Equipamento de última geração de tecnologia brasileira é capaz de gerar resultados que podem auxiliar a desenvolver avanços em nanotecnologia
Nesta segunda-feira (13), o nanoscópio Porto, um equipamento de microscopia óptica com maior resolução do Hemisfério Sul e desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia (Inmetro), fez a sua maior viagem: o equipamento atravessou o Atlântico e percorreu quase 10 mil quilômetros até chegar à Alemanha, especificamente na Universidade Humboldt de Berlim. Trata-se da primeira venda do equipamento da Fábrica de Nanossoluções (FabNS), uma start-up de base tecnológica formada há três anos e especializada em instrumentos de espetroscopia ótica e soluções para caracterização de nanomateriais.
Nanoscópios são instrumentos de microscopia óptica de campo próximo, capazes de gerar imagens com resolução de poucos nanômetros, e também obter informações químicas e estruturais nessa escala. O Porto possibilita analisar e manipular nanoestruturas em escalas de resolução dez mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo, por exemplo. A nanotecnologia é aplicada em áreas diversas, como medicina, agricultura, energia e materiais.
“A Alemanha é um centro de referência em instrumentação científica mundialmente reconhecida. Estamos protagonizando um marco na ciência brasileira ao vender para esse país uma tecnologia de ponta desenvolvida aqui no Brasil. Além dos avanços importantes em instrumentação e software dedicados à técnica, o equipamento conta com um diferencial único: uma nanoantena capaz de gerar resultados sem precedentes e que podem auxiliar a desenvolver avanços disruptivos em nanotecnologia, explicou o pesquisador do Inmetro e sócio da FabNS, o físico Thiago Vasconcelos.
O pesquisador ressaltou ainda que essa inovação foi patenteada pelo Inmetro e UFMG e hoje está licenciada à FabNS.
Atualmente, o instrumento possui 16 patentes depositadas em vários países, como o Brasil, China, Europa e EUA. Para chegar ao ponto de ser exportado, o equipamento percorreu uma rota de quase 20 anos, que envolveu investimento público em pesquisa e, desenvolvimento, para chegar à estruturação da linha de estudo, na consolidação das técnicas, e finalmente na concepção do produto.
Destaque internacional
Em 2021, o nanoscópio possibilitou a realização de uma pesquisa que ganhou destaque na capa da revista científica Nature, uma das mais importantes do mundo. O instrumento possibilitou o melhor entendimento de estruturas de grafeno rodadas e da sua supercondutividade (quando o material conduz eletricidade sem qualquer resistência).
Fonte: https://www.gov.br/inmetro/pt-br/centrais-de-conteudo/noticias/super-nanoscopio-desenvolvido-na-universidade-de-minas-gerais-e-inmetro-e-exportado-para-a-alemanha 16/11/2023
Parabéns aos bravos pesquisadores brasileiros!