Novo Brasil Mais Produtivo traz parceria inédita para transformação digital na indústria
Programa lançado nesta quinta-feira (16/11) vai destinar R$ 2 bilhões para alavancar produtividade e competitividade de micros, pequenas e médias empresas industriais
A parceria inédita de várias instituições para a transformação digital de micro, pequenas e médias indústrias brasileiras marcou o lançamento do novo programa Brasil Mais Produtivo, realizado nesta quinta-feira (16/11) na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
O programa, que é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), vai destinar R$ 2,037 bilhões para o engajamento de 200 mil empresas, das quais 93,1 mil receberão atendimento direto. Ao final do processo de maturidade digital, que envolve várias etapas, ao menos 8,2 mil empresas devem alcançar a chamada “fronteira tecnológica” – com instalação de sensores digitais na linha de produção, interligação de sistemas por computação em nuvens, utilização de Big Datas, IoT (internet das coisas), impressão 3D e inteligência artificial.
Para fortalecer a iniciativa, o MDIC articulou e trouxe para dentro do programa as instituições financiadoras BNDES, Finep e Embrapii, que agora se somam às parcerias já consolidadas com ABDI, Sebrae e SENAI – esses dois últimos como executores e com aporte de recursos próprios. Também farão parte do programa os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp).
“Estamos somando esforços, unindo aqui todo mundo, para poder agir na causa do problema, que é melhorar produtividade e competitividade”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC Geraldo Alckmin durante o evento. “Nós temos de ter humildade de reconhecer que o Brasil há 40 anos perde produtividade (…) e precisamos agir na causa dos problemas para ter um crescimento econômico forte, sustentável, que gere emprego e renda para a nossa população. E aí surge o novo Brasil Mais Produtivo, procurando, de maneira objetiva, [estabelecer] diagnóstico, prognóstico e tratamento às empresas”.
Alckmin destacou a presença de BNDES, Finep e Embrapii na etapa do tratamento. “Essas três grandes instituições fazem uma enorme diferença, pra você ter o crédito e implementar essas mudanças”, disse o ministro, lembrando que os financiamentos serão pela Taxa Referencial (TR), com juros de menos de 4% ao ano.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, igualmente destacou a articulação entre diversos atores para que o programa saísse do papel.
“O grande diferencial é que foi possível construir sinergia do governo. Não são ações isoladas. É a convergência de escolhas, de programas claros, que irá fazer e está fazendo a diferença num momento como este”, afirmou a ministra, lembrando que, dos recursos destinados ao programa, R$ 200 milhões vêm da Finep, vinculada ao MCTI. Ela destacando o esforço conjunto do governo e dos bancos públicos para o financiamento da inovação a juros baixos ou em créditos não reembolsáveis.
“Países desenvolvidos, com forte produção científica e tecnológica, só alcançaram esse patamar porque tiveram consistente estímulo de Estado, com políticas públicas para fomentar a inovação na indústria, que precisa ser sistêmica”, resumiu Luciana Santos.
Antes dela, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, também falou da importância do crédito para os pequenos negócios. “As pessoas precisam de crédito, precisam de recurso pra poder fazer o empreendimento crescer”,disse.
Participaram do evento, representando as instituições parceiras: Ricardo Alban, presidente da CNI; Francisco Saboya, diretor-presidente da Embrapii; Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional; Elias Ramos, diretor de Inovação da Finep; José Luís Gordo, diretor de Exportação e Inovação Industrial do BNDES; e Cecília Vergara, presidente interina da ABDI.
Jornada de Transformação Digital
O Brasil Mais Produtivo existe desde 2016. De lá para cá, as instituições parceiras têm atuado separadamente em duas frentes: enquanto o Sebrae presta consultorias ao setor de Comércio e Serviços, o SENAI atende a indústria.
Na nova configuração, as unidades do SENAI e do Sebrae atuarão de forma coordenada, identificando as metodologias que melhor se aplicam às empresas atendidas, com técnicas para promoção de manufatura enxuta e eficiência energética, adoção de melhores práticas de produtividade e digitalização da gestão do negócio.
Nas etapas de apoio à transformação digital propriamente dita, o primeiro passo será a elaboração de diagnóstico da maturidade para adoção de tecnologias industriais inteligentes, seguido de elaboração de projeto customizado, solução de financiamento e acompanhamento da implantação.
A porta de entrada para todas as empresas que pretendem participar do Brasil Mais Produtivo, inclusive dos setores de comércio e serviços, que continuarão a ser atendidos normalmente, é o site da ABDI, que vai direcionar os interessados para as modalidades do programa e para as respectivas páginas dos parceiros Sebrae e SENAI.
Para esta nova fase do programa, o SENAI desenvolveu uma plataforma digital com materiais, cursos e ferramentas de produtividade e transformação digital que facilitarão o aprendizado e a aplicação contínua por parte das empresa