Neoindustrialização: O resgate da política industrial no desenvolvimento do Brasil

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Alckmin e representantes do setor defendem nova política de industrialização do Brasil

Especialistas apontaram defasagem do parque industrial e perda de espaço do setor na economia nacional

Participantes do 1° Seminário Nacional de Política Industrial, realizado nesta terça-feira (17), na Câmara dos Deputados, defenderam o resgate da política industrial no desenvolvimento do Brasil
 

O evento é organizado pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara e vai acontecer ao longo do dia.

Pela manhã, o presidente da comissão, deputado Heitor Schuch (PSB-RS), lembrou que o setor perdeu espaço na economia nacional nas últimas décadas. Em 2022, a indústria respondeu por 23,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em 1985, representava 48% do PIB.

Para Schuch, o País precisa investir em uma agenda de ‘neoindustrialização’. “Para nós, ‘neoindustrialização’ não é comprar um ônibus, caminhão e trator pronto, de outra parte do mundo, mas achar a maneira de fazê-los aqui”, disse.

Maquinário
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também apontou a ‘neoindustrialização’ como uma necessidade para o Brasil. Segundo ele, o governo está adotando algumas medidas para isso. A mais importante é a política da depreciação acelerada dos bens de capital da indústria, a ser divulgada em breve.

Por meio dessa política, as empresas poderão ampliar a depreciação do maquinário em sua contabilidade e ganhar redução de Imposto de Renda e CSLL por um período a ser definido pelo governo.

“O parque industrial brasileiro está antigo, 14 anos em média. É preciso renová-lo para ganhar produtividade, eficiência”, disse Alckmin.

Corrida comercial     

O diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, afirmou que a retomada da política industrial ganhou urgência na agenda política com a corrida comercial China-Estados Unidos.

A disputa levou os países desenvolvidos a adotar políticas explícitas de incentivos ao setor. Para não ficar atrás, segundo Barbosa, o Brasil deve seguir o mesmo caminho, e tem potencial para isso.

“O Brasil não tem montadora de carro nacional, mas tem montadora de ônibus. Tem dificuldade de consolidar a indústria naval, mas tem uma indústria aeronáutica consolidada. Ou seja, a gente sabe fazer as coisas. Tem de estudar os casos de sucesso”, disse Barbosa.

Nova onda   

O diretor de educação e tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, também defendeu a criação de “uma nova onda de industrialização”. “Isso vai ser chave para a nossa quadra histórica. E, para isso, temos que ter um ambiente institucional”, afirmou.

Lucchesi acrescentou que a indústria é fundamental na agenda de desenvolvimento nacional. “Que país se desenvolveu no mundo sem desenvolver a estrutura industrial? Nenhum”, declarou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias 19/10/2023

 

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