Plano de saúde, que deve ter aumento de até 18%, recorde neste ano, pode ter novo modelo de reajuste a partir de 2023. Entenda

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Plano de saúde, que deve ter aumento recorde neste ano, pode ter novo modelo de reajuste a partir de 2023. Entenda

Objetivo é atrair operadoras, que deixaram segmento de lado. Para analistas, risco é aumentar ainda mais valor de contratos

Os planos de saúde individuais estão prestes a sofrer um reajuste recorde de dois dígitos em maio. Analistas estimam que o aumento pode ser de até 18%. Mas, a partir de 2023, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pode rever o modelo de cálculo destes contratos. A ideia é tornar o segmento novamente atraente para as operadoras.

 
Ele representa cerca de 20% do mercado, mas foi deixado de lado pelas empresas nos últimos anos. Entre fevereiro do ano passado e fevereiro deste ano, o número de usuários em planos coletivos aumentou em 1,54 milhão. No mesmo período, os individuais tiveram queda de 117 mil pessoas.

As operadoras afirmam que rever a metodologia de cálculo do reajuste é fundamental para voltar a oferecer o produto. A reclamação das empresas é que o percentual autorizado pela ANS não reflete a variação real de custos do segmento.

Para especialistas em defesa do consumidor, o risco é que os reajustes fiquem ainda mais altos, encarecendo o valor da mensalidade. De outro lado, quem deixa de contar com um plano coletivo praticamente não encontra ofertas de contratos individuais no mercado hoje.

O presidente da ANS, Paulo Roberto Rebello Filho, pretende colocar o tema como prioritário na agenda regulatória da agência para o próximo ano. Mas o debate de fato já começou. A FenaSaúde, que representa as maiores operadoras do setor, já disse que está preparando um material para apresentar à agência para subsidiar a discussão.

— Se flexibilizar o reajuste, a agência promoverá maior competitividade e premiará quem faz uma boa gestão — avalia Vera Valente, diretora executiva da federação.

As discussões ainda estão no estágio inicial, mas, segundo fontes, até agora já surgiram três propostas. Uma delas é a revisão técnica do contrato — algo que já está previsto na legislação.

Neste caso, de tempos em tempos, a operadora faria reajustes adicionais, caso fique comprovado que o percentual aplicado não foi suficiente para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da carteira e colocaria em risco a qualidade da assistência prestada.

Crédito: Luciana Casemiro / O Globo – @disponível na internet 06/04/2022


Plano de saúde pode ter reajuste de até 18% neste ano, o maior em duas décadas

 
Aumento de custos e maior procura após pandemia favorecem aumento, dizem analistas. Para Idec, despesas estão no patamar pré-Covid e não justificam alta
Depois do reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, os consumidores devem se preparar para o aumento do plano de saúde, que deverá ser anunciado este mês. De acordo com especialistas e estudos que medem os custos do setor, a correção deste ano deve ficar entre 15% e 18,2%, superando o recorde de 13,57% de 2016. Se confirmado, será o maior reajuste já determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desde que passou a regular o setor em 2000.

No ano passado, os planos individuais tiveram uma redução de 8,19%, devido à diminuição no uso dos serviços médicos em 2020, como efeito da pandemia. O aumento começa a valer em maio e é aplicado no aniversário de contrato do cliente.

Em relatório, o banco BTG Pactual estimou em 15% a correção. Já o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), que considera a variação dos custos médico-hospitalares para um conjunto de 704,9 mil beneficiários de planos individuais, calcula a alta em 18,2%. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) estima um reajuste de 16,3%.

Procedimentos eletivos

Segundo o IESS, até fevereiro de 2021, a variação de custos estava negativa em 1,7%, “refletindo a opção dos beneficiários em adiarem procedimentos e consultas devido à pandemia”. No segundo trimestre de 2021, houve aumento da despesa per capita para serviços ambulatoriais (23,3%), exames (20,8%) e internação (20,0%).

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) diz que, além da alta da inflação, aumento das ocorrências e forte retomada dos procedimentos eletivos, são esperados ainda os impactos de tratamentos da Covid longa, que, segundo a OMS, atinge 10% a 20% dos que contraíram a doença, o que corresponde até seis milhões de pessoas no Brasil.

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Crédito: Pollyanna Brêtas e Letícia Lopes / O Globo – @disponível na internet 06/04/2022

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