Petrobras vai distribuir R$ 17,5 bilhões em dividendos a acionistas

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@gomez - reprodução correio braziliense

A Petrobras anunciou que vai distribuir R$ 17,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2023. A estatal registrou lucro líquido de R$ 26,625 bilhões no terceiro trimestre deste ano, segundo balanço financeiro divulgado na noite de hoje.

No segundo trimestre, a estatal pagou R$ 15 bilhões aos acionistas, R$ 1,149304 por cada papel. Em maio, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou distribuição de R$ 24,7 bilhões em dividendos referentes ao primeiro trimestre. O montante foi equivalente a R$ 1,893577 por ação ordinária e preferencial em circulação.

Segundo comunicado da estatal, os dividendos propostos neste terceiro trimestre “já levam em consideração o valor de ações recompradas no terceiro trimestre de 2023 de R$ 974 milhões, que foi descontado do total da remuneração aos acionistas calculada conforme a fórmula da Política”, referindo-se à nova política de distribuição de dividendos adotada pela estatal neste ano.

Os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais nos meses de fevereiro e março de 2024, segundo a Petrobras. A primeira parcela tem valor de R$ 0,672183 por ação; e a segunda, de R$ 0,672182.

A Petrobras informou ainda que ” a aprovação do dividendo é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.

Política de dividendos mudou em julho

A distribuição de dividendos trimestral tem uma nova política, anunciada no fim de julho. Pelo modelo, a companhia distribui aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre (valor que sobra do caixa gerado com a operação depois de descontados os investimentos).

Nessa nova fórmula, a estatal informou que esse percentual de 45% só será aplicado caso a dívida bruta seja igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor (de US$ 65 bilhões).

No mês passado, quando o Conselho de Administração da Petrobras propôs a criação de uma reserva de remuneração de capital como forma de ampliar sua capacidade de fazer investimentos, as ações da companhia despencaram na Bolsa de Valores em meio ao aumento da desconfiança do mercado sobre a interferência política na gestão da estatal.

A leitura do mercado foi a de que a medida pode significar pagamentos menores de dividendos (parcela do lucro distribuída a acionistas) adiante, além de abrir brecha para ingerência política na companhia. Em um só dia, a Petrobras perdeu R$ 32,3 bilhões em valor de mercado.

Crédito: Bruno Rosa – O Globo – @ disponível na internet 10/11/2023


Embora a Petrobras venha batendo recordes de produção de petróleo, a estatal vive um verdadeiro impasse dentro de seu Conselho de Administração, cercado de intrigas nos últimos meses enquanto a companhia prepara seu novo plano de investimentos.

As desavenças envolvem os planos para a petroleira voltar a investir em energia de fontes renováveis e as mudanças propostas no estatuto da empresa, que podem reduzir as exigências para a indicação de cargos na companhia previstas na Lei das Estatais e abrir espaço para nomeações políticas, de acordo com os próprios conselheiros que discordam.

Nos bastidores da Petrobras, os desentendimentos ganharam novo tom há duas semanas, quando o colegiado se reuniu pela última vez.

A divisão se dá também na visão estratégica e acontece na reta final da preparação do novo plano de negócios da companhia (PNG) para os anos de 2024 a 2028, que, de acordo com fontes a par dos estudos, será superior a US$ 100 bilhões, maior que atual, de US$ 78 bilhões para o período 2023/2027.

Crédito: Bruno Rosa – O Globo – @ disponível na internet 10/11/2023

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