Ao resgatar um animal ou acolher um animal que já teve que lidar com abandono, podemos nos deparar com vários desafios. Muitos desses animais carregam traumas de seu passado, que podem influenciar profundamente no seu comportamento e bem-estar.
Aliás, esse é um grande receio das pessoas quando cogitam adotar um animal resgatado. Muita gente até desiste de levar esse desejo adiante com medo de não conseguir lidar com os traumas do pet.
Por isso, na coluna de hoje, vou falar um pouco sobre isso e dar dicas de como ajudar o animal a superar as dificuldades e ter mais qualidade de vida.
Por que animais resgatados podem carregar traumas
Muitos animais resgatados, sejam de situações de abuso, negligência ou abandono, podem apresentar traumas emocionais. Esses traumas podem variar desde ansiedade leve até medos intensos que afetam sua qualidade de vida.
Os traumas que animais resgatados carregam são frequentemente resultado de alguns fatores principais, começando pela falta de socialização adequada durante os estágios iniciais de vida, que pode levar a dificuldades em interagir com outros animais e pessoas.
Situações de abuso, maus-tratos e negligência também podem deixar afetar negativamente os pets.
Muitos animais vivem nas ruas ou abrigos também enfrentam situações ameaçadoras que contribuem para o desenvolvimento de traumas, como a luta pela sobrevivência e a necessidade de se protegerem de predadores ou de outros bichos.
Além disso, predisposições genéticas e experiências passadas no útero da mãe durante a gestação também podem influenciar a forma como um animal lida com o estresse e o medo.
A diferença entre medo e trauma
Muita gente acha que são a mesma coisa, mas o medo é uma resposta natural a estímulos ameaçadores e pode ser benéfico em situações de perigo real.
Já o trauma vai além do medo momentâneo. Trauma refere-se a experiências passadas traumáticas que deixaram um impacto profundo e duradouro no comportamento e bem-estar do animal.
Ou seja, o medo é uma resposta aguda a uma situação, enquanto o trauma é como se fosse uma cicatriz emocional que pode persistir ao longo do tempo.
Por isso, identificar se o animal está simplesmente assustado ou lida com traumas enraizados é essencial para determinar a abordagem correta para ajudá-lo a se recuperar. Caso tenha dificuldade, eu recomendo que procure ajuda profissional. A minha equipe Cão Cidadão está à disposição para ajudar.
Lide com os traumas de forma cautelosa, mas otimista
Lidar com traumas em animais requer abordagens sensíveis e estratégicas. Cada animal é único em sua jornada de recuperação, mas existem algumas formas universais de ajudá-los:
- Respeito e empatia: o respeito pelas experiências do animal é essencial. A empatia
nos ajuda a enxergar o mundo através de seus olhos e a entender suas reações. - Respeitar individualidades: assim como as pessoas, os animais têm personalidades únicas e diferentes formas de lidar com seus traumas. É importante permitir que o animal determine o ritmo da recuperação e escolha quando se sentir confortável para evoluir.
- Diminuir expectativas: em vez de sonhar com seu cão interagindo com outros cães, tente trabalhar para ele conseguir relaxar no passeio, por exemplo.
- Comemore pequenos avanços: é muito fácil a gente só focar nos problemas. Mas pode ter certeza que diariamente seu pet vai estar se esforçando para lidar com os medos, e vocês dois merecem comemorar as pequenas conquistas.
- Orientação para crianças e visitas: educar crianças e visitantes sobre a necessidade de respeitar o espaço e os limites do animal é essencial. A mentalidade de que um animal deve estar sempre disponível para interações humanas deve ser desmistificada.
- Sinais de desconforto: observar os sinais de desconforto do pet, como abaixar o rabo, se afastar ou se esconder, ajuda a evitar situações estressantes que possam desencadear reações traumáticas.
- Dessensibilização e contracondicionamento: introduzir gradualmente o animal a situações que causam ansiedade, associando essas situações a experiências positivas, pode ajudar a reduzir os traumas e medos.
- Estar preparado para possíveis regressões: mesmo em casos de um animal traumatizado se recuperar totalmente, existem casos em que o medo pode ressurgir. Isso pode ocorrer espontaneamente ou devido a circunstâncias específicas. Por isso, é importante sempre fazer a manutenção das estratégias.
Os melhores aliados
A comida pode ser uma aliada no tratamento de traumas, pois o alimento é um dos recursos mais importantes para os pets e tem um grande poder de gerar boas sensações.
Mas, para que seja possível usar a comida, é preciso garantir que o apetite do animal esteja bom, mantendo um score corporal saudável e utilizando alimentos altamente valiosos para recompensar o comportamento positivo.
Em alguns casos, medicamentos podem ser usados como complemento ao treinamento e exposição gradual. Eles podem ajudar a reduzir a ansiedade do animal, tornando mais eficaz a terapia comportamental. Consulte um veterinário de confiança para avaliar essa possibilidade.
Crédito: Alexandre Rossi / Blog Dr PET – @ disponível na internet 17/8/2024
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Perfeito, Edson. Adotar um animal é assumir a total responsabilidade pelo seu bem estar e saude, todo o tempo! E há tantos abandonados necessitando de novos lares.