IBGE e MPO suspenderam temporariamente a Fundação IBGE+, que deu origem à crise instalada no instituto

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@reprodução internet
Em meio a uma crise entre servidores e a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) informou nesta quarta-feira (29/1) que suspendeu temporariamente a iniciativa da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE (IBGE+), proposta voltada para o desenvolvimento institucional e a ampliação das fontes de recursos para o IBGE. 
 

“Frente a esse desafio, estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional. Dessa forma, o MPO e o IBGE esclarecem que qualquer decisão que oportunamente for tomada seguirá o debate no IBGE e com o Executivo e o Legislativo”, informou a pasta em nota divulgada nesta tarde.

Mais cedo, após evento em Brasília para apresentar o Plano de Trabalho 2025, o presidente do instituto, Marcio Pochmann, atribuiu as críticas dos servidores à sua gestão ao “subfinanciamento” e afirmou que o órgão que comanda está fazendo uma transição após um período de enfraquecimento.

Entenda a crise no IBGE

  • A criação da fundação IBGE + deflagrou uma nova crise interna no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e uma guerra de versões entre o presidente do órgão, Márcio Pochmann, e servidores.
  • A relação entre a cúpula da entidade e o sindicato já estava deteriorada desde agosto de 2024, quando houve a determinação de retorno ao trabalho presencial aos funcionários que estavam de home office desde a pandemia.
  • Marcio Pochmann foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em julho de 2023. Ligado à ala mais ideológica do PT, o economista enfrentou resistência.
  • O Instituto tem autonomia administrativa e é vinculado à estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), chefiado pela ministra Simone Tebet (MDB). 

Pochmann também afirmou que a instituição tem sérios problemas de financiamento, que a sua gestão tentou estabilizar. “Apesar todo esse esforço, não foi possível nós vencermos o30 problema do subfinanciamento”, disse.

“Convivemos, em vários momentos, com corte de luz, por exemplo, corte de água, dificuldades de fazer as pesquisas que são compromisso do IBGE, como levantamento de preços, entre outros”, completou.

Para Pochmann, a Fundação permitiria que o IBGE pudesse receber recursos adicionais para pesquisa e inovação tecnológica. “Tentamos várias modalidades para ampliar o orçamento do IBGE. A primeira foi, justamente, buscar a ampliação do orçamento, o que nós não conseguimos naquilo que imaginamos ser necessário”.

O presidente do IBGE, @MarcioPochmann
enfrenta de fato resistência às mudanças que vem promovendo na instituição. Não apenas a criação do IBGE+, para reforçar as fontes orçamentárias do IBGE, mas também as orientações para o retorno ao trabalho presencial e a mudança da sede atual, que dispende aluguéis elevados. Daí a dizer que a credibilidade das estatísticas nacionais estaria em risco, como vem sendo plantado na mídia, vai uma enorme distância injusta e injustificável. O caráter político e partidário da campanha contra Pochmann é evidente e só interessa a quem teme o fortalecimento do IBGE.

Censo agropecuário

Na nota, o Ministério do Planejamento e Orçamento sustenta que dará apoio ao IBGE, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, para a formulação do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola.

A destinação de recursos para 2025 envolve treinamento de pesquisadores, contratação, entre outros.

Crédito: Flávia Said / Metrópoles – @ disponível na internet 30/1/2025


IBGE volta atrás e suspende criação de fundação paralela

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta quarta-feira (29) que vai suspender temporariamente a iniciativa da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE , a IBGE+. A decisão foi tomada em conjunto com o Ministério do Planejamento e Orçamento, ao qual o instituto é vinculado. 

“Frente a esse desafio, estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional. Desta forma, o MPO e o IBGE esclarecem que qualquer decisão que oportunamente for tomada seguirá o debate no IBGE e com o Executivo e o Legislativo”, acrescentou em nota. 

O instituto também informou que o ministério dará apoio, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA), para a formulação do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola, considerado pelo IBGE “uma das pesquisas mais relevantes do Instituto, em recursos para 2025”. 

O anúncio do IBGE+ causou polêmicas sobre a gestão do presidente do instituto, Marcio Pochmann. A maior crítica ao modelo era o caráter paralelo que teria, sem receber recursos da União. Assim, a fundação deveria firmar acordos com empresas privadas, o que preocupou funcionários do órgão sobre a confiabilidade dos resultados das pesquisas realizadas. 

Os protestos dos servidores do IBGE lidam também com a condução considerada autoritária pelo economista indicado por Lula. Na última semana, 136 servidores assinaram uma carta aberta contra sua gestão. Na segunda-feira (28), funcionários da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), vinculada ao IBGE, publicaram outra.

A insatisfação diante da gestão de Pochmann motivou o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), a protocolar uma representação endereçada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo o afastamento do presidente. Além disso, também solicitou a revogação dos atos administrativos que fundamentam a criação do IBGE+, além da intimação da ministra do Planejamento, Simone Tebet, ou de representante da pasta.

Crédito: Pedro Sales / Congresso em Foco – @ disponível na internet 30/1/2025

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