Resultado sai em 90 minutos após acionamento de um botão e tem precisão semelhante aos exames de PCR, considerados padrão ouro para detectar o vírus SARS-CoV-2.
Pesquisadores do Wyss Institute, da Universidade de Harvard, e do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, desenvolveram um tipo de teste de Covid-19 que pode ser instalado em máscaras e que é capaz de entregar o resultado menos de duas horas após ser ativado. A descoberta foi divulgada nesta segunda-feira (28) na revista “Nature Biotechnology”.
Trata-se de um dispositivo com um tecido reagente que é instalado previamente na máscara. Quem usa o acessório pode ativar o teste a partir de um botão.
De acordo com os pesquisadores, o resultado é obtido em 90 minutos e entrega um nível de precisão semelhante aos exames do tipo PCR — aquele feito normalmente com um dispositivo semelhante a um cotonete.
“Nós encolhemos um laboratório inteiro de diagnóstico em um pequeno sensor sintético e biológico que funciona em qualquer máscara e combina a alta precisão dos testes PCR com a rapidez e baixo custo de testes de antígeno”, disse à “The Harvard Gazette” o co-autor Peter Nguyen, cientista no Instituto Wyss que participou da pesquisa.
“Nossos biossensores podem também ser integrados em outros tecidos para fornecer detecção rápida de itens perigosos, como vírus, bactérias, toxinas e agentes químicos”, acrescenta Nguyen.
A explicação para o funcionamento está no nível molecular, muito além do que microscópios comuns conseguem alcançar. Para fabricar o material, os pesquisadores extraíram e congelaram a seco os elementos das moléculas que as células humanas usam para ler o DNA e sintetizar RNA e proteínas.
Para que sejam ativadas, essas pequenas máquinas de nossas células precisam apenas de água. Com o acréscimo de circuitos genéticos para fazer minúsculos biosensores, o dispositivo funciona para detectar a infecção pelo coronavírus a partir de moléculas alvo, presentes na estrutura do SARS-CoV-2.
Ideia pré-pandemia
O sensor de coronavírus é uma ideia anterior à pandemia de Covid-19: os pesquisadores buscavam dispositivos para encontrar o vírus Zika, durante os surtos em 2015 que preocuparam órgãos de saúde internacionais.
Com a pandemia, os esforços se concentraram em encontrar formas de ajudar a combater a pandemia. E o dispositivo, que seria aplicado em outros tipos de vestimenta, finalmente foi acoplado a máscaras de proteção.
“Estou especialmente orgulhoso em como nossa equipe trabalhou em conjunto na pandemia para criar soluções aplicáveis para responder a alguns dos desafios de testagem mundiais”, disse o pesquisador Jim Collins, integrante da Wyss Core Faculty.
Crédito: Portal do G1 – disponível na internet 29/06/2021