Mais de 240 mil cargos estão vagos em órgãos federais, apontam dados oficiais
Dados oficiais do governo federal, disponíveis no Portal Brasileiro de Dados Abertos, mostram o quão grande é o déficit de pessoal no serviço público do país.
Em maio, 189 órgãos e entidades do Poder Executivo Federal Civil tinham cargos efetivos vagos.
Estavam desocupados 240.215 postos de trabalho em um universo de 730.961 vagas aprovadas por lei.
A situação é mais crítica no Ministério da Economia, com 40.277 cargos vagos; no Ministério da Saúde, com 36.346; no Ministério da Educação, com 34.398; e no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com 23.527.
O levantamento não considera o Banco Central e a Agência Brasileira de Inteligência.
Os números são gerados pelo Ministério da Economia, responsável pela gestão de pessoas no Executivo Federal.
A coluna procurou a pasta na manhã da última terça-feira, com questionamentos sobre a vacância, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Também foram pedidos esclarecimentos ao INSS e aos ministérios da Educação e da Saúde, mas não houve retorno.
— Hoje, 1,8 milhão de pedidos de aposentadoria estão na fila para análise do INSS. O governo tem apostado todas as fichas no teleatendimento. Mas imagine isso para um idoso com dificuldade de usar a tecnologia. Há risco de muitas pessoas ficarem sem benefício.
Precarização do trabalho e dos serviços
Para a coordenadora geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Camila Marques, o número elevado de cargos vagos no Ministério da Educação é resultado da falta de investimentos federais no setor, o que tem feito profissionais desistirem da carreira. Ela afirma que é comum os servidores, sobrecarregados, adoecerem devido ao aumento de pressões e cobranças.
O mesmo problema é vivido por quem atua no Ministério da Saúde. Segundo a diretora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ), Cristiane Gerardo, o último concurso da pasta foi em 2005. Desde então, o governo vem apostando em contratos temporários, de no máximo dois anos.
— Treinamos pessoas que logo vão sair da rede federal, levando a expertise construída com dinheiro público. Isso ainda faz com que, de tempos em tempos, mais leitos sejam fechados — pontua.
Crédito: Camilla Muniz/ Jornal Extra – @internet 14/06/2021