Contrastes no centro do Rio: Banco Central adota home office total enquanto a Petrobras se prepara para retorno em massa

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Trabalho presencial x home office. Crédito: Getty Images
Banco Central adota home office integral e esvazia prédio na Presidente Vargas  

A decisão contraria a tendência mundial e do Centro do Rio, que vem retomando o trabalho presencial e recuperando gradativamente sua dinâmica econômica

Na contramão da tendência mundial, com empresas e multinacionais retornando ao trabalho presencial e comprovando a necessidade do contato físico para produtividade e integração, o Banco Central tomou uma decisão contrária. O imenso prédio da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, está completamente vazio desde a semana passada, com 100% dos colaboradores em regime de home office. As informações foram divulgadas pelo colunista Ancelmo Gois, e ainda não há explicações oficiais para a adoção integral do trabalho remoto.

O edifício, com seus 26 andares, historicamente é um dos grandes responsáveis pela movimentação de trabalhadores no Centro do Rio, região que vem apostando em projetos de revitalização para atrair empresas e colaboradores de volta ao modelo presencial.

Em 2024 – e já em 2025 o JP Morgan – muitas instituições anunciaram a volta ao presencial, inclusive as empresas de tecnologia e internet, que têm exigido de dois a três dias presencialmente. Especialistas, no entanto, mostram que esse retorno tem gerado a esperada resistência em muitos trabalhadores.  “Ninguém quer controle, ninguém quer abrir mão do que considera um benefício. Mas quem paga o salário quer produtividade e entrega pessoal. É óbvio que ninguém quer devolver prêmio de loteria”, explicou no início do ano passado – pedindo anonimato – a diretora de RH de uma grande empresa do setor de Óleo e Gás no Rio.

Diante da queda na produtividade e problemas de criatividade, as empresas decidiram voltar ao “velho normal”, com escritórios ocupados pela totalidade dos seus funcionários. Entre as instituições que fizeram o “desmame” ou aboliram o trabalho híbrido estão a Google, empresas do conglomerado de Elon Musk, a Amazon, a Goldman Sachs, a Dell, a Disney, a Apple, a Alphabet(do Google), a Meta (do Facebook), a Salesforce, a BlackRock, a UOL, entre tantas outras. Esta última, por exemplo, determinou que os plantões de fim de semana, feriados e de final de ano fossem realizados nas redações e não de casa.

Retorno do Edifício Edise está mais próximo que nunca   

A antiga sede da Petrobras se prepara para receber mais de 6 mil estações de trabalho e cerca de 8 mil pessoas circulando diariamente. Além disso, a estatal estuda instalar até mesmo um museu do petróleo no local

Ao que tudo indica, o imponente Edifício Edise, antiga sede da Petrobras na Avenida Chile, no Centro do Rio, pode voltar à ativa em breve. Fechado desde 2021 para reformas de modernização, agora concluídas, o prédio se prepara para receber mais de 6 mil estações de trabalho e cerca de 8 mil pessoas circulando diariamente. Além disso, a estatal estuda instalar até mesmo um museu do petróleo no local, segundo informações do jornalista Lauro Jardim.

Inaugurado no início da década de 1970, o Edise é um dos marcos arquitetônicos do Rio. Com mais de 100 metros de altura distribuídos em 26 andares, a construção impressiona pela estrutura formada por cubos geometricamente separados por espaços vazios, onde estão os famosos “jardins suspensos” de Burle Marx. A obra levou cinco anos para ser concluída.

Durante o governoDilma, em 2012, a Petrobras alugou um grande prédio espelhado da WTorre, na Henrique Valadares, próximo à Praça da Cruz Vermelha, onde permanece até os dias de hoje. Na época, o objetivo era unificar, no Centro Empresarial Senado, todos os setores da estatal que estavam espalhados pelo Centro do Rio.

