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Tipos de inflação: quais são, causas e como afetam a economia

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  • A inflação se torna um problema quando sai do controle da política econômica
  • O Brasil e o mundo passam por uma redução da oferta de produtos, o que pressiona os preços

A inflação está ganhando espaço no noticiário econômico e no cotidiano de pessoas de todo o mundo. O aumento da cotação das commodities reflete nos valores pagos pelos bens que são negociados nos mercados internacionais, como combustíveis, fertilizantes e grãos.

“A inflação é um fenômeno natural, definida como o aumento generalizado dos preços; quando controlada, não é um problema”, explica Walcir Soares Junior, professor de Ciências Econômicas na Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP).

Contudo, as causas são diversas e podem estar inter-relacionadas

Entenda quais são os diferentes tipos de inflação e as causas.

1. Inflação inercial

“A inflação inercial é um fator psicológico”, afirma Marcelo Cabús Klötzle, coordenador do curso de Financial Analytics da Escola de Negócios (IAG) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

A inércia é um processo relacionado à expectativa da inflação. Por medo do reajuste dos preços, o vendedor ou produtor acredita que a inflação vai subir e eleva o valor de produtos e serviços antes mesmo de existir um aumento real.

2. Inflação de demanda

O rápido crescimento econômico sem políticas públicas adequadas impulsiona a massa de salários, gerando uma demanda que pressiona o preço dos produtos.

“Uma economia atrasada tende a estimular o consumo além da capacidade produtiva”, exemplifica Jackson Teixeira Bittencourt, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

3. Inflação de oferta

A inflação de oferta é chamada de inflação de custos. “Os preços sobem devido à elevação dos gastos de insumos importantes como petróleo, água e energia elétrica”, afirma o professor Soares Junior.

A crise hídrica, por exemplo, provocou o acionamento das termelétricas, que têm custo maior, gerando a criação de novas tarifas energéticas. Dessa forma, provoca-se um “boom” de preços em todas as cadeias produtivas.

4. Hiperinflação

Quando a inflação sai totalmente do controle, ficando acima do patamar de 50% ao ano, é chamada de hiperinflação. “O fenômeno aconteceu na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial e no Brasil antes do Plano Real”, lembra Klötzle.

Nesse tipo de inflação, os preços chegam a um nível tão alto que os reajustes acontecem a todo momento e o governo não consegue mais segurar o movimento inflacionário.

5. Estagflação

De forma geral, o aumento inflacionário está relacionado ao crescimento econômico, mas a estagflação está associada a aumentos de preços com estagnação. “A economia está com a demanda desaquecida, mas os preços não param de subir”, aponta Bittencourt.

Combater esse tipo de inflação se torna um desafio, pois o aumento de juros reduz a inflação e derruba o crescimento econômico, enquanto a redução aquece a economia, mas gera alta de preços.

6. Espiral inflacionária

A elevação no preço das matérias-primas pode causar inflação de oferta. Para recompor o poder de compra dos trabalhadores, um reajuste salarial é necessário.

“Do ponto de vista da economia, o aumento de salário também é um aumento nos custos, o que gera mais inflação e assim por diante”, comenta Soares Junior. Esse fenômeno é conhecido como espiral inflacionária.

7. Inflação estrutural

A inflação estrutural é quando háaumento de preços que tem como causas as deficiências na infraestrutura do país e na cadeia produtiva. “A greve dos caminhoneiros gerou o encarecimento de diversos produtos porque não havia como transportá-los”, afirma Klötzle.

Outro exemplo de inflação estrutural é quando as mercadorias produzidas nacionalmente são mais voltadas para o mercado externo, diminuindo a oferta no mercado doméstico.

Qual tipo de inflação estamos vivendo no Brasil e no mundo?

A restrição de oferta é uma das prováveis causas da inflação atual no Brasil e no mundo devido ao contexto da pandemia de covid-19 e às altas taxas de desemprego. “O petróleo é um bom exemplo, mas itens como semicondutores também estão afetando os preços globalmente”, analisa Bittencourt.

A guerra na Ucrânia tornou ainda mais restrita a oferta de alguns bens, como fertilizantes e óleos vegetais, o que contribui para o movimento inflacionário global. Por enquanto, não há sinal do fim do conflito nem da queda da inflação mundial.

Crédito: e-investidor@estadão.com / O Estado de São Paulo – @ disponível na internet 8/07/2022

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