Nesta sexta-feira, o órgão informou que um macaco infectado morreu na Reserva Biológica de Tinguá, em Nova Iguaçu, uma das principais áreas de lazer na região. Segundo o estado, não há epidemias nem casos confirmados de pessoas infectadas. De acordo com a Secretaria de Saúde, 180 mil moradores de Nova Iguaçu já foram imunizados, menos de 30% da população.
A comerciante Marilene dos Santos, 56 anos, aproveitou a campanha para se vacinar com o marido, o militar Rogério Antônio, 53.
— Não estava alarmada até este macaco ser encontrado, estou construindo aqui perto da reserva e é melhor prevenir — diz.
Uma equipe de técnicos de enfermagem da Cruz Vermelha reforça o time de enfermeiros municipais na ação. São cerca de 15 pessoas no total. A vacina é aplicada no braço esquerdo, subcutânea.
— Tenho outras duas sobrinhas que estão vacinadas, só falta está, e não adianta um da família não estar vacinado. A doença mata — comenta.
Um dos poucos homens da fila, o auditor fiscal Nilo Cardoso Filho, 63, tomou a vacina depois de apresentar atestado médico, uma exigência para pessoas com mais de 60.
— Minha preocupação era minhas duas filhas, que viajam para todo lado. Mas diante do verão que vem aí e a proximidade da doença decidi tomar também. Uma pena ser num sábado, não poderei tomar aquela cerveja — conta.
A vacinação contra a febre amarela não é permitida para bebês com menos de nove meses e adultos com mais de 65.
— Meu marido e eu já vacinamos no ano passado, estávamos esperando nossa filha completar 1 ano para imunizar ela também – conta a manicure Alexandra Marques, 36, que levou a pequena Rebeca no carrinho de bebê até o posto de reforço.
Além do reforço, aberto diariamente das 7h às 17h, quatro postos de saúde na zona da mata funcionam em esquema especial aos sábados e domingos, das 8h às 17h. São eles: Tinguá, Rio d’Ouro, Jaceruba e Adranópolis.
— Não há motivo para pânico. Tem estoque suficiente para todo mundo. Das cem mil doses vieram 30 mil esta semana, restando 70 mil que virão na próxima terça-feira. Vamos manter esta unidade de reforço até 31 de janeiro funcionando todos os dias das 7h às 17h — informa o secretário municipal de saúde, Hildoberto Carneiro.
De acordo com o secretário, a campanha se estende com equipes orientando a população nas casas. No entanto, não há nenhum esquema de alerta a visitantes da reserva onde o macaco foi encontrado morto. Não há cartazes e restrições na entrada para a área de lazer, cheia de piscinas naturais rodeadas de bares, restaurantes e, o que é mais preocupante, a floresta, onde estão os mosquitos transmissores da forma Silvestre da doença.
— Pelo que eu sei é só uma campanha de prevenção, mas o acesso à área está liberado mesmo para quem não está vacinado — afirma o guia Alex Rocha, 36, que conduz turistas até as quedas d’água.
Nos fins de semana, a área de lazer atrai até 5 mil pessoas por dia.
Crédito: Bruno Calixto/O Globo -publicado dia 06/01/2018 – disponível na internet 08/01/2018
Secretaria Municipal de Saúde confirma aumento de casos de hepatite A no Morro do Vidigal
Venda de gelo por fábricas instaladas na comunidade também preocupa
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou o aumento de casos e disse que são “90 notificados, sendo 75 deles confirmados. O restante está sendo estudado para ver se se trata da doença. A SMS afirmou que “já adotou medidas iniciais de prevenção, controle e assistência, a partir da identificação do aumento no número de casos de hepatite A no Vidigal, na Zona Sul. As visitas domiciliares de agentes comunitários de saúde fazem parte da rotina e ocorrem independentemente do aumento no número de casos de hepatite A”.
A SMS informou também que “entre as ações das medidas iniciais de prevenção, está a coleta da água em oito pontos da comunidade para avaliação de qualidade e identificação da fonte de contaminação. A análise da água está sendo realizada em laboratórios de referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Vigilância Sanitária Municipal.”
Crédito: O Globo – disponível na internet 08/01/2018