Um gás para o Centro

Até o subprefeito do Centro do Rio, Alberto Szafran, deu uma passadinha no prédio recentemente. Em suas redes sociais, Szafran destacou a importância de sua reabertura para a reativação econômica da região central, afirmando que a recente revitalização simboliza um marco importante para o renascimento do Centro. “Após anos de retração econômica, em que muitas empresas e prestadores de serviços abandonaram o Centro, estamos testemunhando um movimento contrário: um crescimento significativo, com empresas, tanto tradicionais quanto emergentes, redescobrindo o potencial estratégico e cultural do coração da cidade.”

“Esse renascimento também reflete o esforço da prefeitura em investir em infraestrutura, segurança e projetos que valorizam o patrimônio histórico e urbanístico do Centro, atraindo negócios e estimulando a economia local”, disse o subprefeito.

Modelo ‘Smart Office’

Em junho do ano passado, Magda Chambriard, presidente da Petrobras recém-empossada, anunciou a retomada das atividades no local como parte de um esforço para resgatar símbolos históricos da estatal e reintegrar o trabalho presencial. Foi divulgado que o Edise adotará um modelo de “smart office”, utilizando tecnologias avançadas para otimizar a eficiência operacional, como o agendamento de salas via aplicativo e um design inclusivo.

O prédio também ganhou um novo acesso pela Avenida República do Paraguai, facilitando a circulação e conectividade na área.

Crédito: Victor Serra / Diário Do Rio – @ disponível na internet 14/1/2025
 

2 COMENTÁRIOS

  1. Marcos, agradecemos pela oportunidade de esclarecer. O ASMETRO-SI não publica matérias com a intenção de promover ou desmerecer o trabalho presencial ou remoto, mas sim de informar e estimular reflexões relevantes para os servidores do Inmetro e demais interessados.

    Nosso objetivo é abordar temas de gestão pública que impactam os sindicalizados, como mostram as duas matérias mencionadas. A primeira destaca os avanços e desafios do teletrabalho no governo federal, apontando que a modalidade está em crescimento e gerando economia, mas ainda enfrenta barreiras culturais e estruturais. A segunda aborda uma decisão específica do Banco Central que vai contra a tendência mundial de retomada presencial, promovendo um debate sobre o impacto dessas escolhas nas dinâmicas urbanas.

    Ao citar empresas como Google, Amazon, Tesla e outras, buscamos ilustrar tendências globais de gestão, produtividade e integração, sem desconsiderar as diferenças entre o setor público e privado. A realidade do Inmetro, com suas limitações orçamentárias e estruturais, é singular e exige soluções adaptadas às nossas condições. No entanto, isso não impede que aprendamos com experiências externas, especialmente no que tange a eficiência, inovação e bem-estar dos trabalhadores.

    Vale lembrar que o ASMETRO-SI defende a autonomia e a flexibilidade para que cada órgão encontre o modelo de trabalho que melhor atenda às suas necessidades, respeitando sempre as condições reais de infraestrutura e as demandas do serviço público.

    Seguimos comprometidos em trazer informações que ampliem o debate e colaborem para decisões mais fundamentadas.

    Ascensão do teletrabalho no governo federal: modalidade avança, mas enfrenta desafios
    https://asmetro.org.br/portalsn/2025/01/13/ascensao-do-teletrabalho-no-governo-federal/

    Banco Central adota home office integral e esvazia prédio na Presidente Vargas
    https://asmetro.org.br/portalsn/2025/01/14/contrastes-no-centro-do-rio-banco-central-adota-home-office-total-enquanto-a-petrobras-se-prepara-para-retorno-em-massa/

  2. Seria bem engraçado ver servidores de um órgão público com a realidade do Inmetro, sem orçamento, localizado em Xerém e desmoralizado recentemente pelo próprio governo na negociação salarial, usar reportagens pró trabalho presencial que mencionam “Google, empresas do conglomerado de Elon Musk, a Amazon, a Goldman Sachs, a Dell, a Disney, a Apple, a Alphabet(do Google), a Meta (do Facebook), a Salesforce, a BlackRock, a UOL”, como referência. Pra usar como referência, tem que oferecer as condições de trabalho que essas empresas oferecem.

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