Reajuste para os servidores: “Segregação no funcionalismo público”.

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Funcionalismo está irritado com o Palácio do Planalto após concessão de reajuste salarial só a categorias que apoiam o presidente Bolsonaro

O ano começa com uma crescente tensão entre o funcionalismo público e o governo. O congelamento de salários e a falta de disposição do Ministério da Economia em negociar inflamaram os ainda mais os ânimos. Não está descartada uma greve geral nas próximas semanas.

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, adianta ao Metrópoles que será realizada na próxima sexta-feira (14/1) uma reunião de lideranças do funcionalismo para decidir os próximos passos da reação da categoria. A tendência é de recrudescimento.

“Entramos em 2022 com a determinação de que vamos construir um processo de mobilização para que o governo não faça uma seleção dos servidores, como ocorreu em 2019 com restruturação somente para militares. O governo só beneficia servidores da base pró-Bolsonaro”, declara o sindicalista

O clima azedou após o Executivo insistir, às vésperas da aprovação do Orçamento de 2022, para que fossem alocados R$ 2,9 bilhões destinados a reposições salariais, exclusivamente, de policiais federais, rodoviários federais e agentes do Departamento Penitenciário.

Para Sérgio Ronaldo da Silva, a política do governo está criando uma segregação no funcionalismo público. “O governo tem agido com seletividade, deixando mais de 90% do funcionalismo com a remuneração congelada”, explica.

Nas últimas semanas a temperatura na relação funcionalismo-governo aumentou. Servidores entregaram cargos de chefia, fizeram paralisações e interromperam serviços. Tudo para alertar o Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes, e o Palácio do Planalto da insatisfação.

“A relação com o Guedes é muito ruim. Ele tem o funcionalismo como inimigo do Estado. Desde 2019 mandamos ofícios para o ministro e ele desconsidera, menospreza. Queremos discutir reajuste, concurso público. Só sabemos das decisões pela imprensa. Um desrespeito esdrúxulo”, salienta.

 “Conflito”

 Sérgio vaticina. “Quando uma das partes não quer negociar, a única saída que sobra é o conflito”, alerta sobre uma possível greve, como as que ocorreram em 2008, 2010 e 2012, por exemplo.

O sindicalista rechaça a visão de que o movimento é eleitoreiro, como tem sido classificado nos bastidores do governo. “Só queremos demonstrar que não aceitamos esse tipo de tratamento”, frisa.

A crise

Algumas categorias estão sem reajuste desde 2017. Aliado a isso, as discussões da reforma administrativa  esgarçou ainda mais a relação entre o poder e os seus empregados.

Para este mês, estão marcadas paralisações nos dias 18, 25 e 26. Servidores do Banco do Brasil, do Banco Central, da Receita Federal, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre outros órgãos já se manifestaram contra o posicionamento do governo.

Crédito: “Governo só beneficia servidores pró-Bolsonaro”, critica sindicalista –Otávio Augusto/Metrópoles -@disponível na internet 08/01/2022

2 Comentários

  1. Não é possível o Inmetro ficar parado diante dos acontecimentos. O Inmetro planeja, fiscaliza , gerencia , controla , checa a qualidade de produtos e não pode ficar estático diante do que vem acontecendo. O Inmetro não pode se esquivar dos atos praticados pelo governo. A Asmetro tem que incentivar os funcionários. Do jeito que vai precisamos nos posicionar. Pessoal vamos para a luta.

    • Celso comentários na matéria “Auditores-fiscais do Trabalho: Sinait comunica a Ministério do Trabalho entrega de cargos de chefia”

      – Enquanto servidores ocupantes de cargos de chefia da Receita, do MTE e do Banco Central entregam os cargos para pressionar o governo a dar reajuste salarial, no Inmetro “CINEMA com PIPOCA” as sextas feiras … sem comentários, só lastimar
      Carlos Alberto Ribeiro – Aposentado

      – Concordo com o colega Carlos Alberto Ribeiro. As pessoas deveriam voluntariamente entregar os cargos comissionados no Inmetro, e serem pressionadas caso não o façam. É preciso sinalizar claramente que estamos insatisfeitos por estarmos há mais de 5 anos sem reajuste
      Murilo Couto

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