62 milhões de brasileiros estão inadimplentes, aponta CNDL/SPC Brasil
Em junho de 2022, quatro em cada 10 brasileiros (38,68%) estavam negativados.
O indicador de inadimplência de pessoas físicas do SPC Brasil avalia a evolução do número de consumidores negativados e do número de endividados através das bases que a empresa tem acesso. Em maio de 2022, o número de consumidores com contas em atraso cresceu 5,81%. O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (44,73%).
Em números absolutos, São Paulo lidera o número de negativados, com mais de 15 milhões, mais que o dobro do estado segundo colocado. O Rio de Janeiro tem 6,15 milhões e Minas Gerais, 5,9 milhões. Bahia (3,92 milhões) e Paraná (3,27 milhões) aparecem entre os cinco mais inadimplentes.
Merula Kelly Borges, especialista em finanças, investimento e risco da (CNDL) afirma que o Brasil está perto de atingir o número recorde de pessoas em inadimplência de 2018.
“Bom, primeiro, esse é o sétimo mês consecutivo de aumento de inadimplentes e estamos muito próximos do recorde de 2018. Isso está diretamente relacionado com o alto nível de desemprego, economia estagnada, alta nos preços dos alimentos e outros itens básicos, esses fatores fazem com que as pessoas tenham que priorizar alguns pagamentos e deixar outros pendentes.”
Endividamento por faixa etária
Segundo o levantamento, o número de devedores com participação mais expressiva no Brasil no mês de junho está concentrada na faixa etária de 30 a 39 anos (24%) e segue distribuída entre os sexos: 50,82% de mulheres e 49,18% de homens.
“O endividamento de pessoas mais jovens pode ser explicado pelo fato de que é nesse momento que as pessoas estão mais ativas economicamente. Geralmente essas pessoas têm mais filhos e outras despesas. Já as pessoas mais velhas, geralmente já quitaram as dívidas. Então quando as pessoas estão economicamente ativas elas têm um risco muito maior de se endividar. É o momento em que essas pessoas estão comprando a casa própria, pagando a escola do filho e lidando com outros gastos”, explica Borges.
Ricardo Humberto Rocha, professor do Insper e consultor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), esclarece que o registro de endividamento recorde no Brasil ocorre em um momento de baixa na atividade econômica. Além disso, a renda média dos trabalhadores chegou ao menor nível na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), iniciada em 2012. Outro fator é a corrosão do poder de compra afetado diretamente pela alta da inflação alta.
Dívidas em atraso
No mês de maio deste ano, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.564,82 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que quase quatro em cada dez consumidores (35,14%) tinham dívidas no valor de até R$ 500, um percentual que chega a 50,32% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. Em maio de 2022, o número de dívidas em atraso no Brasil cresceu 10,78% em relação ao mesmo período de 2021.
Bancos e cartões
De acordo com o levantamento, a maior evolução das dívidas foi com o setor de bancos, com crescimento de 20,16%, seguido de água e luz, com 7,01%. Em outra direção, as dívidas em atraso com o setor credor de comunicação e comércio atingiram queda, respectivamente, de 10,11% e 4,70%.
Já em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas são os bancos.
Segundo pesquisa do Serasa eCred, divulgada em maio deste ano, quase metade dos consumidores brasileiros (47%) têm quatro cartões de crédito ou mais. O levantamento mostra que: 29% dos brasileiros têm 5 ou mais cartões de crédito; 18% têm 4 cartões de crédito; 23 % têm 3 cartões de crédito ; 21% têm 2 cartões de crédito.
“Quando o consumidor precisa fazer uma escolha entre pagar a conta de luz ou de água, ele deixa de pagar o cartão de crédito, o banco e o financiamento, para pagar essas outras contas mais urgentes. O consumidor precisa ficar atento porque o cartão de crédito tem maiores taxas de juros. Parcelar uma compra muitas vezes e ter muitos cartões dificulta a organização da vida financeira e a pessoa fica numa falsa realidade que pode continuar gastando. É melhor ter menos opções de gasto”, explica Borges.
E agora? Culpa da meritocracia? Faz parte do plano Kamikaze? Onde estão as políticas sociais? Essa turma toda que trabalhou para o caos, vai ser reeleita? E os ministros , que estão se candidatando , receberão o voto dos famigerados, desempregados, endividados? Quem vai pagar a tal gasolina barata, os motociclistas eleitorais? E agora? Quem e como vão pagar as contas? A turma da Caixa? Os militares de pijamas? Os funcionários que reivindicam aumento? Os comissionados verde amarelo?