Azeite ” A Preço de Banana”

30
47833
@reprodução internet

Via de regra, e de acordo com Lei da Oferta e Demanda o estabelecimento do preço de um produto ou serviço é função do equilíbrio entre a quantidade ofertada pelos produtores e a quantidade procurada pelos consumidores. Assim o economista Adam Smith no Sec.. XVII explicava de acordo com os princípios capitalistas o principal motivo a ser observado para a estabilização dos preços.

De lá para cá, outras variáveis, segundo os economistas, passaram a justificar a alta dos preços, inclusive a melhora do ambiente econômico (o mercado), capaz de pressionar os preços para cima. Outro argumento foca o alto valor do combustível que afeta as “commodities”, e os demais derivados do petróleo causando o aumento dos preços, como um efeito mundial, repassado ao consumidor final.  

Um motivo atual toma importância na escalada dos preços dos bens e serviços no mundo, os efeitos climáticos, principalmente sobre a queda da produção de alimentos, levando a diminuição da oferta e a consequente majoração dos valores.

Quando não é a seca, as enchentes e outras intempéries interferem na economia, via produção, abastecimento, custos de energia, transporte, e os consequentes gastos governamentais, para manter os estoques reguladores, para recuperar os danos das catástrofes, para subsidiar os créditos necessários para reerguer as atividades econômicas que vierem a ser prejudicadas ambientalmente. Aí podemos citar os efeitos deletérios da pandemia, não só na saúde, como no social, extensivos a economia mundial. 

Além desses argumentos, algumas ferramentas da economia para o controle inflacionário, como o aumento das taxas de juros; e com tal objetivo as autoridades monetárias tentam equilibrar o cambio, que tem taxa flutuante, que oscila novamente com a oferta e procura de divisas estrangeiras, que depende por sua vez dos investidores e das incertezas do mercado frente aos conflitos armados e o aumento do petróleo, que levam ao aumento no custo de produção, e refletem nos preços na economia doméstica.

Outros fatores podem ser considerados e colaboram com a majoração dos preços domésticos como o desabastecimento, o ajuste de preços das concessões, os gastos governamentais e a emissão de moeda, e as expectativas da retomada de crescimento após as adversidades climáticas e a pandemia.

Entre nós podemos citar produtos que passaram de itens corriqueiros para os consumidores a espécies de luxo, dois dentre muitos citamos o azeite e as bananas. O primeiro cuja produção global (Europa) é insuficiente para atender o consumo, como benefícios à saúde e resultado da seca e das altas temperaturas (Espanha) prejudicando a colheita e a queda da safra em Portugal, e Itália.

Temos como explicação também base nos efeitos da economia mundial de que o aumento dos preços do azeite é resultado das guerras em curso entre Israel e Palestina assim como Ucrânia e Rússia.  

Os países da Europa Oriental são produtores de “azeite de girassol” incomum no consumo brasileiro, os do Oriente Médio são de oliveiras, com uma produção aquém dos nossos vizinhos Chile e Argentina.

O Brasil fica somente atrás da Índia, China e Indonésia como o quarto maior produtor na produção de bananas no mundo e, no entanto por conta da entre- safra, dos custos de transporte, das alterações climáticas, insumos, e a inflação (40%) o preço atingiu às alturas, equiparando aos altos preços do azeite importado resultante das guerras.

Apesar da argumentação econômica, sabemos que os monopólios tem o mando no estabelecimento de preços, e as empresas dominantes aumentam os preços indiscriminadamente numa forma de “ganancia por lucros” na intenção de garantir seus ganhos, usando empréstimos, desonerações e subvenções governamentais enquanto demitem colaboradores e aviltam salários. Essa concentração determina a não só quantidade ofertada de produtos que carteliza a economia, limita as opções de compra.

O problema não é exclusividade da inflação, mas a falta de concorrência, e a usura nas transações comerciais.

Luiz Fernando Mirault Pinto: Físico e administrador

Esqueçamos as causas do aumento dos preços exorbitantes, e procuremos a forma de combatê-los, como fazem alguns consumidores conscientes pelo mundo, em países economicamente desenvolvidos, e que evitam adquirir produtos cujos preços são abusivos, focando apenas no preço justo (fair market value), comprando produtos de qualidade, na época das safras, deixando por conta do vendedor a percepção que os valores cobrados estão fora da capacidade de compra da maioria da população.

Deixemos de comprar bananas à preço de azeite importado e azeites aos atuais preços das bananas nacionais, e assim daremos valor as “nossas” economias.

Crédito: Luiz Fernando Mirault Pinto / Correio do Estado MS – @ disponível na internet 12/7/2024

30 Comentários

  1. O consumidor deve simplesmente deixar a mercadoria na prateleira e não comprar quando os preços estiverem altos. Simples de executar.

    O artigo traz uma matéria muito boa. Contudo, nossa sociedade as pessoas ainda não aprenderam a revidar a exploração, a ganancia humana. O consumidor deve simplesmente deixar a mercadoria na prateleira e não comprar quando os preços estiverem altos. Simples de executar.

