Congelamento dos Salários dos Servidores

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Bolsonaro vai decidir nesta quarta sobre veto a reajuste de servidores.

Bolsonaro vetará flexibilização do congelamento de salários de servidores.

Congresso deve derrubar veto de Bolsonaro a reajuste de servidores, diz relator.


Bolsonaro vai decidir nesta quarta sobre veto a reajuste de servidores 

Após prometer, no domingo, sancionar hoje o projeto de lei que trata do socorro emergencial aos entes federativos, o PLP 39/2020 — com veto para o dispositivo que flexibiliza o reajuste para algumas categorias, que foi aprovado pelo Congresso —, o presidente Jair Bolsonaro adiou mais uma vez a promessa feita ao ministro da Economia, Paulo Guedes, na semana passada.
 
“Conversei de manhã com Paulo Guedes. Economia trabalha na questão dos vetos, e vamos atender 100% o Paulo Guedes”, disse Bolsonaro, ontem à noite, ao chegar ao Palácio da Alvorada. O ministro solicitou ao presidente vetar a parte que exclui o congelamento de salários até dezembro de 2021 algumas categorias, como profissionais da saúde e da segurança pública, militares das Forças Armadas, assistentes sociais, professores e garis. A equipe econômica sugeriu dois vetos ao texto.
 
Bolsonaro informou que os vetos devem ser publicados até amanhã. “Talvez quarta-feira, vamos decidir. Servidor público vai estar congelado. A tendência neste ano é ter deflação, porque todo mundo perdeu poder aquisitivo, exceto servidor público”, disse. Segundo fontes palacianas, o limite para o prazo de veto é até dia 27, e a exclusão dos trechos está “em análise” pela assessoria jurídica da Casa Civil.
 
Líderes da oposição, porém, já se articulam para que os vetos prometidos por Bolsonaro sejam derrubados assim que eles chegarem ao Congresso. O líder do PDT no Senado, Weverton Rocha (MA), disse que a legenda “votará pela derrubada do veto”. O partido foi um dos que propuseram emendas para que garis, professores e servidores da assistência social “não tivessem seus salários congelados ou perdas trabalhistas”. Vale lembrar que o dispositivo que flexibiliza o congelamento foi, inclusive, defendido em plenário pelo líder do governo na Câmara, o deputado Vitor Hugo (PSL-GO), a pedido de Bolsonaro. Procurado, o parlamentar não comentou o assunto.
 
Na avaliação do relator do PLP 39/2019 na Câmara, o deputado Pedro Paulo (MDB-RJ), se o presidente não negociar com os parlamentares de forma a mostrar mais coerência no discurso, assumindo também o ônus da decisão, o veto poderá ser derrubado. “O sentimento do Congresso é de que se ele vetar do jeito Bolsonaro de ser, sem conversar com ninguém e sem passar uma mensagem com clareza, fazendo um apelo aos servidores para que não tenham aumento até o fim do ano que vem, os parlamentares vão manter o que foi aprovado pelas duas Casas”, afirmou o relator. Ele lembrou que, durante a tramitação da proposta havia dois governos: o da Economia, que defendia o congelamento como contrapartida para o socorro aos estados, e o dos militares e da área política, que era a favor das exceções. “O presidente precisa mostrar coesão dentro do governo e assumir o ônus da decisão defendida agora por ele no veto”, completou.
 
Assim como a equipe econômica, governadores e prefeitos também aguardam a sanção da lei para que os recursos sejam liberados rapidamente, segundo interlocutores. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) entende que nenhuma prefeitura terá condições de conceder reajuste, mesmo nas exceções. “O prefeito, se tiver condições, poderá fazer, e achamos justo. Mas a entidade entende que cada gestor tem competência para avaliar essa situação”, informou a entidade.
 
Contrapartida
O congelamento de salários de todos os servidores públicos por dois anos era a contrapartida exigida pelo Ministério da Economia para a elaboração do pacote emergencial da União para os entes federativos, de R$ 120 bilhões. Essa proposta foi elaborada pela pasta em conjunto com o Senado, em substituição ao “pacote-bomba” da Câmara que obrigava a União a cobrir as perdas com arrecadação de ICMS e de ISS de estados e municípios, sem impor um teto para essa despesa, conforme alegavam os técnicos da equipe de Guedes.
 
