Trata-se de um dos capítulos mais tensos da relação entre o presidente e a corporação desde abril de 2020, quando Sérgio Moro renunciou ao cargo em meio à crise que teve como pivô a exoneração de Maurício Valeixo
Ao descrever um clima interno de “revolta e insatisfação” com o governo Jair Bolsonaro, os delegados da Polícia Federal subiram o tom e, em nota divulgada ontem, anunciaram que vão pedir a renúncia do ministro da Justiça, Anderson Torres, pelo “desprestígio e desrespeitoso tratamento” do chefe do Executivo com a corporação.
A indicação se dá após Bolsonaro confirmar um reajuste linear a todo funcionalismo, sem menção à reestruturação das carreiras policiais da União com aumento de salário acima da inflação.
Na nota, a classe diz que pretende promover paralisações parciais e progressivas, e que servidores ligados à Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) poderão entregar cargos de chefia e recusar convites para assumir postos As medidas foram aprovadas em Assembleia-Geral Extraordinária realizada na segunda-feira e anteontem.
Continua após a publicidade
ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal).
Trata-se de um dos capítulos mais tensos da relação entre Bolsonaro e a corporação desde abril de 2020, quando o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, renunciou ao cargo em meio à crise que teve como pivô a exoneração do delegado Maurício Valeixo, que ocupava o posto de diretor-geral da PF.
Na avaliação dos delegados, Bolsonaro não honrou com a palavra. Junto com as demais classes que compõem a PF, os delegados cobravam a valorização da corporação prometida publicamente pelo presidente, em especial a reestruturação das carreiras.
“A ADPF reforça a gravidade do momento e do posicionamento do presidente da República, que, depois de se comprometer publicamente e já com orçamento reservado para a reestruturação das carreiras, decidiu não honrar com a própria palavra, gerando um clima de revolta e insatisfação generalizada nunca antes visto entre os servidores da PF”, afirma a nota.
Os delegados disseram que vão insistir no “cumprimento da palavra empenhada” e que esperam que valores como “ética, palavra e honra” sejam compartilhados por todos os integrantes do governo federal.
MOBILIZAÇÃO
As últimas semanas foram de pressão da PF sobre o governo. Há uma semana, entidades que representam as diferentes categorias que compõem a corporação organizaram atos em frente às superintendências de vários Estados, com faixas pedindo a “valorização das forças de segurança federais”.
Na ocasião, o presidente da ADPF, Luciano Leiro, relatou que a pressão e a tensão dentro da PF aumentavam em razão da falta de um posicionamento do governo federal quanto à prometida reestruturação de carreiras da polícia.
Torres se reuniu com representantes das polícias da União no dia 18, com o intuito de contornar a insatisfação da classe. Na ocasião, o ministro da Justiça chegou a dizer que o reajuste de 5% para todo o funcionalismo ainda não havia sido fechado.
Crédito: Redação do Jornal O Dia com Estadão Conteúdo – @ disponível na internet 05/05/2022
Sindicato da PRF aprova ‘marcha nacional’ em Brasília para pressionar governo
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), entidade que representa os sindicatos da categoria, aprovou na noite desta quarta-feira, 4, a realização de uma ‘marcha nacional’ em Brasília, no dia 1º de junho. O objetivo é pressionar o governo a anunciar a reestruturação das carreiras prometida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o presidente da FenaPRF, Dovercino Neto, os policiais federais vão fazer um acampamento de servidores em Brasília, além de incentivar a “participação em massa” dos policiais nas redes sociais de Bolsonaro. “Para expor o sentimento de traição do efetivo com o descumprimento da palavra do mandatário para com a categoria”, disse Neto.
A assembleia geral extraordinária da FenaPRF ainda tem novas reuniões amanhã para marcar uma data para mobilização nos 26 Estados do País e no Distrito Federal. A adoção de operações-padrão ainda não está descartada.
Crédito: Eduardo Gayer / O Estado de São Paulo – @disponível na internet 05/05/2022
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (21/05), o Projeto de Lei nº 1466/2025, que trata do reajuste salarial dos servidores do Poder Executivo.
Foram...
Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, concorda com a utilização de TODOS os cookies.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.