Secretário Executivo do MDIC ressalta importância de melhoria do ambiente regulatório para sucesso da neoindustrialização

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Secretário argumentou que não é possível pensar nas políticas públicas para a indústria apenas dentro do gabinete do Mdic, mas que é necessário o diálogo com o setor - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Elias Rosa ressalta importância de melhoria do ambiente regulatório para sucesso da neoindustrialização

Secretário executivo do MDIC participou de debate promovido pelo Correio Braziliense, em que afirmou que o cenário atual exige mais do que a modernização dos parques industriais, mas um novo modelo de indústria, foco da NIB
 

Durante seminário sobre segurança jurídica e competitividade da mineração brasileira, promovido pelo Correio Braziliense, nesta quinta-feira (5), o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, enfatizou o compromisso do governo brasileiro com a melhoria do ambiente regulatório para ampliar a competitividade da indústria e fazer avançar a neoindustrialização no Brasil.

Representando o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, o secretário apresentou no debate os pilares da Nova Indústria Brasil, a política industrial lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início do ano, focada em sustentabilidade, inovação, competitividade e exportação. E destacou a necessidade de um arcabouço legal mais previsível e estável para garantir competitividade, atrair investimentos e fomentar o crescimento econômico.

“Segurança jurídica é, de fato, estabilidade, previsibilidade, essencial para a atividade econômica. Mas o nosso problema também é, sobretudo no Brasil, a competitividade”, afirmou.

Segundo Elias Rosa, a Nova Indústria Brasil busca um ambiente de negócios mais favorável para que as empresas brasileiras sejam competitivas nacional e internacionalmente. “Para isso, é fundamental uma estratégia de melhoria da regulação. O presidente Lula lançou, há cerca de dez dias, a Estratégia Nacional de Política Regulatória, um esforço para otimizar a regulação”, lembrou o secretário. ” Nosso Ministério está absolutamente envolvido nisso.  Temos a Secretaria de Competitividade e de Política Regulatória que vem tentando estimular, todos juntos, a repensarmos tudo aquilo que existe em termos de norma administrativa, infralegal, que afeta o ambiente de negócios e a atividade econômica”, contou.

Neoindustrialização

O secretário afirmou  que o cenário atual exige mais do que uma modernização dos parques industriais existentes, demandando um novo modelo de indústria, por isso o termo neoindustrialização. “O mundo mudou. E o futuro nos impõe uma nova indústria. A neoindústria é baseada na sustentabilidade. Não mais o reestabelecimento ou reconfiguração do parque industrial que o Brasil um dia teve, um dia sonhou ter. É a nova indústria. Ou nós nos habilitamos para esse futuro com sustentabilidade ou a gente perde essa grande oportunidade histórica.”

A busca global por uma produção mais sustentável é uma vantagem competitiva para o Brasil, lembrou o secretário. “Matriz energética limpa, fontes renováveis, mercado interno consolidado e estabilidade política são nossos diferenciais.”

De acordo com Elias Rosa, as políticas industriais que não deram certo no Brasil estavam menos focadas no resultado e mais focadas na própria indústria. 

“Por isso é que, em boa hora, nossa neoindustrialização é baseada em seis missões”, explicou.  Tais missões  se propõem a buscar soluções para grandes desafios da sociedade:  promoção da agroindústria para torná-la ainda mais competitiva; promoção do complexo econômico e industrial da saúde para fortalecer o Sistema Único de Saúde e reduzir a dependência externa brasileira no setor;  infraestrutura, para melhorar a qualidade de vida do ser humano, reduzir custo de logística e aumentar a competitividade; transformação digital para melhorar processos produtivos e inserir inteligência artificial; e a indústria de defesa, como meio de fortalecer a soberania nacional.

Acesso ao crédito

O secretário também destacou os esforços do governo para melhorar o acesso ao crédito para empresas, que sofrem com os juros altos,  e para fomentar a inovação e a pesquisa e o desenvolvimento. Os investimentos do BNDES, Finep e Embrapii , no Plano Mais Produção, que financia a NIB,  somam cerca de R$ 340 bilhões.

Elias Rosa destacou ainda a criação da Linha de Crédito de Desenvolvimento (LCA), recém-sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que contribuirá ainda mais para ampliar os investimentos da indústria.20

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços 6/9/2024


“Futuro pede um novo modelo de indústria”, diz Márcio Elias Rosa

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) participou nesta quinta (5/9) de evento do Correio em parceria com o Ibram sobre segurança jurídica e competitividade da mineração
O cenário atual exige mais do que uma modernização dos parques industriais existentes, demanda um novo modelo de indústria, que o governo chama de neoindustrialização. Quem afirma é o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa.
 
 
“Por que neoindustrialização? Porque o mundo mudou, e o futuro nos impõe uma nova indústria, baseada na sustentabilidade”, declarou o secretário, que representou o vice-presidente e chefe do Mdic, Geraldo Alckmin. “A Nova Indústria Brasil (NIB) é baseada na ideia que é preciso melhorar o ambiente de negócios para que quem produz aqui tenha competitividade”, acrescentou.

 

Rosa defendeu ainda que a indústria brasileira precisa ser adequada às necessidades globais, que mudaram drasticamente. É preciso, por exemplo, diminuir a dependência de bens estrangeiros, com investimentos na agroindústria, na indústria de Defesa, e no complexo industrial da Saúde.

Para o secretário, que tem carreira como procurador de Justiça e atuou no Direito por mais de 30 anos, é justamente a implantação de políticas de fomento que pode dar segurança jurídica para o setor, resultando em maior competitividade.

“O ambiente regulatório, de negócios no Brasil, não favorece nem a segurança jurídica, nem a competitividade. Eu sou um daqueles que pensam que o Brasil ter uma política industrial não constitui uma escolha política, mas um imperativo constitucional”, afirmou. E reconheceu também a preocupação do setor da mineração com a Reforma Tributária, especialmente na discussão sobre o imposto seletivo. “Acho que vai ser um outro encontro com o Judiciário quando isso for discutido, mas é uma reforma que o Brasil precisava fazer”, apontou.

“A política industrial não pode ser a política somente para a indústria. As políticas industriais que não deram certo no Brasil estavam menos focadas nos resultados do que na indústria em si”, argumentou. 

Crédito: Victor Correia / Correio Braziliense – @ disponível na internet 6/9/2024

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