A ferramenta já superou transações bancárias que eram habitualmente usadas pelos brasileiros, como o TED e o DOC
Veja os seis golpes mais comuns envolvendo o Pix:
1 – Falsos funcionários
2 – Falso sequestro
3 – Golpe do “bug”
4 – Phishing
5 – Clonagem de WhatsApp
De posse desse código, o criminoso consegue clonar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, o fraudador envia uma série de mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, para pedir dinheiro emprestado por transferência via Pix.
6 – Engenharia social no WhatsApp
Dicas de especialistas
Advogado especialista em cobrança e direito do consumidor e sócio da Morais Advogados, Afonso Morais alerta que apesar de alguns golpes serem mais comuns que outros, como é o caso da clonagem do WhatsApp, nem sempre os criminosos precisam recorrer a aplicativos intermediários para aplicar as fraudes.
“Um alerta importante é sobre a necessidade de cuidado com a exposição de dados em redes sociais. Fique atento a sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário. Além disso, recebendo mensagem de alguém que afirmar ter mudado o número, certifique-se dessa informação”, alerta Morais.
Alessandra Raposo Maia, servidora pública do Distrito Federal, caiu no golpe da clonagem de WhatsApp. Os criminosos entraram em contato com pessoas próximas e tentaram fazer com que essas pessoas, do convívio da servidora, transferissem quantias através do Pix, o que, segundo ela, gerou uma situação de angústia e indignação.
“Foi uma situação angustiante, pois os criminosos tentaram se passar por mim e pedir dinheiro para os contatos da minha agenda telefônica. Tive que reinstalar o aplicativo e colocar o código de segurança e ativar a verificação em dois fatores no aplicativo. Também fiz o boletim de ocorrência no site da Polícia Civil do DF. No final, foi tudo resolvido”, relata Alessandra.
“Para que o usuário possa evitar ser vítima de um golpe cibernético, é importante que ele não clique em links encaminhados via WhatsApp, mensagem ou e-mail, sobretudo, porque as instituições bancárias já noticiaram que não fazem nenhum contato via esses canais, e não forneça códigos de ativação encaminhados ao próprio celular”, relembra Marques.
Rolse de Paula, especialista em direito aplicado e diretora da Associação Brasileira dos Advogados (ABA), em Curitiba ensina, para quem for vítima de um dos golpes, como agir no primeiro momento.
“Entrar, imediatamente, em contato com a instituição financeira para qual foi destinada, a priori, o pagamento. Caso a instituição não dê o tratamento adequado, o usuário deve entrar em contato com o Banco Central, pelo telefone 145. Também é recomendável registrar um Boletim de Ocorrência, para buscar maior respaldo na reclamação dirigida, bem como para utilizar em uma futura (ou possível) ação judicial”, explica.
Histórico do Pix
A ferramenta foi lançadas pelo Banco Central, em 16 de novembro do ano passado, para facilitar transferências e pagamentos no dia a dia. A função principal do Pix, segundo a instituição financeira, é baixar custos e aumentar a velocidade das operações. O serviço fica disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e em todos os dias no ano.
Ao contrário de tempos passados, quando, para que uma pessoa pudesse transferir um valor para outra, precisaria ter informações de conta, agência e instituição financeira, para efetuar uma transação no Pix basta ter o número do celular, CPF ou CNPJ, e-mail ou, ainda, um número aleatório.
Um mês depois de sua implantação, em dezembro, o Pix já correspondia a 30% das transações bancárias. Apenas um mês depois, a modalidade ultrapassou os TEDs e DOCs.
A advogada Rolse de Paula explica que o método é muito seguro, mas nem por isso o cuidado é dispensável. Outro detalhe relevante, segundo a especialista, é que o Banco Central estabeleceu mecanismos de prevenção aos chamados ataques de leitura, considerando, entre outras situações, a quantidade de consultas de chaves feitas por um usuário, principalmente quando elas resultam em transferências efetivas.
“As instituições financeiras e de pagamentos que aderiram ao Pix estão sujeitas à regulação sobre segurança cibernética e proteção de dados, com a implementação de sistemas possuindo diversas medidas de segurança, como criptografia e autenticação, deixando esses arranjos de pagamento tão seguros quanto os já conhecidos TED e DOC. Ao menos é essa a intenção”, declara.
Crédito: Mariana Costa/ Metrópoles – @internet 12/07/2021