Fraude em concursos: Servidores pagaram até R$ 120 mil por vagas em concursos federais.

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Fraude em concursos: servidores que compraram vagas são alvos de operação 

Investigados por fraudar concursos federais, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do Ministério Público da União (MPU), da Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério das Cidades foram alvos da operação Panoptes, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta quinta-feira (24/3).

Os servidores teriam ingressado nos quadros das instituições em concursos promovidos entre 2015 e 2017. A oitava fase da operação é conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e mobilizou cerca de 125 policiais, entre delegados, agentes e escrivães, além de membros das Polícias Civis dos Estados de Goiás, Minas Gerais e Ceará que prestam apoio. 

No total, são cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em residências de servidores situadas na capital e em cidades de GO e MG. Segundo as investigações, o objetivo das buscas é apreender materiais que possam subsidiar as investigações em curso. Os nomes  dos investigados não serão divulgados, uma vez que as diligências ainda estão em andamento.

Máfia dos concursos

As três primeiras fases da operação Panoptes, deflagradas a partir de 2016, foram responsáveis pela prisão dos membros do grupo que executava as fraudes, conhecido como máfia dos concursos, entre eles um funcionário de banca examinadora, os quais já foram condenados pela Justiça por integrar organização criminosa.

As fases seguintes buscaram identificar e indiciar servidores que conseguiram ingressar no serviço público por meio das fraudes. Até o momento, foram alvos das investigações os concursos das Secretarias de Saúde e Educação do Distrito Federal e do Corpo de Bombeiros, bem como do Superior Tribunal de Justiça.

Desde 2016, quase 70 pessoas, entre membros do grupo criminoso e servidores que compraram vagas foram indiciadas. Na oitava fase da operação, os investigados, caso sejam indiciados, poderão responder pelos crimes de fraude ao certame de interesse público, organização criminosa, falsificação de documento público e corrupção ativa.

Crédito: Darcianne Diogo / Correio Braziliense – @ disponível na internet 25/03/2022


Servidores pagaram até R$ 120 mil por vagas em concursos federais, diz PCDF

As investigações fazem parte da 8ª fase da operação Panoptes, deflagrada nesta quinta-feira (24/3)

O Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil do Distrito Federal (DPE-PCDF) informou, nesta quinta-feira (24/3), que servidores investigados em fraudes de concursos públicos pagaram até R$120 mil para “comprar” vagas em órgãos públicos federais. As investigações fazem parte da 8ª fase da operação Panoptes, deflagrada nesta manhã. De acordo com o delegado Adriano Valente, os valores pagos eram, em média, cerca de 20 vezes o salário que eles iriam receber após serem nomeados nos cargos desejados.

Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão dos seguintes órgãos alvos da operação: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do Ministério Público da União (MPU), da Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério das Cidades. O objetivo das buscas foi apreender materiais que possam subsidiar as investigações em curso. 

Em coletiva de imprensa, Valente deu detalhes de como as fraudes aconteceram. Ele contou que os candidatos que pagavam pelas vagas preenchiam três ou quatro questões, deixavam o restante em branco e entregavam a prova assim. Quando a avaliação chegava na banca, um funcionário da banca infiltrado, que fazia parte da organização criminosa, preenchia o restante das questões de acordo com o gabarito correto.

“ Então, era uma fraude executada a partir da própria banca nesses cinco órgãos e as fraudes eram realizadas da mesma forma. Hoje foram cumpridos vinte e cinco mandados de busca e apreensão. Há uma grande parte aqui no Distrito Federal”, diz Valente.

Os mandados foram cumpridos nas cidades do Guará, Vicente Pires, Ceilândia, Gama, Asa Sul, Asa Norte, Brazlândia, Águas Claras, Sudoeste, Itapuã. E, além do Distrito Federal, foram cumpridos também nos estados do Ceará, Minas Gerais e Goiás, onde alguns dos servidores se encontravam lotados, tendo em vista que são órgãos federais.

Ainda segundo o delegado, os pagamentos eram feitos por meio da transferência de veículos, de imóveis e outras vezes por meio de empréstimos consignados, feitos logo após a nomeação. “O fraudador tomava posse e aí nos dias seguintes já fazia um grande empréstimo consignado e efetuava o pagamento pros membros da máfia dos concursos”, explanou Valente.

Como funcionava o esquema

A organização criminosa era coordenada pelo líder Hélio Ortiz, que já foi preso e condenado. Dentre os membros, havia alguns com a função de aliciar candidatos. “Esses membros ficavam em porta de cursinhos, em bibliotecas, prestando atenção em concurseiros. E aí se aproximavam, começavam a conversar e convencer esses concurseiros, esses candidatos a pagarem pela vaga”, explicou o delegado.

Segundo a autoridade, os 25 servidores identificados não foram presos, mas podem responder por integrar organização criminosa, pelo crime de corrupção ativa e de falsidade de documento público.

Por fim, o delegado informou que, diante das suspeitas, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) acompanhou algumas provas, com o objetivo de evitar as fraudes e afirmou que as bancas examinadoras mantiveram contato direto com instituição desde o início da investigação.

O delegado Adriano Valente informou ainda que a Polícia Civil também faz o trabalho de conscientização contra fraudes em concursos públicos. “O trabalho é para conscientizar que o criminoso, o candidato, a pessoa que está ali estudando, se esforçando pra passar, que fazer a compra da vaga pra tentar conseguir um atalho, não vale a pena que vai ser, vai ser identificado e vai ser preso”, concluiu.

Crédito: Jéssica Andrade / Correio Braziliense – @ disponível na internet 25/03/2022

 
 

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