Fiocruz lança cartilha com orientações para natal e réveillon seguros. “Proteja você e sua família.”

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O Observatório Covid-19 Fiocruz alertou ontem (13) que, embora o Brasil registre atualmente queda nos principais indicadores da doença, em função da campanha de imunização, a pandemia ainda não acabou. Assim como no fim do ano passado surgiu a Delta, a descoberta da nova variante, Ômicron, representa um alerta sobre a pandemia e os cuidados necessários durante as festas de fim de ano.

Por isso, o Observatório diz que é fundamental avançar na vacinação e manter as medidas adicionais de proteção. Com esse objetivo, o observatório lançou nesta segunda-feira uma nova cartilha, que engloba um conjunto de orientações sobre formas mais seguras de passar o natal e o réveillon e diminuir os riscos de transmissão da covid-19 no período.

As recomendações contidas na cartilha também serão divulgadas em formato de cards informativos para compartilhamento pelo WhatsApp e outras redes sociais, bem como por uma enquete nas redes, que simula um jogo para a pessoa que deseja ir a um encontro de fim de ano da maneira mais segura possível. 

Mensagem principal

Esta é a segunda edição da cartilha, cuja mensagem principal é a vacinação como forma mais importante de proteção. Algumas das recomendações formuladas na edição do ano passado continuam valendo, especialmente para aquelas pessoas que não sabem se todos os que estarão presentes nos encontros e eventos de fim de ano foram vacinados, se são do grupo de risco, ou mais vulneráveis, como os idosos, ou se há crianças na família que ainda não se vacinaram.

A cartilha traz orientações sobre a participação em eventos familiares e pequenos encontros entre amigos, já que as aglomerações ainda devem ser evitadas.

Segundo os pesquisadores do observatório, as recomendações sugeridas podem e devem ser compartilhadas e discutidas em família, grupos de amigos, nos locais de trabalho, nas comunidades e em outros coletivos. O objetivo é esclarecer, dialogar e pactuar estratégias solidárias e conscientes para que as pessoas possam manter as festas cuidando umas das outras, e também incentivar parentes, amigos e colegas de trabalho não imunizados a se vacinar.

A última edição do Boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz enfatiza que a proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares, além do aquecimento do turismo, aumenta a circulação de pessoas nas ruas e impõe especial atenção sobre o monitoramento da intensidade dessa movimentação.

Segundo o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Carlos Machado, o cenário atual é mais favorável do que o do ano passado, mas ainda é preciso  manter-se alerta, especialmente diante das incertezas relacionadas à nova variante do coronavírus e à intensidade de circulação de pessoas nesse período do ano.

“Por isso, reforçamos que o principal cuidado neste fim de 2021 é garantir que todos estejam vacinados com o esquema completo, incluindo a dose de reforço, caso a pessoa já tenha essa indicação. Para quem ainda não está com o esquema completo, recomendamos que vá ao posto de saúde 14 dias antes do evento para que possa estar protegido e ajudar a proteger os outros também”, disse Machado. Estar vacinado é o melhor presente neste fim de ano e aconselhou, afirmou Machado, aconselhando: “Proteja você e sua família.”

Agência Brasil de Notícias 14/12/2021

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Boletim Covid-19: passaporte de vacinas é medida fundamental de saúde pública

A nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgada nesta sexta-feira (10/12), reforça a importância do monitoramento da intensidade com que as pessoas retornam a circular pelas ruas, diante da proximidade das festas de fim de ano e das férias escolares. Apesar da melhora dos indicadores epidemiológicos da Covid-19 no país, o Boletim ressalta que merecem atenção fatores como o aumento do fluxo de pessoas – inclusive com a entrada de muitas no país – e a dispersão mundial da Ômicron, nova variante de preocupação. Alerta ainda que, embora o avanço da cobertura vacinal no país esteja trazendo benefícios inegáveis para a mitigação da pandemia, esta estratégia não pode ser tratada como a única medida necessária para interromper a transmissão do vírus entre a população.

Diante desse cenário, os pesquisadores do Observatório Fiocruz Covid-19, responsáveis pelo Boletim, defendem como medida fundamental o passaporte de vacinas. Eles ressaltam que as mudanças no cenário epidemiológico – no Brasil e no mundo – com relação à transmissibilidade e à disseminação das novas variantes, e as notas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam recomendações que visam estabelecer uma nova política de fronteiras e de restrições, alinhadas às medidas de outros países, que indicam uma convergência no sentido de que os certificados de vacinação contra a Covid-19 sejam requeridos para ingresso em seus territórios.

“Mantemos a defesa incondicional do passaporte vacinal, inclusive pela liberdade de todos aqueles que têm enfrentado a Covid-19 com a responsabilidade que ela exige, para que possam voltar às suas atividades laborais e de lazer com segurança. Endossamos a importância de se exigir o passaporte vacinal de todos aqueles que ingressarem no país, como forma de mitigar a circulação do vírus e variantes. Grande parte dos países põem restrições para evitar o alastramento da Covid-19 nos seus territórios. O Brasil não pode caminhar na contramão, sob o risco de se tornar o destino de pessoas não vacinadas, que oferecem mais riscos para a difusão da doença”, afirmam.

