A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou ontem (1º) que decidiu interditar uma série de barragens por problemas de estabilidade. A agência reguladora informou inicialmente que 67 barragens seriam interditadas. Posteriormente, disse que revisaria o número, mas até o início da noite desta segunda-feira não atualizou a quantidade de barragens que seriam interditadas.
Agência de Mineração aponta problemas de estabilidade e interdita 56 barragens
Inicialmente, ANM informou ter interditado 67 barragens, mas depois revisou número. Problemas apontados são falta de documentos ou conclusão de que falta estabilidade.A ANM disse que as interdições foram motivadas pela ausência de documentação ou porque as informações encaminhadas pelas empresas apontaram falta de estabilidade nos empreendimentos.A decisão ocorre após a Vale ter divulgado informações atualizadas sobre as declarações de estabilidade de barragens utilizadas em suas operações. De acordo com a mineradora, foram renovadas as declarações de 80 estruturas que tinham validade até o dia 31/03. Por outro lado, não houve renovação para outras 17.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou nesta segunda-feira (1º) ter interditado 56 de barragens por problemas de estabilidade.
Inicialmente, a agência havia informado que 67 barragens haviam sido interditadas. Depois, o órgão informou que revisaria o número.
De acordo com a ANM, as barragens foram interditadas por falta de documentação (39) ou porque as informações enviadas pelas empresas apontaram falta de estabilidade nos empreendimentos (17).
Barragens interditadas por falta de documentação:
- Minas Gerais: 23
- São Paulo: 6
- Mato Grosso: 4
- Rio Grande do Sul: 2
- Goiás: 2
- Pará: 1
- Amapá: 1
Barragens interditadas porque as informações apontaram falta de estabilidade:
- Minas Gerais: 13
- Pará: 3
- Paraná: 1
O envio anual da Declaração de Condição de Estabilidade está previsto em lei, mas, em fevereiro, a ANM deu 30 dias de prazo para as empresas enviarem a documentação sobre as barragens do tipo “a montante”.
A decisão foi tomada após uma barragem da mineradora Vale romper em Brumadinho (MG), levando uma enxurrada de lama à região.
De acordo com as autoridades, mais de 200 mortes foram confirmadas. Outras cerca de 100 pessoas ainda estão desaparecidas.
Barragens da Vale
Mais cedo, nesta segunda-feira, a Vale enviou um informe ao mercado financeiro no qual disse que 17 barragens da empresa não conseguiram a declaração de estabilidade.
Segundo a Vale, não foram obtidas declarações de estabilidade para as barragens:
- Sul Superior, da mina de Gongo Soco (MG);
- B3/B4, da mina de Mar Azul (MG);
- Vargem Grande, do Complexo de Vargem Grande (MG);
- Forquilha I, Forquilha II, Forquilha III e Grupo, do complexo de Fábrica (MG).
No comunicado ao mercado, a mineradora informou ainda que outras 10 estruturas, com estudos complementares e obras de reforço já em andamento, também não obtiveram as Declarações de Condição de Estabilidade:
- Dique Auxiliar da Barragem 5, da Mina de Águas Claras;
- Dique B e barragem Capitão do Mato, da mina de Capitão do Mato;
- Barragem Maravilhas II, do complexo de Vargem Grande;
- Dique Taquaras, da mina de Mar Azul;
- Barragem Marés II, do complexo de Fábrica;
- Barragem Campo Grande, da mina de Alegria;
- Barragem Doutor, da mina de Timbopeba;
- Dique 02 do sistema de barragens de Pontal, do complexo de Itabira;
- Barragem VI, da mina do Córrego de Feijão.
Crédito: Laís Lis, G1 — Brasília – disponível na internet 02/04/2019