Líder do PR critica intromissão no Congresso. Já o secretário da Previdência defende a integralidade do texto encaminhado pelo governo
A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselman (PSL-SP), afirmou nesta quinta-feira (02) que outras modificações na reforma da Previdência (PEC 6/15), além da retirada das alterações no Benefício da Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, não deverão ser aceitas.
Segundo ela, se fizer mais concessões, a reforma pode não chegar ao objetivo do governo que é a economia de R$ 1 trilhão em dez anos.
“Os líderes já se manifestaram por uma mexida nesses dois pontos. Então como aqui é tudo no diálogo a gente sabe que pode haver mexida no BPC e no Rural. Agora, deu né? BPC e Rural deu, né? Porque se a gente começa a abrir concessão em vários pontos a gente faz uma reforma muito mais magra do que a gente precisa”, afirmou a parlamentar.
Informações
Hasselman também informou sobre a criação de um gabinete de inteligência, que vai ser comandado por um técnico do ministério da Economia, para tirar dúvidas de parlamentares e produzir conteúdos para que o deputado convença seu eleitorado da importância da reforma.
“É um grupo do ministério da Economia à disposição para trabalhar dando informações a parlamentares, explicando e tirando dúvidas em relação ao texto e para o parlamentar explicar ao eleitor a importância de aprovar a reforma”, explicou Joice.
Quem decide
Já o líder do PR, deputado Wellington Roberto (PB), defendeu um amplo debate sobre a proposta. Para ele, a decisão sobre o texto final da reforma da Previdência cabe aos parlamentares.
“Se quem decide são os deputados em votação, como o governo pode se antecipar e decidir pelo parlamento? O governo manda no governo, quem manda na Câmara são os deputados e deputadas. Se for nessa linha, a chance que o governo terá de aprovar a reforma da Previdência é zero”, declarou o líder.
BPC
O secretário da Previdência, Rogério Marinho, por outro lado, defendeu a integralidade do texto encaminhado pelo governo. Para ele, tanto as alterações propostas sobre o BPC quanto sobre a aposentadoria rural devem ser preservadas.
“Não tenho dúvida de que haverá sensibilidade do parlamento de entender que é necessário um cadastro mais rígido, mais correto no rural. Na questão do BPC, apesar das narrativas feitas o governo está antecipando uma assistência que só era dada aos 65 anos, E estamos falando de 2 milhões e 200 mil pessoas que serão beneficiadas por essa situação nos próximos 10 anos”, afirmou.
Agência Câmara de Notícias 03/05/2019
Marinho defende PEC da Previdência na íntegra e diz que não se discute mais se será aprovada
O secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse nesta quinta-feira que defenderá na íntegra a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência para honrar a assinatura que o presidente Jair Bolsonaro colocou no texto ao enviá-lo ao Congresso Nacional.
Em entrevista ao lado da líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), Marinho disse não ter dúvida que a proposta será aprovada, mas resta saber com que abrangência ela sairá do Congresso.
“Hoje não se discute mais se vai se aprovar ou não. É o tamanho da Previdência que será aprovada. E quanto maior o impacto fiscal, maior capacidade o governo terá de atender as capacidades legítimas da maioria da população brasileira”, disse o secretário.
Marinho esteve reunido com a líder do governo para acertar um “gabinete de inteligência”, um centro de informações a deputados com técnicos da equipe econômica de plantão para atender os parlamentares.
Ainda que ressalve a prerrogativa do Congresso de modificar o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma, lembrou que como representante do governo defenderá a aprovação da proposta original.
“Evidente que entendendo como funciona o Parlamento brasileiro, e eu tenho uma experiência de três mandatos, o que vem aqui para o Parlamento é aperfeiçoado, é modificado, é alterado, mas esse é um processo absolutamente natural e dentro da democracia. Agora, não é possível que o governo não defenda o que apresentou e nós vamos defender”, afirmou.
Para o secretário, o governo terá a oportunidade de defender o texto encaminhado durante a discussão da PEC na comissão especial, responsável pela análise do mérito da PEC.
Marinho cobrou ainda, um posicionamento mais convicto de governadores a favor da proposta, de forma a mobilizar deputados e votos favoráveis.
“O que estamos vendo é que alguns governadores precisam se comprometer mais com a reforma, que vai beneficiar o conjunto de Estados e municípios por todo o país”, disse o secretário, acrescentando que haverá oportunidade para que os gestores se posicionem de maneira mais explícita.
Crédito: Maria Carolina Marcello/Reuters Brasil – disponível na internet 03/05/2019