Os pesquisadores também observam que a ausência e a qualidade dos dados disponíveis geram incerteza na descrição do quadro epidemiológico. “Há problemas nos dados disponibilizados sobre a Covid-19, incorrendo em significativa subnotificação”, ressaltam. E destacam que, assim como aconteceu em semanas anteriores, novamente, até o fechamento desta edição do Boletim (às 12h de 10 de dezembro), os dados do SivepGripe estavam indisponíveis.

Permanência domiciliar

O Boletim chama atenção que, desde setembro, observa-se que há mais pessoas circulando nas ruas do que durante o período imediatamente anterior à pandemia e que “o aquecimento do turismo já se reflete neste indicador”. Os dados apontam que, desde o final de novembro, a permanência domiciliar alcançou os níveis mais baixos dos últimos 20 meses, mostrando-se cerca de 10% maior que no período do primeiro trimestre de 2020.

“Este período de referência, vale destacar, foi um período que corresponde ao de férias, que é, via de regra, o de circulação mais intensa do ano. É o padrão do Brasil como um todo, havendo diferenças entre estados ou municípios. Ainda assim, os dados permitem dizer que há circulação de grande intensidade e este padrão é especialmente preocupante em um cenário no qual os índices de transmissão estão estáveis e ainda altos no país. Este comportamento é, em parte, resultado do desincentivo das esferas de gestão à adesão ao distanciamento, e esta medida coloca em risco as conquistas que tivemos nos últimos meses com relação à redução de casos e óbitos”, afirmam os pesquisadores.

Taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19

As taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS se mantêm predominantemente baixas, de acordo com dados obtidos em 6 de dezembro. Em função desse quadro, verifica-se também uma paulatina redução de leitos de UTI Covid-19 em vários estados. O Distrito Federal, que, há meses, tem se movido entre as zonas de alerta do indicador com patamares pouco inferiores a 60%, volta a esta última condição, saindo da zona de alerta. Em Rondônia e no Pará – que nas últimas quatro semanas têm chamado a atenção pelo crescimento – observa-se no primeiro caso certa estabilização na zona de alerta intermediário (73%) e, no segundo, uma piora com entrada na zona de alerta crítico (91%).

No entanto, segundo o Boletim, esses valores já não são automaticamente comparáveis àqueles mais críticos verificados no auge da pandemia no país. Foram observadas retiradas de leitos na última semana em Pernambuco (757 para 704 leitos), Bahia (536 para 507 leitos), Minas Gerais (2.353 para 2.305 leitos), Paraná (1.141 para 762 leitos), Santa Catarina (676 para 656 leitos) e Goiás (350 para 318 leitos). 

SRAG

Nas semanas epidemiológicas 47 e 48 (21 de novembro a 4 de dezembro) a estimativa de incidência no país de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) mostrou manutenção da tendência de ligeiro aumento no país, com registro de casos graves que podem levar a hospitalizações e óbitos. Apesar dos casos de SRAG reportados no país permanecerem com predominância de infecções por Sars-CoV-2, há municípios, como o Rio de Janeiro, registrando muitos casos de influenza A, com possibilidade de disseminação para outros municípios e estados. Diante desse cenário, o Boletim alerta para que sejam mantidos os esforços na vigilância de Influenza em todo o país. “Segue importante o avanço da vacinação contra Covid-19, aliado a várias recomendações que suprimem ou mitigam a transmissão. Será importante manter os esforços focados em todas estas frentes para possibilitar uma redução sustentada das incidências de SRAG nas próximas semanas”.

O quadro das incidências de SRAG é heterogêneo no país. Alguns estados estão com tendência de crescimento na incidência de SRAG, particularmente Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Mato Grosso, Tocantins, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará e os estados da Região Sul têm tendência de redução de número de casos de SRAG. Os demais apresentam estabilidade. No entanto, mesmo para vários estados com tendência de redução ou estabilidade, deve-se observar que o número de casos ainda se encontra alto de forma geral com tendência de redução ou estabilidade – apenas o Mato Grosso, Maranhão e Alagoas apresentam incidências abaixo de um caso por 100 mil habitantes.

Casos e óbitos por Covid-19

Os dados registrados nas duas últimas semanas epidemiológicas (SE 47 e 48, de 21 de novembro a 4 de dezembro) mostram a estabilidade de indicadores da transmissão da Covid-19, porém com fortes variações dos registros entre os estados. Foram notificados, ao longo das SE 47 e 48, uma média diária de 9 mil casos confirmados e 210 óbitos por Covid-19. Esses valores representam um pequeno aumento de casos registrados (0,4% ao dia) e do número de óbitos (0,3% ao dia) em relação às semanas anteriores. Houve também uma pequena redução da taxa de letalidade, que vinha se mantendo em patamares em torno de 3%, para um valor mais próximo aos padrões internacionais, de 2,3%. Considerando a série histórica recente, esses valores mostram a manutenção da tendência de redução dos impactos da Covid-19 no país, que vem se mantendo com uma taxa de decréscimo de entre 1 e 2 % ao dia. 

FIOCRUZ 14/12/2021

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