Bolsonaro demite Maurício Valeixo, diretor da PF

0
405
DECRETO DE 23 DE ABRIL DE 2020

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,caput, inciso XXV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 2º-C da Lei nº 9.266, de 15 de março de 1996, resolve:

EXONERAR, a pedido,

MAURÍCIO LEITE VALEIXO do cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Brasília, 23 de abril de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Sérgio Moro

Publicado no DOU do dia 24/04/2020 Edição: 78 Seção: 2 Página: 1


Bolsonaro demite Maurício Valeixo, diretor da PF

Em ato publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro exonerou Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

Como antecipou a CNN, delegados e agentes da PF foram informados de que o ato de exoneração seria publicado nesta sexta-feira.

O ato é de “exoneração a pedido”. Na prática, Valeixo deixa o comando da PF por determinação de Bolsonaro.

Maurício Valeixo estava na direção geral da Polícia Federal por indicação do ministro da Justiça, Sergio Moro. Aliados do ministro afirmam que ele não deve ficar na pasta uma vez confirmada a demissão de Valeixo.

“É o momento ideal. As pessoas estão preocupadas se vão viver, se vão voltar a trabalhar, se vão comer, não estão pensando no comando da PF”, avaliou à coluna um experiente delegado da corporação, contrário à demissão.

Juízes federais, amigos de Moro, dizem que ele está no limite e que não quer manchar a biografia. Avaliam que uma porta de saída será a vaga no STF, a ser aberta ainda neste ano, com a aposentadoria de Celso de Mello.

Acham que ele poderia aguentar um pouco mais. Mas ninguém sabe se resistirá até lá. “Bolsonaro não tem condições de demitir Moro”, avaliou uma liderança da Câmara dos Deputados sobre o ministro ser uma referência anti corrupção e que sua saída trairia sequelas ao bolsonarismo.

Crédito: Basília Rodrigues e Diego Freire/CNN Brasil – disponível na internet 24/04/2020


Quem é Maurício Valeixo, diretor da PF, e os possíveis nomes para substituí-lo

Especialista em ações de inteligência e combate ao narcotráfico, o delegado Maurício Leite Valeixo foi escolhido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para assumir a direção da Polícia Federal (PF). Ele está no posto desde 2019, quando iniciou o governo Bolsonaro. Contudo, a relação entre ele e Moro já existia antes da respectiva nomeação. 
 

Em 2003, quando Valeixo comandava o inquérito da força-tarefa da Operação Banestado, Moro comandava a então recém-criada vara de Curitiba, que tem como especialidade casos de lavagem de dinheiro. O delegado também atuou na Operação Lava Jato. 

Além disso, Maurício Leite Valeixo foi ex-diretor de combate à corrupção, ex-chefe de inteligência e assumiu duas vezes o cargo de superintendente da Polícia Federal no Paraná, posto que ocupava antes de assumir a direção da PF.

No período de 2015 a 2017, Valeixo chefiou a Diretoria de Combate do Crime Organizado (Dicor), área que ganhou destaque na gestão de Moro no governo do presidente Jair Bolsonaro. 

Com mais de 20 anos de experiência, Valeixo havia assumido posto de diretor da PF com o objetivo de fortalecer a atuação da Polícia Federal no combate à corrupção e ao crime organizado. Assim como o ministro da Justiça, ele também é paranaense, natural da cidade de Mandaguaçu.

Presidente comunicou o ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre a mudança
Maurício Valeixo – Foto: Denis Ferreira Netto/ Estadão Conteúdo

Mudança na direção

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou ao ministro Sergio Moro, que irá substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. O ministro reagiu mal ao comunicado e avalia deixar o governo. Até o momento, três nomes são cotados para o posto: 

Anderson Gustavo Torres 

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, possui especialização em ciências policiais, investigação criminal e inteligência estratégica. Entre 2003 a 2005, Anderson coordenou investigações voltadas ao combate ao crime organizado na Superintendência da Polícia Federal, em Roraima. 

Ele também coordenou as ações de inteligência da PF na repressão a organizações criminosas de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, de 2007 a 2008.

Por quatro anos, Anderson dirigiu a área técnica e logística da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, onde permaneceu até 2011. Nos últimos anos, tem se dedicado às atividades parlamentares.

Alexandre Ramagem

O delegado Alexandre Ramagem é o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Durante a Operação Lava Jato, ele integrou a equipe de investigação e inteligência da polícia judiciária, em 2017. 

Anteriormente, Ramagem atuou na coordenação de grandes eventos, a exemplo da Conferência das Nações Unidas Rio+20, em 2012, da Copa das Confederações, em 2013, da Copa do Mundo de 2014 e, por fim, da Olimpíadas de 2016, que aconteceu no Rio de Janeiro.

Em 2018, Alexandre Ramagem assumiu a coordenação de recursos humanos da PF. 

Fabiano Bordignon

Fabiano Bordignon é diretor do Departamento Penitenciário (Depen). Delegado da Polícia Federal desde 2002, possui experiência na área prisional, no combate ao crime organizado e na cooperação internacional. Além disso, Bordignon é especialista em direito penal e criminologia.  

Por dois períodos, Fabiano atuou como diretor da Penitenciária Federal em Catanduvas, localizada no interior do estado do Paraná, sendo primeira prisão federal de segurança máxima inaugurada no país. 

Crédito: CNN Brasil – disponível na internet 24/04/2020

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, digite seu nome!