R$ 20 mil de senadores num golpe por telefone. Os agentes teriam visitado domicílios sem policiais.

Crédito: O Dia – disponível na web 25/10/2016 

Senadores criticam operação Métis e admitem pedir varreduras

DANIEL CARVALHO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – De volta ao trabalho nesta segunda-feira (24), senadores criticaram em plenário a Operação Métis, realizada no Senado na última sexta-feira (21), com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa que busca atrapalhar as investigações na Lava Jato. O senador José Medeiros (PSD-MT) foi o primeiro a discursar sobre o assunto, criticando as buscas nas dependências da Polícia Legislativa, no subsolo do Senado, e a prisão temporária de quatro agentes da organização, entre eles o diretor Pedro Ricardo Carvalho. Carvalho é o único deles que continua detido. “É bom que a gente esclareça, para que a gente não entre em guerra de corporações, para que a gente não entre na briga de vaidades feridas”, disse Medeiros, para quem é preciso cautela para “não demonizar os servidores”. De acordo com investigação da Polícia Federal, aparelhos de detecção de grampos em poder da Polícia Legislativa foram usados em seis imóveis ligados a dois senadores e dois ex-senadores: Fernando Collor (PTC-AL), Lobão Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Sarney (PMDB-MA). “Vou confessar uma coisa aqui: faço varredura constantemente no meu gabinete. Se isso for motivo de prisão, por favor, me algemem”, afirmou José Medeiros, que admitiu ter pedido uma varredura ainda não realizada. “O Pedro, que é o chefe da polícia, que não está me ouvindo, está me devendo uma varredura no meu gabinete. Não mandei por documento, mas solicitei também uma varredura”, afirmou o senador por Mato Grosso. Para o parlamentar, as varreduras são importantes porque ele e seus pares tratam de assuntos que “devem ser sigilosos, não porque seriam ilegais, mas por serem assuntos de interesse da Nação, assuntos que, por vezes, se fossem a público, poderiam derrubar o mercado, poderiam influenciar na Bolsa, porque são informações privilegiadas e poderiam trazer prejuízo à Nação”. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que presidiu a esvaziada sessão desta segunda-feira, fez um aparte para também criticar o “ato que exorbitou todas as competências”, pois “o funcionário agiu a partir de uma solicitação”. “A meu ver, foi um excesso, um abuso. Mas estamos vendo a desmoralização do Parlamento, desmoralização do Senado. Fica bonito até para o juiz autorizar uma prisão de servidores que estão ali no estrito cumprimento do seu dever funcional, como está garantido pelo Regimento Interno do Senado”, disse Lindbergh.

Crédito: Daniel Carvalho Brasília, df da Folhapress – disponível na web 25/10/2016

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