Inmetro 4.0: Instituto utiliza recursos de TI para monitorar o desempenho dos organismos de inspeção de equipamentos para transporte de cargas perigosas
A ferramenta, que é o resultado de uma pesquisa de mestrado, apoia a averiguação humana, até então feita por avaliadores do Inmetro, das fotos comprobatórias dos ensaios realizados pelos laboratórios acreditados nesses tanques para verificar se os equipamentos estão conformes com os requisitos técnicos de segurança.
Em outras palavras, o algoritmo substitui o olhar humano na tarefa de identificar possíveis irregularidades que venham a ser cometidas pelos organismos de inspeção que devem zelar pela conformidade de todos os itens para que o transporte de cargas perigosas (gasolina, amônia, diesel e outros potenciais explosivos) seja feito de forma segura.
De acordo com a norma (NIT DIOIS 019) do Inmetro, os organismos de inspeção devem encaminhar ao Instituto imagens (fotos e filmagens) dos procedimentos de inspeção para posterior averiguação de que os requisitos técnicos foram respeitados e seguidos pelos laboratórios. O objetivo é detectar irregularidades, indícios de irregularidades e fraudes para municiar o avaliador com uma ferramenta que dê mais eficiência ao seu trabalho.
Acervo de imagem
“Essa solução nos resolveu um problema real. Precisamos monitorar o serviço dos organismos de inspeção, mas esse trabalho passou a ficar muito difícil por causa da grande quantidade de fotos e filmagens que se acumulou. Ficou um número muito grande de informações para serem processadas, dificultando todo esse trabalho de averiguação”, relata Guilherme Pedrosa, chefe da Divisão de Verificação de Organismos de Inspeção (Diois) do Inmetro.
Para ter ideia, entre 2018 e meados de 2020, a Diois armazenou quase 1 milhão (991.941) de imagens resultantes de 123.236 inspeções realizadas no período. “O meu trabalho consiste em construir um algoritmo inteligente e treiná-lo para classificar imagens e detectar objetos para apoiar o avaliador humano”, explica Pablo Ortiz, pesquisador da Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação (Ctinf) e autor da pesquisa para o mestrado do Inmetro. “É muito interessante essa aplicação do mestrado do Inmetro para o benefício do próprio Instituto, resolvendo problemas reais”, completa.
Após a varredura nesse acervo de quase 1 milhão de imagens, concluiu-se que 21,5% (26.539) das inspeções continham indícios de não conformidades. Vale ressaltar que a análise automática levou cerca de 7 dias. Estima-se que, se mantido o processo manual de averiguação, seriam necessários 107 avaliadores trabalhando em tempo integral por um ano para averiguar todas as imagens.
Como funciona
O organismo de inspeção deve enviar ao Inmetro fotos que comprovem que está realizando suas tarefas corretamente, de acordo com a regulamentação vigente. O algoritmo reconhece automaticamente os objetos em cada imagem e a informação é utilizada para identificar suspeitas de irregularidade. “Na busca de irregularidades em amostra de inspeções, o algoritmo apresentou 98% de exatidão na identificação de verdadeiro-positivo e verdadeiro-negativo”, sublinha Ortiz.
Para Pedrosa, a adoção dessa tecnologia gerou dois aspectos extremamente importantes para a atividade de monitoramento dos laboratórios de inspeção – efetividade e agilidade nos processos. “Com esta solução, sairemos de uma abordagem de adicionar requisitos para os acreditados e passamos a monitorar diretamente o seu desempenho”, conclui.
Fonte: https://www.gov.br/inmetro/pt-br/assuntos/noticias/inmetro-4-0-instituto-utiliza-recursos-de-ti-para-monitorar-o-desempenho-dos-organismos-de-inspecao-de-equipamentos-para-transporte-de-cargas-perigosas