  2. Lembro.me.quando.crianca.meus.em.vida.compravam.bacalhal.grossao.aquele.filezao.era.regado.com.azeite.galo.era.uma
    Delicia..agora.acabou.essa.mamata.tudo.caro.nos.era.mos.pobre.mais..tiamos.uma.refeicao.saudavel.e.batata..tempos.bpm.que
    Nao.volta.mais

    • Aumento de precos, precos altos, volateis, acima da correcao de salarios, expropriacao, tributos, inflacao e reajustes, sao sintomas e a causa e a expancao monetaria praticada por governos tecnicamente incapazes e politicamente escravagistas com objetivos de viverem no luxo e na gastanca sem limite as custas do trabalho e riqueza alheia.

  3. Muito caro,deixei de comprar, aqui não tem condições de dá 50 reais num vidro de azeite do menor nesse valor,não nem para temperar 2 saladas,a ‘ao ser usar 2 gotas kkkkkk

  4. Moro no Br tem 5 anos e até agora não encontrei azeite!
    Sou ex produtor português.
    Tenho lido que o Brasil já tem 4 ou 5 azeites campeões…di RS, mas o seu preço varia entre os $700,00 e os $1.200,00 o litro ou 4 mini garrafas de 250 ml.
    Será que estes azeites são os que que concorreram nestes concursos? Normalmente não!
    Fabrica de azeite encerrada em Saquarema rj! Então o azeite fabrica-se em fábrica? Então a Receita Federal recebia impostos desta empresa e achava normal fabricar-se azeite?
    Então a ANVISA também não sabia de nada?
    E quantas mais fábricas de falsificação de azeite existirao espalhadas pelo Brasil ?
    A Anvisa já sabe que tô morando no Brasil e não gosto de me denominar especialista de azeites, mas deixo zqui uma dica infalivel. de como teqtar se um azeite é puro ou extravirgem!. Como o azeite cristaliza a -12° bc mete na porta da geladeira e de não cristalizou ficando igual à manteiga…
    Então amigo que acabou de ler….vc acabou de ser enganado e roubado.. Vc comprou óleo com corantes.! Pare com essas compras pois tá danificando a sua saúde. Muito já vem falsificado de Portugal, Espanha, Itália, Tunísia e etc

    #azeitesfalsificadosadulteradosbrasil
    #azeitesextravirgemfalsificadobradil
    #Monteirosebastiaoportugaazeites

  5. Ainda há quem diga, e são muitos idiotas, que o controle de preços, não é bom. Se não tem controle de preços, se tem descontrole de preços, e injustiças comerciais, nada pode alterar um preço, a não ser a qualidade de um produto ou serviço.
    Impostos, oferta e demanda, juros, mercado externo, logística, etc… Nada disso pode alterar um preço justo.
    Claro! Para que o preço não seja alterado, é necessário um planejamento financeiro e estrutural. Se não, os comerciantes não irão terem lucros.
    Subsídios, empréstimo sem juros, isenção de imposto sobre consumo e patrimônio, etc…. São medidas, que garantem o controle de preços justo.

  6. Infelizmente não está , dando pra comprar nem bananaAh Meu Deus se pudesse compraria Azeite que eu gosto tanto.uma comida feito é outra coisa❤️

  7. Tem pessoas que diz que o azeite Argentino e falso e tão falso que mandar para o brasil uma tonelada e vendido em 2 horas

    Proibiram o azeite Argentino de entra no Brasil ótimo preço e ótima qualidade.este e o nosso Brasil

  8. Muito bom seu artigo. Deveríamos ter consciência de evitar a compra de produtos majorados. Pena que a maioria das pessoas não tem está consciência.

  9. Adoro azeite e tb bananas que faz bem para os ossos,mas atualmente os dois estão a preço de ouro, tanto o azeite como a banana dispararam na nossa economia, então infelizmente o azeite e a banana deixaram de fazer parte da cesta do brasileiro.

  10. Há uma palavra que parece ser proibida no capitalismo. Nos cursos de economia ela simplesmente não existe mas em última análise é a que ferra com tudo:
    GANÂNCIA. A humanidade continua a mesma desde a época das cavernas com dois times degladiando:
    Sapiens Futebol Clube x Sapiens Esporte Clube. Isso só vai acabar quando desaparecer a espécie

  11. Excelente matéria. Eu, tento comprar o azeite, qdo o preço está mais “gentil”. Já as bananas, além de caras, não dá pra armazenar, então substituo por outras frutas.

  12. Preciso do azeite extra virgem, para tomar uma colher todas as manhãs. Por causa da minha saúde, mas não estou conseguindo comprar.pois sou aposentada pelo PBC Loas . Então não tem como comprar, vou esperar quem sabe mais pela frente. Se a minha saúde esperar.

  13. Bom dia. Excelente matéria.
    Infelizmente o preço azeite de oliva extra virgem
    aumentou muito exagero
    ( além contrabando falsos).
    Carlos Dariva.
    Paraná

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, digite seu nome!