A economia inicial com o congelamento de salários por dois anos seria de R$ 130 bilhões para estados e municípios e de R$ 42 bilhões para os cofres da União. Como o prazo ficou em 18 meses, esses valores passariam para R$ 98 bilhões e R$ 29 bilhões, respectivamente, de acordo com dados da equipe econômica. O texto aprovado na Câmara, segundo a pasta, “reduziu o impacto para R$ 43 bilhões nas despesas totais, sendo R$ 28 bilhões para estados e municípios e R$ 15 bilhões, para a União”.
 
Conforme o PLP 39/2020, além do adiamento de R$ 60 bilhões da dívida com a União, o governo deverá repassar R$ 60 bilhões aos entes federativos exclusivamente para ações de combate ao coronavírus. Desse valor, R$ 7 bilhões serão repassados para os estados e R$ 3 bilhões para os municípios para adoção de medidas contra a pandemia. Outros R$ 50 bilhões vão compensar perdas com arrecadação de tributos, sendo R$ 30 bilhões para os estados e o DF e R$ 20 bilhões, aos municípios.
 
Renegociaçãode dívidas
O projeto ainda permite renegociação de dívidas com a União, com bancos públicos e com organismos internacionais. A equipe econômica também sugeriu o veto ao parágrafo que impede a União de executar garantias e contragarantias dos empréstimos neste ano em caso de não pagamento, aos entes internacionais e aos bancos públicos em 2020. O impacto negativo nos cofres públicos poderá variar de R$ 9 bilhões a R$ 22,8 bilhões, “dependendo do grau de adesão dos bancos públicos”.
Crédito: Rosana Hessel/ Correio Braziliense – disponível na internet  13/05/2020
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que atenderá o pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, e vetará o trecho que flexibiliza o congelamento de salários para algumas categorias dos servidores públicos no projeto de socorro a Estados e municípios. Ele sinalizou que deve sancionar o texto até quarta-feira.

O presidente lembra que, em função da crise, todos perderam o poder aquisitivo, com exceção dos servidores públicos. “O servidor público, grande maioria é consciente, sabe que se a economia não recuperar, não vai ter dinheiro para pagá-los. Não adianta ter um contracheque bonito, com número vultuosos, bônus, e vai no banco e não tem dinheiro”.

O presidente explicou que um dos fatores que determinou o adiamento da decisão sobre o veto foi um impasse sobre novos alunos da academia da Polícia Federal. De acordo com ele, o ex-ministro Sergio Moro teria decido que o curso começasse apenas após a pandemia do coronavírus.

Com o eventual congelamento até dezembro de 2021, esses alunos só poderiam começar a cursar a partir de 2022, disse.

“Seria uma injustiça deixar esse pessoal do lado de fora, esses 500 novos policiais federais. Não tem nada de despesa a maio. Reajuste não está previsto para ninguém. É para que eles possam cursar. Era para ter começado já esse curso. Atrasou porque ministro anterior quis que o novo curso esperasse a pandemia. Nesse esperar, apareceu esse projeto. Se a gente sancionar agora, esse jovens alunos poderão ter que adiar para 2022 o início do curso. Por isso, não resolvemos a questão do veto ou não veto hoje. Acho que até quarta-feira dá acertar tudo”.

Crédito:  Marcelo Ribeiro, Valor — Brasília – disponível na internet 13/05/2020

Este conteúdo foi publicado originalmente no site do Valor.


Congresso deve derrubar veto de Bolsonaro a reajuste de servidores, diz relator

É o que informa o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do projeto de socorro a estados e municípios. “Até porque para não derrubar seria necessário um presidente que conversasse com a sociedade, com o servidor público, com o Congresso, e não apenas reclamar e brigar”

O deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do projeto de socorro a Estados e municípios, avalia que o Congresso Nacional deverá derrubar o veto de Jair Bolsonaro ao artigo que livra categorias de servidores do congelamento de salários até o fim de 2021.

“Acho difícil não derrubar”, dizia o parlamentar ao jornal O Estado de S.Paulo. “Até porque para não derrubar seria necessário um presidente que conversasse com a sociedade, com o servidor público, com o Congresso, e não apenas reclamar e brigar. Assim, não se consegue nada, só derrotas”, complementa. 

Bolsonaro afirmou que até esta quarta-feira (13) deve sancionar o projeto de socorro aos Estados com veto à possibilidade de aumento salarial.

O congelamento integral garantiria uma economia de R$ 130 bilhões à União, aos estados e aos municípios brasileiros. Da forma como foi aprovado no Congresso, o texto dá alívio de apenas R$ 43 bilhões.

Crédito: Brasil 247 – disponível na internet 13/05/2020

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