Executivo encaminha proposta de LDO para 2021 com meta fiscal flexível e não prevê reajuste para servidores públicos

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Executivo encaminha proposta de LDO para 2021 com meta fiscal flexível

A equipe econômica definiu que a meta fiscal para 2021 dependerá das receitas projetadas menos as despesas apuradas conforme o teto dos gastos públicos definido pela Emenda Constitucional 95. A medida consta da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhada nesta quarta-feira (15) pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional.

Segundo o Ministério da Economia, a pandemia de Covid-19 e os efeitos do isolamento social impedem cálculos mais precisos sobre o desempenho da atividade econômica e, portanto, da arrecadação. Assim, diferentemente do que ocorreu no passado, a meta fiscal pela primeira vez terá de ser ancorada principalmente em despesas fixadas.

Em números, a proposta de LDO prevê inicialmente para 2021 como resultado primário ‒ receitas menos despesas antes do pagamento dos juros da dívida pública ‒ um déficit de R$ 149,6 bilhões para o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social). Diante das incertezas decorrentes da Covid-19, o cumprimento da meta fiscal dependerá ainda de privatizações e concessões e da aprovação de reformas estruturantes.

Para o governo, não é possível avaliar agora os eventuais rumos da economia brasileira ou do resto do mundo. Não obstante, a proposta de LDO está baseada em um crescimento projetado de 3,30% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, ante uma oscilação de 0,02% neste ano, ainda a ser revista. Previsão divulgada nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta recuo de 5,3% no PIB brasileiro em 2020.

Revisão anunciada
A entrega da proposta de LDO até 15 de abril é exigência da Constituição. Por isso, a equipe econômica já anunciou que, além da meta fiscal flexível, outros parâmetros anunciados nesta quarta-feira poderão ser objeto de atualizações antes da apresentação do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), em agosto, conforme também prevê a Constituição.

Entre eles estão a inflação acumulada (IPCA) neste ano, de 3,05%; a taxa básica de juros (Selic), de 3,77%; a taxa de câmbio, de R$ 4,42 por dólar; e o preço do barril de petróleo, de 41,87 dólares. Esses indicadores impactam tanto receitas e como despesas ‒ o salário mínimo previsto para 2021, de R$ 1.079, corrigirá o valor de benefícios sociais.

Calamidade pública
O Congresso reconheceu em março o estado de calamidade pública devido à pandemia, válido até dezembro. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê essa situação, durante a qual fica dispensado o cumprimento da meta fiscal e o contingenciamento (bloqueio) de despesas caso não existam receitas suficientes. Algumas sanções também são afastadas.

Para 2020, a meta fiscal prevista no Orçamento, um déficit primário para o governo central de R$ 124,1 bilhões, não precisará ser cumprida. O Tesouro Nacional, em decorrência dos gastos emergenciais para o combate à Covid-19, já projeta para este ano um déficit de R$ 600 bilhões. Com isso, a dívida pública deverá saltar de 60% para algo perto de 85% do PIB.

Lei orientadora
A LDO é uma lei de vigência anual que orienta a elaboração da proposta orçamentária e a execução do Orçamento no exercício seguinte. Além da meta fiscal, traz regras sobre ações prioritárias, transferência de recursos federais para os entes federados e o setor privado e sobre a fiscalização de obras executadas com recursos da União, entre outras.

O projeto da LDO será analisado agora no Congresso. A tramitação regular começa na Comissão Mista de Orçamento (CMO), que ainda não foi instalada nesta sessão legislativa. É no colegiado que as emendas são apresentadas e é indicado um relator. Pelo critério de rodízio entre Câmara e Senado, neste ano a relatoria do texto ficará com um senador.

Agência Câmara de Notícias 16/04/2020


LDO 2021 não prevê reajuste para servidores públicos

Imagem disponível na internet

Apesar de ainda estar tentando emplacar a proposta de congelar os salários dos servidores públicos, o governo federal já não projeta aumentos salariais para o funcionalismo público no próximo ano. A possibilidade de reajuste não consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, que foi apresentada nesta quarta-feira (15/04) pelo Ministério da Economia.

 
“Não está previsto, por enquanto, nenhum aumento”, admitiu o secretário de Orçamento Federal do Ministério da Economia, George Soares, quando foi questionado sobre o assunto na apresentação da LDO 2021.
 
“A única coisa que a LDO traz é a possibilidade de transformação de cargos e funções. Ou seja, trocar algum cargo por outro de mesmo valor ou trocar dois de menor valor para um de valor maior. […] No momento, na LDO, não tem abertura para aumento”, acrescentou Soares.
 
O secretário de Orçamento ainda disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano também não trata da realização de concursos públicos, mas lembrou que essa questão pode ser rediscutida na Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser apresenta em agosto.   
Por conta disso, a LDO 2021 prevê uma despesa de R$ 337,6 bilhões com pessoal e encargos sociais. Ou seja, 4,14% do PIB, em 2021. O valor é quase o mesmo que está previsto para este ano: R$ 325,7 bilhões – 4,21% do PIB. E reflete, portanto, apenas a variação da inflação.
 
Ainda não está claro, contudo, como o governo pretende avançar com a proposta de congelamento de salário dos servidores – proposta que vem sendo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelos secretários da equipe econômica e até pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas que sofre resistência do funcionalismo e de parte do Congresso. Isso porque, apesar do incentivo de Maia, o governo não disse se vai enviar essa proposta ao Legislativo ou se vai tratar do assunto apenas nas reformas econômicas, que devem ser retomadas após a crise do coronavírus.
 
Crédito: Marina Barbosa/ Correio Braziliense – disponível na internet 16/04/2020

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