Governo sinaliza mudanças em agências reguladoras após fim de mandatos

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O presidente Jair Bolsonarodesabafou sobre o poder das agências reguladoras e sinalizou que mudanças ocorrerão a partir do término do mandato de alguns diretores. Para ele, algumas delas “atrapalham um pouco” e têm o poder de travar até mesmo alguns ministérios. O chefe do Executivo federal evitou, contudo, citar nominalmente quais reguladoras são o foco da insatisfação.  
 

A declaração foi feita na saída do Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (16/12), direcionada a seguidores durante a gravação de uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Ao ser questionado sobre um apoiador a respeito da Energisa, um dos principais grupos privados do setor elétrico, Bolsonaro disse que não pode interferir em contratos antigos. “Se eu interferir em contrato, outras empresas que querem investir no Brasil não vão vir mais”, comentou. 

Em seguida, o presidente fez um desabafo, comentando que o preço da energia é decidido pela “agência”, em referência à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Comentou, ainda, que gostaria de “mandar 10% do que, de fato, pode. Minutos depois desses comentários, ele iniciou o desabafo, direcionado aos apoiadores que o acompanhavam pela live. 

O presidente declarou que as reguladoras são responsáveis por “muitas coisas”. “Muita coisa quem define são as agências, que são autônomas, independentes, e seus integrantes têm mandatos. Então, muita crítica chega à minha pessoa, mas as agências que decidem. Essa é a regra do jogo, para o bem ou para o mal, eu não sei, as agências estão aí”, declarou. 

Trava

As agências, emendou Bolsonaro, foram criadas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Dei minha opinião sobre o que seria. Tem agência que tem poder de travar ministério, tá certo. É o jogo do poder aí em Brasília. Sabia que era assim e estou fazendo o possível para mudar muita coisa, mas não é fácil. Não é porque estou com bom humor sempre aqui que tá achando que estou ignorando os problemas que temos no Brasil”, destacou. 

Questionado pela imprensa sobre quais agências estaria se referindo, ele foi evasivo. “Não critiquei não, falei a realidade, que elas têm autonomia”, afirmou. Sinalizou, contudo, que, quando abrir a vacância na mudança de mandatos, o governo vai mandar para o Senado os indicados. “A gente pode mandar para o Senado, e o Senado aprova ou não aquele nome. Tem agência que atrapalha um pouco aí, e complica a negociação, mas tudo bem, não estou reclamando não, é a regra do jogo”, frisou.

Crpedito: Rodolfo Costa/ Correio Braziliense – disponível na i ternet 17/12/2019

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