Vocabulário da geração Z no mercado de trabalho

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@reprodução internet /diariodocomercio

Quiet quitting e Lazy Girl Job: entenda o vocabulário da geração Z no mercado de trabalho

O comportamento da chamada geração Z no mercado de trabalho tem sido motivo de muitos debates sobre uma suposta falta de compromisso dessa população mais jovem contra quem acredita ser natural uma relação diferente dessa geração com o trabalho.

A Geração Z é conhecida como as pessoas que nasceram na primeira década do século XXI e que vem entrando no mercado de trabalho nesta década de 2020. 

 

Um estranhamento entre gestores mais velhos e esses jovens é a questão da ambição dentro do mercado de trabalho. Se entre os Baby Boomers e os Millenials o trabalho é central e ocupa um espaço muito grande da vida pessoal, a geração mais jovem é cada vez mais implacável em não abrir mão de uma vida pessoal equilibrada. O tempo dos viciados em trabalho, ou workaholics, parece ter chegado ao fim. 

“Quando nós vemos as novas gerações entrando no mercado de trabalho, nós vemos gerações que, de repente, percebem que o trabalho não pode ser tudo na vida. Se nós vamos passar 100 mil horas trabalhando, nós temos que ter um trabalho que faça sentido, que nós gostamos. É uma geração que começa a colocar esse limite de não viver só para trabalhar”, explicou Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness at Work.

Pesquisa da McKinsey realizada em 2022 mostra que até 2025 a geração Z vai representar 27% da força de trabalho.

Vocabulário da Geração Z

Várias novas expressões nasceram para tentar explicar a relação dessa geração com o mercado de trabalho. O professor de Gestão de Pessoas da Fecap, Marcelo Treff, explica algumas delas. 

Quiet quitting – expressão que originou nos EUA, relacionada com insatisfações com o ambiente de trabalho, fazendo com que os trabalhadores, principalmente jovens, passassem a não se esforçar tanto para concluir algumas suas atividades ou fazendo o mínimo possível.             

Bare Minimum Monday – expressão utilizada para denotar um esforço menor dos trabalhadores às segundas-feiras, considerado um dia para se esforçar menos, por ser o primeiro dia da semana que está por vir.

Layoffs – processo de suspensão temporária do contrato de trabalho. No Brasil, também relacionado a à redução da jornada de trabalho, com redução da remuneração. Importante ressaltar que, no Brasil, precisa constar de Acordo Coletivo, com aval do Sindicato da Categoria. 

Employee Experience – expressão que denota a atenção que empresas e gestores passam a dar aos profissionais, sobretudo em virtude da falta de profissionais qualificados. Significa permitir que as pessoas sintam-se acolhidas, com segurança psicológica, atenção à saúde mental e, principalmente, sejam respeitadas e valorizadas pelos seus superiores.

Employer Branding – possuir estratégias para desenvolver ou manter uma marca empregadora capaz de atrair e reter os melhores profissionais, sobretudo, os considerados de alta performance.

Rage applying – profissionais frustrados ou insatisfeitos com o seu trabalho atual (salários, benefícios, sobrecarga, ambiguidade, falta de perspectiva pessoal e profissional), passam a se candidatar a outras vagas, mesmo ainda empregados.

Lazy girl job – termo que surgiu no Tik Tok como uma espécie de campanha destinadas a mulheres, sobretudo jovens, a fim de divulgar a necessidade de empoderamento, pregando a exigência de empregos com mais flexibilidade e com renda sustentável. Não deve ser confundida com a expressão “menina preguiçosa”.

Quiet ambition – profissionais, sobretudo os mais jovens que abrem mão do prestígio ou status de cargos ou títulos sofisticados com o intuito de privilegiar o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, e, em alguns casos , com a vida acadêmica. Também se relaciona a profissionais que preferem continuar em uma carreira técnica, privilegiando o aprendizado e o desenvolvimento profissional em detrimento de cargos de gestão.

Quiet Ambition: quando a ambição não é liderar

Chegar a um cargo de liderança em uma empresa é uma ambição natural conforme você vai crescendo na companhia. Acontece que a geração z também está virando isso do avesso, questionando se ocupar cargos com mais responsabilidades e um salário maior valem a pena. Alguns jovens, em vez de buscarem uma ascensão ininterrupta na estrutura de carreira ou nas promoções de cargos e salários, estão evitando cargos de gestão ou posições de liderança.

“Dentre as principais aspirações dos jovens, pode-se incluir: equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, flexibilidade de tempo e de jornada, estabilidade financeira, reconhecimento pelo trabalho realizado, dentre outras. Nem todo mundo pode ser líder, porque algumas pessoas têm perfil e outras não. Além disso, como revela o movimento Quiet Ambition, nem todos querem ser líder”, explicou Treff. 

Empresas precisam mudar a mentalidade para atrair talentos

Se o desejo dessa geração não é mais ficar décadas e décadas na mesma companhia e, em alguns casos, nem conquistar cargos de liderança, como as empresas podem fazer para atrair os mais jovens? 

Uma pesquisa recente do IWG com trabalhadores da Geração Z descobriu que 85% desejam poder usar um escritório perto de casa e 77% disseram que um lugar para trabalhar mais perto de casa era obrigatório para a próxima mudança de emprego. 

“Se as empresas souberem olhar para isso, para aprimorarem os seus pilares de gestão, elas só terão a ganhar porque não vão só atrair e reter, mas também aproveitar os benefícios de novas ideias e uma nova força de trabalho, que é a geração Z, como ela também tende a fortalecer outros pilares que vão impactar o negócio da empresa de uma forma positiva em todos os aspectos”, explicou Maria Eduarda Silveira, headhunter e sócia fundadora da BOLD HRO. 

Crédito: Bruno Pavan / IstoÉ Dinheiro – @ disponível na internet 05/03/2024

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