Criado o GT “Mulheres no Serviço Público” para promover equidade de gênero no serviço público

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Reprodução internet/republica.org @Vector illustration. Flat.

Movimento Pessoas à Frente lança grupo de trabalho para promover equidade de gênero no serviço público

Nesta semana, o Movimento Pessoas à Frente criou o grupo de trabalho Mulheres no Serviço Público. O objetivo principal é debater e propor soluções para os desafios que impedem a ascensão das mulheres a cargos de liderança dentro do funcionalismo

Ao longo de 2024, o grupo realizará dez encontros temáticos reunindo acadêmicos e especialistas para discutir questões cruciais relacionadas à igualdade de gênero na administração pública. Esses encontros visam à criação de diretrizes e propostas para aprimorar políticas públicas focadas no acesso, permanência e ascensão das mulheres no setor público.

Durante o evento de inauguração, Jessika Moreira, diretora executiva do Movimento Pessoas à Frente, destacou a discrepância entre a representatividade feminina na população brasileira e sua presença em cargos de liderança no setor público.

— As mulheres são 51,5% da população brasileira, mas esse percentual é muito menor no setor público, principalmente em posições de liderança — afirmou Moreira.

Números que assustam

Dados do Observatório de Pessoal (2023) mostram que apenas 37,8% dos cargos de alta liderança no governo federal são ocupados por mulheres, sendo apenas 11% dessas mulheres negras. Em governos estaduais, mulheres ocupam apenas 27% dos cargos de primeiro escalão, conforme o Censo das Secretarias (2024).

Betânia Lemos, coordenadora do grupo, enfatizou que, apesar da sub-representação, mulheres em cargos de liderança frequentemente apresentam melhores resultados que seus pares masculinos, graças a habilidades como resiliência, empatia e negociação. A interseccionalidade foi destacada como um desafio adicional para mulheres negras, indígenas, quilombolas, trans e homossexuais, cuja representatividade é ainda menor.

Já a coordenadora Ana Diniz abordou a necessidade de ampliar a participação feminina nas instituições e a responsabilidade da gestão em promover práticas que incentivem a diversidade e inclusão. A violência política e outros tipos de assédio foram mencionados como barreiras significativas que ainda precisam ser superadas.

Próximos encontros

O segundo encontro do grupo de trabalho está marcado para 4 de julho, com o tema “Quem são as mulheres no serviço público brasileiro?”. Em 18 de julho, o grupo discutirá “Mulheres negras e o teto de concreto”. Outros temas incluem a ascensão e permanência de mulheres em cargos de liderança, experiências de violência e assédio, e o papel das ações afirmativas na promoção de políticas de equidade.

O grupo contará também com embaixadoras como Ana Carolina Querino, da ONU Mulheres Brasil, Irene Vida Gala, do Itamaraty em São Paulo, Anna Venturini, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e Ariana Francis, da Ouvidora-Geral da União.

Crédito: Gustavo Silva / EXTRA – @ disponível na internet 11/6/2024

 

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