O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta segunda-feira que o próximo governo não quer uma reforma da Previdência apressada, porque todos que tentaram impor isso goela abaixo se deram mal, mas espera aprová-la no primeiro ano.
Em entrevista coletiva, Onyx afirmou que o governo buscará uma reforma que dure 30 anos e vai procurar convencer durante a tramitação da reforma tanto os parlamentares como sociedade sobre sua necessidade.
Onyx também afirmou que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, sempre diz que a reforma da Previdência tem que ser feita com prudência, respeitando o direito das pessoas.
Crédito: Maria Carolina Marcello/Reuters Brasil – disponível na internet 04/12/2018
Onyx cita Chile e diz que Reforma da Previdência não pode ser açodada
O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, afirmou ontem(3), em coletiva de imprensa, que a equipe de governo defende a implantação de um regime de capitalização para a previdência social no Brasil. Ele citou como exemplo o modelo chileno, que desestatizou o setor na década de 1980 e cada trabalhador contribui para um fundo próprio de poupança, que é administrado por empresas privadas, que podem aplicar os recursos em investimentos. Na opinião de Onyx, o modelo pode impulsionar o crescimento do país no futuro.
“Isso é algo que a equipe sempre defendeu, um regime de capitalização (…) que permita que a sociedade brasileira possa se equiparar, talvez em 7 ou 8 anos, ao Chile, por exemplo. O Chile, com seu regime de capitalização, sustenta o crescimento chileno. Os especialistas dizem, nós temos hoje em torno de 15,5%, perto de 16% do PIB [Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços do país] de poupança interna. Se nós chegarmos a 19% ou 20%, o Brasil tem crescimento sustentável, com recursos próprios, de 3% ao ano, me média. Imagina, se o Brasil cresce uma década 3% ao ano, é emprego sobrando. Então a gente quer trabalhar com esses conceitos. A gente não quer remendo [para a Previdência], quer solução de longo prazo”, disse.
De acordo com Onyx, não pode haver “açodamento” na discussão da reforma da previdência no Brasil e citou a alta renovação do Congresso Nacional, a partir do ano que vem, como exemplo de que é preciso trabalhar com paciência bem pelo convencimento dos parlamentares. “Nós precisamos ter clareza de que metade da nova Câmara e metade do novo Senado são [parlamentares] novos. Eles precisam de um tempo para se adaptar, para conhecer a mecânica de funcionamento, então o governo não tem açodamento”.
Ele garantiu que o novo governo não “vai chegar aterrorizando” para vai forçar a aprovação de uma reforma pelos parlamentares e chegou a citar que tinha quatro anos para garantir a mudança no modelo de aposentadoria. Ao ser questionado se o governo já trabalhava com a hipótese de não aprovar a reforma ainda no primeiro ano de mandato, Onyx disse que o objetivo segue sendo esse.
“A gente quer aprovar no primeiro ano, mas a gente tem que reconhecer que a nossa dificuldade passar por um Congresso que vem bastante renovado, nós vamos precisar dialogar com esses parlamentares, eles vão precisar conhecer essa proposta em profundidade, e a gente precisa fazer direito”.
Agência Brasil de Notícias 04/12/2018