O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira que é preciso acabar com a ideia de que basta mudar o governo e todos os problemas estarão resolvidos, e reiterou que as reformas são necessárias para o país voltar a crescer e retomar a geração de emprego.
Ao abrir a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, desde que assumiu o governo, Temer ressaltou que a retomada do crescimento é a “prioridade número um do nosso povo, e portanto do nosso governo”, e destacou a necessidade de aprovação pelo Congresso das medidas de cortes de gastos públicos.
“Precisamos estancar a ideia de que bastou mudar o governo e tudo se transformou em um céu claro”, afirmou o presidente. “Três fases são indispensáveis: o combate à recessão, o crescimento e, como consequência, a retomada do emprego”.
Temer chamou de “ilusionismo” a maneira que a economia foi conduzida antes da mudança de governo, e que agora “a realidade bate à porta”.
“Nossa crise é de natureza fiscal. Por muito tempo o governo gastou mais do que podia. Agora a realidade bate à porta e cobra seu preço. Ao levantarmos o manto da chamada contabilidade criativa descobrimos que o déficit é de 170 bilhões de reais”, afirmou Temer.
De acordo com Temer, a crise fiscal “ruiu a confiança do empresário e do consumidor” e levou ao aumento do desemprego. “Esse descuido é pago pelo trabalhador, que sente os efeitos da irresponsabilidade no bolso”, disse.
“O Brasil não pode conviver com autocomplacência, temos que responder à urgência das reformas. Reformas são urgentes para pôr o Brasil nos trilhos, reformas que ficaram entorpecidas por passageira sensação de prosperidade”, afirmou.
Mais uma vez, o presidente defendeu que é preciso pacificar o Brasil, dizendo que é seu “objetivo principal”.
“Não há como continuar com o Brasil dividido. Dividido em ideias, não tem importância, em conceitos, não tem importância, A democracia vive de controvérsia”, defendeu. “Não pode é haver um cisão raivosa entre os vários brasileiros, nós que sempre tivemos a fama se ser conciliadores”.
Criado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chamado Conselhão é um órgão consultivo da Presidência da República, ligado à Casa Civil. Ao assumir efetivamente a presidência, Temer aumentou o número de membros de 92 para 96 e alterou sua composição.
Setores mais ligados a movimentos sociais e sindicatos, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o MST e a União Nacional dos Estudantes (UNE) saíram da composição, trocados por nomes como Paulo Skaf, da Federação das Indústrias de São Paulo, e o consultor Murillo de Aragão.
Outros, como a presidente do Conselho da Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, e o presidente do Conselho do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, foram mantidos.
Crédito: Reuters Brasil – disponível na web 22/11/2016