Além da casa de Bullos, policiais vão a endereços ligados aos fiscais: Tancredo Antunes Xavier, Tiago Lira Gonçalves, Leandro Macedo Peixoto, Marcelo Leite Ribeiro, Mário Jorge Lima de Carvalho e Jorge Oliveira Duarte Júnior. Todos já estavam presos.
Os investigadores estão em diversos bairros do Rio, como Recreio dos Bandeirantes, Freguesia e Realengo, ambos na Zona Oeste. Além de Ramos, Engenho de Dentro, Brás de Pina e Penha, na Zona Norte, todos ligados aos suspeitos.
Os mandados foram expedidos pela juíza Viviane Tovar de Mattos Abrahão, da 1ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.
A investigação que culminou na prisão dos servidores e que agora resulta em buscas e apreensões começou no fim de julho quando a DRCPIM descobriu que os funcionários públicos estavam se passando por investigadores da especializada para extorquir comerciantes na Baixada para que eles não fossem alvos de fiscalizações e de multas ou não tivessem as mercadorias confiscadas.
Para os investigadores, o chefe da organização criminosa é Fábio Mathias Bullos. Já o servidor público concursado Mário Jorge era o responsável por recolher o dinheiro da quadrilha, de acordo com a Polícia Civil. Na manhã desta segunda-feira os agentes estiveram na casa dele no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
No carro de Bullos os investigadores encontraram diversos autos de infração escondidos. Além disso, acharam dezenas de anotações que indicavam o recebimento e pagamento de propina à servidores.
Parte do material apreendido nesta manhã são provas de identificação de outros membros da quadrilha ainda não investigados. As investigações seguem em segredo de Justiça.
Para o delegado Mauricio Demétrio Afonso Alves, titular da DRCPIM, outros servidores podem estar envolvidos no esquema.
— Isso é a continuidade das investigações para identificar possíveis membros da quadrilha que ainda estão soltos — afirmou.
Após a denúncia, o grupo começou a ser monitorado e no dia 7 de agosto e foi preso em uma falsa operação que para extorquir dinheiro de empresários. No momento das prisões, os policiais encontraram cerca de R$ 4 mil com os funcionários.
Três dias após a prisão, em 10 de agosto, o governador afastado Wilson Witzel (PSC) exonerou o presidente do órgão, o engenheiro Luís Machado dos Santos que ocupava a cadeira há apenas dois meses. Desde então, a autarquia está sem comando.
Nos bastidores, há a informação de que a nomeação de Luís Machado ao cargo faria parte de uma articulação de Witzel para tentar barrar o impeachment na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ele seria indicado pelo deputado Renato Zaca.
A Polícia Civil apura se Luís Machado tinha conhecimento da prática criminosa. Em depoimento na Cidade da Polícia, no Jacaré, no mês passado, o então comandante do órgão negou.
O EXTRA ainda não conseguiu falar com a defesa dos citados.
O governo do estado ainda não se pronunciou sobre a falta de um presidente no Ipem.
Empresários confirmam pagamento de propina
Nos últimos dias, a DRCPIM ouviu mais de 50 comerciantes, muitos deles com boxes no Feirão das Malhas, em Duque de Caxias. Aos investigadores, as vítimas contaram que o bando liderado por Bullos intimidava principalmente empresários que não falam português e não sabem das legislações brasileiras.
À Polícia Civil, uma testemunha ligada à direção do Centro Comercial contou que os funcionários exigiam R$ 100 de cada lojista, por semana, “para que eles funcionassem sem problemas”. Além disso, a direção do espaço tinha que pagar mais R$ 1 mil.
Vários alvos da quadirlha
Existem pelo menos 20 casos envolvendo essa quadrilha sendo investigados em diversas delegacias. Entre os alvos do bando, estão postos de gasolinas, supermercados, centros comerciais e até shoppings da Baixada Fluminense e de outros municípios.
Uma parte importante do sistema sinmetro que está literalmente abandonado, e este problema não é só do Ipem rj, Goiás teve problemas há pouco tempo e demais órgãos da rede também passam por tal problema. Tá mais que na hora do Inmetro tratar os ipems como verdadeiros parceiros e não um órgão a parte.
O Inmetro faz um trabalho impecável, com reconhecimento nacional e internacional nas áreas de metrologia e qualidade.
Muito triste ver o crime organizado conseguir se infiltrar em áreas tão importantes como a defesa do consumidor. As atividades do Inmetro não podem estar vinculadas a essas atividades de jeito algum.