Ministro do Planejamento usou audiência no TCU para defender necessidade de reforma da Previdência.
O Brasil enfrenta um processo veloz de envelhecimento da população e, sem mudanças, se tornará “velho antes de se tornar rico”, disse nesta quarta-feira, 18, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
“É para evitar isso (uma crise fiscal) que temos de enfrentar uma solução negociada (para a questão da Previdência)”, afirmou em audiência pública no Tribunal de Contas da União (TCU). Ele defendeu a aprovação da reforma da Previdência.
Segundo Oliveira, se as pessoas ficarem desconfiadas sobre o investimento na dívida pública, uma monetização da economia levaria a um processo inflacionário associado e à recessão. “Precisamos evitar isso”, disse.
O ministro lembrou que a reforma da Previdência não afeta direitos adquiridos por quem já é aposentado ou pensionista, mas alertou que o tempo para que o Brasil faça mudanças sem comprometer esses direitos é curto. “A reforma deveria estar sendo defendida com unhas e dentes por aposentados e jovens”, disse Oliveira, lembrando que outros países cortaram benefícios.
“Estamos engajados para evitar retirada de direitos no Brasil, temos tempo. O teto deu confiança para que possamos tentar uma saída organizada dessa situação”, disse.
Oliveira ressaltou que o crescimento acelerado do déficit nos últimos anos se deve a indicadores que são positivos, como aumento de salários, da expectativa de vida e da formalização. “São positivos, mas o problema previdenciário é mais agudo também por esses fatores”, afirmou.
Segundo o ministro, devido ao crescimento das despesas com Previdência e à limitação imposta pelo teto de gastos, o governo terá que reorganizar suas políticas públicas, com a delegação de algumas funções para o setor privado.
Crédito: Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo – disponível na internet 19/10/2017