Artigo Vencedor do “Premio da Categoria Tecnologia”
Equipamento para medição de NOx específico (g/kW.h) em veículo para diagnóstico do sistema de controle de emissões
O controle dos gases lançados na atmosfera através da queima de combustível fóssil
demanda um grande esforço coordenado por parte dos governos, fabricantes de
sensores, sistemistas e montadoras.
Atender ao PROCONVE P-7 requereu intenso trabalho de preparação, investimentos em equipamentos para desenvolvimento e homologação, longas campanhas de validação e, por fim, treinamento da rede de concessionárias e reparadores independentes.
Todo este esforço acaba se perdendo à medida que – por má fé, falta de conhecimento dos reparadores ou por falta de peças de reposição – o usuário do veículo opta por adulterar o funcionamento do sistema de controle de emissões.
São diversas os artifícios utilizados, desde a mais comum por alteração do reagente
ARLA32 (diluição com água, ureia não certificada etc.) até emuladores que inibem
funcionamento do sistema de dosagem.
Ainda que passiveis de detecção em campo, as taxas de destes tipo de fraude ( ~12% em 146 veículos, como apontado em [1]) e seus efeitos em termos de emissões são extremamente preocupantes: o uso prolongado de ARLA adulterada pode danificar o catalisador e componentes de injeção e o uso de emuladores eleva a emissão a níveis cerca de 4,7 vezes maiores que com o sistema em funcionamento, conforme verificado na referência [2].
Mesmo sem uma base de dados consolidada, os autores confirmam – pela iteração com as oficinas – relatos de problemas recorrentes de catalisadores e sistemas de injeção contaminados.
Há ainda relatos de alterações promovidos por terceiros na central de controle do motor, visando inibir as funções de controle de poluição (válvulas EGR, detecção de falha em DPF, dosagem de ARLA, etc.) por meio de modificações em mapas de funcionamento das estratégias de controle.
Estes ajustes se assemelham à conhecida prática de “chipar o motor” que antes visava, sobretudo, aumentar a potência para além da original de fábrica.
Esta modalidade é de difícil detecção no âmbito de controle da poluição, uma vez que acabam por inibir o funcionamento dos monitores OBD mesmo sem a presença de um emulador físico na rede CAN (o qual materializa o crime).
Desde 2012 até fevereiro de 2020, cerca de 900.000 caminhões e ônibus foram licenciados no Brasil [3]. Até a entrara em vigor da fase P-8 do PROCONVE em 2022/23, mais de um milhão de veículos P-7 poderão estar em circulação.
Considerando as curvas de utilização e sucateamento (idade média de 15 a 20 anos),
levantadas pelo inventario nacional de emissões atmosféricas por veículos automotores rodoviários [4], estes veículos serão responsáveis por parte considerável das emissões veiculares da próxima década.
A medida que a implementação do PROCONVE fase P-8 corrige falhas regulatórias no diagnostico a bordo (OBD) [5] – abertas por lacunas de regulação, conforme descreve [6] – não se pode deixar de lado os milhares de veículos já nas ruas com sistemas inoperantes ou falhos, pondo em xeque os benefícios ambientais almejados.
A proposta deste trabalho, é apresentar um equipamento que se destina a aprimorar
o diagnóstico das oficinas, possibilitando o uso dos dados da rede para a leitura do NOx em g/kWh e que se fazem significativas em condições de carga não atingias com o veículo estático.
Como diferencial do produto, tem-se a utilização de um sensor NOx automotivo aferido adicionado ao sistema, de modo a dissociar possíveis falhas de leitura do sensor do veículo e permitir a quantificação em veículos que não possuem esse sensor.
Desta forma, tem-se uma modalidade de PEMS (do inglês, Portable Emission Measurement System) de custo acessível, capaz de ser empregado na detecção de falhas iminentes de componentes (marginal à detecção via OBD) e na materialização de fraudes por inibição do sistema de controle da poluição, caracterizadas por alta emissão em condições normais de uso.
acesse a íntegra do artigo >>> PAPER AEA MEIO AMBIENTE OK
Assista a premiação da categoria tecnologia a partir do minuto 57
Crédito: XIV Prêmio AEA de Meio Ambiente (AEA – Associação de Engenharia Automotiva) @disponível na internet e no YouTube 29/09/2021