Números dão conta das ocorrências apenas entre janeiro e junho de 2022 e de 2023; no Maranhão, 80% dos incêndios é provocado por problemas em fiações elétricas irregulares.
Um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) aponta que somente no primeiro semestre deste ano houve 421 registros de incêndio por sobrecarga elétrica no Brasil. E os dados mostram que o problema se repete ano após ano: em 2022, foram registrados 441 incêndios no mesmo período.
Fios inadequados podem provocar o superaquecimento e causar acidentes graves. Isso acontece porque parte deles é produzida com cobre misturado a outros metais, quando na verdade deveriam ter apenas cobre.
O estado do Maranhão é um dos que têm números mais alarmantes. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, em 80% dos incêndios em residências, as causas estão associadas a defeitos na instalação elétrica.
Por causa dos incêndios relacionados a fiações irregulares, fiscais do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial (Inmeq) do Maranhão têm feito vistorias constantes em lojas que vendem fiações elétricas em bairros de São Luís.
Enio Rodrigues, diretor-executivo do Sindicel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos), explicou que a legislação de fios e cabos elétricos de baixa tensão homologados pelo Inmetro diz que os fios precisam suportar uma temperatura mínima.
👉 O Inmeq faz um teste com dois tipos de fios:
📌 O fio original é feito só de cobre, e o falsificado tem muito alumínio e outros materiais misturados. No falsificado, o fogo se alastra facilmente. No original, que obedece às normas do Inmetro, o fogo não dura muito;
📌 Em outro teste, o fio irregular é mais leve e aquece três vezes mais do que o fio original, além do consumo de energia ser maior. Já quando o fio é raspado por uma faca, o cobre desaparece e aparece o alumínio.
“Fio falsificado é quase 50% mais barato que o verdadeiro e é disso que o comércio está se valendo, de grandes promoções para empurrar esse material totalmente fora dos padrões, que não tem condição de ser utilizado”, explicou Zóis Gantzias, diretor-técnico do Inmeq-MA.
E a origem do problema na maior parte das vezes é a fiação irregular.
Assista a íntegra da reportagem do jornal HOJE: globoplay.globo.com/v/12039910/
Crédito: Jornal HOJE do dia 18/10/2023 – disponível na internet 19/10/2023