“A Fiesp informa que Josué Gomes da Silva é o presidente da entidade e está no exercício pleno de suas funções, conforme determinam os estatutos vigentes”, informou a entidade.
De acordo com integrantes da Fiesp, não existe, neste momento, um documento que aponte a destituição de Josué.
Josué não participou da assembleia que votou pela sua destituição. A defesa do empresário sempre tratou a decisão como um “golpe”.
O executivo – herdeiro da Coteminas – participou de uma assembleia anterior, convocada por ele para o mesmo dia, para explicar pontos questionados da sua gestão, como a acusação de que tem pouco interesse por assuntos setoriais.
A oposição a Josué sempre defendeu a legalidade do processo e espera a publicação da ata da assembleia – que tem de ser elaborada pela secretaria da Fiesp – para convocar uma reunião da diretoria com o objetivo de nomear um novo presidente para a entidade.
Nas últimas horas, o Josué recebeu uma série de apoios. Na noite de quarta-feira, 18, os integrantes do Comitê de Defesa da Democracia divulgaram uma nota em solidariedade ao executivo. Assinaram o manifesto Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central; Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos; e Maria Alice Setubal, herdeira do grupo Itaú. Nesta quinta, o manifesto ganhou apoio do presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney.
Disputa política
Nos últimos meses, a Fiesp tem sido palco de uma disputa entre empresários ligados a Jair Bolsonaro (PL) e os que são considerados mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O embate político dentro da instituição começou a ficar evidente com o manifesto a favor da democracia, divulgado em agosto do ano passado nos principais jornais do País. Uma parte da entidade avaliou que a carta tinha como objetivo atingir Bolsonaro, então candidato à reeleição.
Embora a Fiesp tenha sede em São Paulo, seus posicionamentos têm repercussão nacional. Em 2015, por exemplo, ainda presidida por Paulo Skaf, foi uma das principais vozes a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O manifesto também marcou o rompimento definitivo entre Josué e Paulo Skaf, que ficou 18 anos no comando da entidade e passou a estimular um movimento contra o seu sucessor. Skaf sempre foi aliado de Bolsonaro.